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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Extrato de um relatório sobre a destruição da aldeia de Borki - de 22 a 26 setembro de 1942



15º Regimento de policia - 10º Companhia

28 Setembro de 1942

A 21 de setembro de 1942 a companhia recebeu a missão de destruir a aldeia de Borki situada a 7 km a leste a leste de Mokrany.

À noite as seções da companhia foram postas ao corrente da operação. A preparação começou.

Em 22 de setembro o numero de veículos era suficiente para carregar e transportar ao ponto de ligação em Mokrany todas as seções da companhia e a seção da 9ª companhia que lhe estava adjunta. A deslocação teve lugar sem incidentes. Ninguém foi licenciado.

As carroças necessárias para a operação  foram previamente preparadas e chegaram a Borki à hora determinada. Quando se estavam a mobilizar as carroças descobriram-se varias camponeses recalcitrantes e a companhia pediu a sua punição.

A operação realizou-se segundo o plano, salvo alguns atrasos em algumas etapas. A causa destes atrasos foi a seguinte: no mapa, a localidade de Borki, está indicada como uma aldeia compacta. Na realidade, esta localidade estende-se por 6 ou 7 km de comprimento e de largura.

Quando, de madrugada, dei conta deste fato, alarguei o cerco a leste e organizei o contorno da aldeia de tesoura espaçando simultaneamente a distancia entre os postos. Graças a isto consegui prender e levar para o local de  concentração todos os habitantes da aldeia sem exceção. Esta tarefa foi facilitada pelo fato de a população ignorar até o ultimo momento a finalidade deste reagrupamento. No local de concentração reinava a calma, o numero de postos foi reduzido ao mínimo, e as forças que assim ficaram disponíveis puderam ser utilizadas no ulterior desenvolvimento da operação. A equipa de coveiros só recebeu as pás no local da execução, e a população ignorava a sorte que a esperava. As espingarda-metralhadoras, como  foram colocadas de modo a não serem vistas, evitaram o pânico que surgiu no inicio quando soaram os primeiros tiros no local da execução situado a 700 metros da aldeia. Dois homens tentaram fugir mas, depois de darem alguns passos, caíram atingidos pelas balas. A execução começou às 9 horas e acabou as 18. Das 809 pessoas reunidas, 104 (seguras do ponto de visto político) foram libertadas, entre as quais os operários da exploração de Mokrany. A execução desenvolveu-se sem complicações, tendo-se mostrado racionais as medidas preparatórias. A confiscação do trigo e do material decorreu segundo o plano, exceto algum atraso de tempo. O numero de carroças era suficiente, pois a quantidade de trigo era epquena e os postos de entrega do cereal não debulhado encontravam-se a curta distancia.

Os objetos caseiros e o material agrícola foram transportados nas carroças juntamente com o trigo.

Indico os resultados numéricos da execução: foram fuziladas 705 pessoas, das quais 203 homens, 372 mulheres e 130 crianças.

A quantidade de gado confiscado só pode ser calculada de modo aproximado pois nos postos de entrega não foi feito registro: 45 cavalos, 250 bois, 65 bezerros, 450 porcos, leitões e 300 carneiros. Só nalgumas quintas se encontraram aves de capoeira. Foram distribuídas pelas pessoas libertadas.

Material confiscado: 70 carroças, 20 charruas e grades de esterroar, 5 maquinas de joeirar, 25 corta-palhas e outro material ligeiro.

O trigo, o material e o gado confiscados foram entregues ao chefe da exploração de Estado em Morkrany.

Na operação em Borki foram gastos: 786 cartuchos de espingarda e 2496 cartuchos de submetralhadora.

A companhia não teve perdas. um ajudante foi enviado para o hospital Brest. Supõe-se que tenha icterícia. 

Tenente da Policia de segurança Muller,
adjunto do comando da companhia


( o original alemão encontra-se nos Arquivos centrais da U.R.S.S. sobre a revolução de Outubro, fundo 7021, registro 148, dossier 2, folhas 358-362.)

Transcrito por: Daniel Moratori - avidanofront.blogspot.com
Fonte: COELHO, Zeferino - O crime metódico. Ed. Inova Limitada -  pg 81-83)

3 comentários:

  1. eu gostaria de saber se os responsaveis foram julgados ou morrerão em combate.

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    1. Caro amigo; como em todas as guerras esses homens, ou melhor, assassinos agiram com o rigor que depois lhes pouparam a vida...estavam seguindo leis e foram condecorados até mesmo pelos vencedores da guerra...basta olhar o que resultou, em grande parte, na América Latina.

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  2. Muito bom, daniel.

    O livro do zeferino é absurdamente completo.

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