domingo, 31 de julho de 2016

A Guerra do Líbano (Documentário - Al Jazeera)

Antes de mais nada, a quem estranhar a presença nova neste blog, o Daniel me fez o convite pra participar do blog explorando os demais conflitos do século XX (e também da Era Moderna), uma vez que o nome do blog é bem abrangente (A Vida no Front) e não se restringe à Segunda Guerra. Como ele não comentou, e não anunciou a mudança no blog (no caso, a ampliação do foco de temas do blog), deixo esse comentário aqui fazendo a apresentação. Faço parte deste outro blog (Holocausto-Doc).

Pra dar o pontapé inicial, ampliando a abordagem do blog, lembrei de um documentário em 15 partes produzido pela TV Al Jazeera (do Catar, TV bem conhecida no mundo por cobrir o Oriente Médio pela ótica da região, e também reconhecida por sua qualidade), de 2002, sobre a Guerra Civil libanesa. Dirigido por Omar Al Issawi (jornalista, diretor e produtor, trabalhou na BBC), site oficial dele:
http://www.issawi.net/documentaries.html

Ficha breve do documentário tirada do site dele (traduzida):
"Harb Loubnan, War of Lebanon" (A Guerra do Líbano)

Harb Loubnan, "the War of Lebanon", é um marco como documentário e cronológico da guerra civil do Líbano. Foi o primeiro documentário deste porte e natureza produzido e transmitido no mundo árabe.
A série, composta por 15 programas de uma hora de duração, foi produzida e dirigida por Omar al-Issawi para o canal Al Jazeera. Ele foi disponibilizado comercialmente em VHS e DVD. O conjunto incluíam um CD da trilha musical original do documentário. Legendas em inglês e francês foram incluídas no DVD.
Como citado acima, o nome do documentário em inglês é "War of Lebanon" (Harb Loubnan, "A Guerra do Líbano"), que, se não me engano, cobre os 15 anos de guerra civil no Líbano e o estrago causado pelo conflito (digo "se não me engano" pois faz tempo que o assisti e não lembro bem do final) bem como depoimentos dos 'atores' (bandos, membros) que participaram do conflito narrando a "evolução" do mesmo.

O ponto negativo dos vídeos, pro público lusófono, é que os vídeos só possuem legenda (embutida) em inglês (das cópias da web). Ninguém traduziu as legendas pro português ou mesmo pro espanhol (que ajudaria e muito). O ponto positivo é que acho que é um dos documentários mais completos do conflito. Caso alguém tenha interesse em o legendar, fica a indicação.

Encontram-se as cópias do Documentário no Youtube (legendas embutidas em inglês), seguem os links abaixo em 15 partes. Há duas fontes aparentemente, só irei colocar o primeiro vídeo em aberto e logo abaixo deste eu coloco o link dos vídeos em "Playlist" (pra serem vistos em sequência, de um outro canal):

The Lebanese Civil War -- Baptism by Fire - 01/15

(A Guerra Civil do Líbano - Batismo de fogo, parte 01 de 15)


Ver todos os vídeos da série:
https://www.youtube.com/watch?v=ege2FXFVeGI&list=PL56533E50179ADBC3



Adendo: a ser colocado depois.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Grupo extremista no Brasil declara apoio ao Estado Islâmico


Informação foi dada pelo SITE, de Rita Katz, nesta segunda-feira.

Um grupo extremista no Brasil declarou lealdade ao Estado Islâmico (EI, ex-Isis) e criou um canal chamado "Ansar al-Khilafah Brazil" na rede social Telegram, que se assemelha ao popular WhatsApp. A informação foi divulgada pela especialista norte-americana em monitoramento de atividades terroristas na web Rita Katz, do SITE, nesta segunda-feira.

De acordo com Katz, esta é a primeira vez que uma organização anuncia aliança com o Estado Islâmico na América do Sul e declara submissão ao líder do califado, Abu Bakr al-Baghdadi.

Dentro do canal no Telegram, o "Ansar al-Khilafah Brazil" comentou que, "se a polícia francesa não consegue deter ataques dentro do seu território, o treinamento dado à polícia brasileira não servirá em nada", referindo-se ao apoio que agências internacionais de inteligência têm oferecido ao governo brasileiro na prevenção de ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Em um post no Twitter, Katz ressaltou que o grupo está aproveitando o momento para espalhar a ideologia extremista antes da competição esportiva. No fim de maio, o Estado Islâmico criou o primeiro canal em português da organização, também dentro do Telegram. A página, para propaganda do califado, é uma versão em português do já existente "Nashir Channel".

Fonte: reprodução.
Procurada pela ANSA , a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ainda não retornou ao contato sobre a suposta aliança de um grupo no Brasil ao Estado Islâmico. 

O cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações Internacionais da ESPM, disse em entrevista à ANSA que qualquer ameaça precisa ser verificada para se constatar se é falsa ou real. "Pode ser só uma oportunidade de aterrorizar antes dos Jogos", afirmou, destacando, porém, que, caso seja verdadeira, o Brasil precisa aumentar sua vigilância.

Na semana passada, a Assembleia Nacional da França publicou o relatório de uma audição com o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general Christophe Gomart, no qual o especialista admitia ter informações de que o Estado Islâmico planejara um atentado contra a delegação francesa durante os Jogos. As Olimpíadas do Rio de Janeiro ocorrerão entre os dias 5 e 21 de agosto.

Devido ao massacre em Nice há quatro dias, quando Mohamed Bouhlel atropelou uma multidão e matou 84 pessoas, o governo brasileiro adotou medidas extras de segurança para os Jogos. Ontem (17) foi realizado o terceiro treinamento de forças conjuntas para simular a cerimônia de abertura, que ocorrerá no Maracanã.

A estimativa é de que cinco mil homens da Força Nacional de Segurança Pública e 21 mil oficiais das Forças Armadas, além do contingente fixo do Rio de Janeiro, façam a segurança durante os Jogos Olímpicos.

FONTE:
https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/grupo-no-brasil-declara-apoio-ao-estado-islamico,e92750d714e4a43bd8ae86299d5c84e19zhp0lxx.html

Noticia no "SITE":
https://news.siteintelgroup.com/Jihadist-News/ansar-al-khilafah-brazil-pledges-to-is-leader-baghdadi-promotes-is.html

OBSERVAÇÂO: Agora é só esperar e ver se isso não será um Hoax, já que não apareceu nenhum vídeo do suposto grupo.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Tentativa de golpe de Estado na Turquia

Homem se deixa diante de tanque em Istambul. (STRINGER REUTERS)
Hoje, dia 15 de julho de 2016, está em curso uma tentativa de golpe de Estado por uma parcela do Exército turco. Vários setores das forças armadas se levantaram contra o atual governo e estão na tentativa de assegurar a tomada de poder. Os soldados controlaram os aeroportos internacionais de Ancara e Istambul, que estão encerrados e os voos foram todos cancelados.
O governo de Erdogan assegura que os rebeldes pagarão um alto preço pelo levante, e acusa entre varias pessoas e grupos, o clérigo muçulmano Fethullah Gülen, uma das principais vozes da oposição.
O presidente pediu aos seus partidários que saíssem as ruas para tentar frear o levante. Os apoiadores de Erdogan e os contra o golpe saíram as ruas, fazendo grande resistência ao golpe, mas ouve repressão por parte dos soldados, como tiroteio, atropelamentos e helicópteros atirando na multidão. Num ataque de helicóptero em Ancara, ao menos 17 policiais foram mortos, segundo o New York Times.

Seguem algumas noticias e videos mostrando o que está acontecendo hoje:

http://www.liveleak.com/view?i=da3_1468636610 (blindado passando por cima de civis)
http://www.liveleak.com/view?i=7db_1468629548 (mortos na rua por blindados e tiros)
http://www.liveleak.com/view?i=cc3_1468619901
https://twitter.com/MuradoRT/status/754126814692438016
https://www.facebook.com/RTnews/videos/10154499376829411/
http://www.liveleak.com/view?i=dc4_1468623724 (Helicóptero atirando em civis)
http://www.liveleak.com/view?i=08a_1468625165 (Tiroteio sobre a multidão de civis)
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/15/internacional/1468612953_710585.html
http://www.dn.pt/mundo/ao-vivo/interior/turquia-movimentos-militares-em-ancara-e-istambul-pm-fala-de-golpe-de-estado-5287811.html
http://www.jn.pt/mundo/interior/provavel-golpe-de-estado-na-turquia-5287812.html
http://www.dn.pt/mundo/ao-vivo/interior/turquia-movimentos-militares-em-ancara-e-istambul-pm-fala-de-golpe-de-estado-5287811.html

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Morreu Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz

Elie Wiesel sobreviveu aos campos de concentração nazis da II Guerra Mundial e tornou-se um influente ativista e autor.

Eliezer “Elie” Wiesel, sobrevivente dos campos nazis do Holocausto, vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1986 e activista pelos direitos humanos, morreu este sábado aos 87 anos, de acordo com o Museu Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Israel.

Nascido em 1928 na Roménia, Wiesel ficou conhecido por manter vivas as suas memórias do Holocausto com o livro Noite, baseado nas suas experiências enquanto adolescente nos campos de concentração de Auschwitz, Buna, e Buchenwald, e pelo papel determinante que teve em promover a educação sobre o Holocausto.

Wiesel “deu expressão à vitória do espírito humano sobre a crueldade e o mal, através da sua extraordinária personalidade e dos seus livros fascinantes”, reagiu o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que diz ter sido “abençoado” por ter conhecido o Nobel da Paz e ter podido aprender “pessoalmente” com ele.

“Na escuridão do Holocausto, na qual os nossos irmãos e irmãs foram mortos — seis milhões —, Elie Wiesel foi um raio de luz e um exemplo de humanidade que acreditava na bondade das pessoas”, acrescentou Netanyahu, num comunicado divulgado pela imprensa israelita.

Foto REUTERS/Jason Reed/File Photo
Quando lhe atribuiu o Nobel da Paz, o Comité Norueguês explicou que o Prémio lhe era devido pelo “trabalho em defesa da paz, da redenção e da dignidade humana”.

O ex-Presidente de Israel Shimon Peres lembrou alguém que “sobreviveu aos maiores horrores da humanidade e escolheu dedicar a sua vida a espalhar a mensagem – ‘nunca mais’”.

Wiesel fez parte do Conselho de Memorial do Holocausto dos Estados Unidos entre 1980 e 1986 e teve um grande papel na criação do Museu do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington. À entrada do museu, figuram as suas palavras: “Pelos mortos e pelos vivos, temos que passar o testemunho”. Durante a sua vida, usou o seu estatuto de sobrevivente do Holocausto para falar não só sobre este acontecimento, como para chamar a atenção sobre outras situações de genocídio em todo o mundo, como em 2006, quando apareceu ao lado de George Clooney antes de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para alertar sobre a crise humanitária no Darfur.

Natural da cidade de Sieghet, a família de Wiesel sofreu as consequências da anexação da cidade por parte da Hungria em 1940, que obrigou todos os judeus a mudarem-se para dois guetos. Em Maio de 1944, os nazis, com a autorização da Hungria, deportaram a comunidade judaica de Sieghet para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Então adolescente, Wiesel foi enviado para o campo de trabalhos de Buna Werke com o seu pai, Shlomo Wiesel, onde foram forçados a trabalhar durante oito meses antes de ser transferidos para outros campos de concentração perto do final da guerra.

Shlomo Wiesel, subnutrido e com uma inflamação nos intestinos, morreu depois de ser violentamente agredido por um soldado alemão, a 29 de Janeiro de 1945. A mãe Sarah e a irmã mais nova Tzipora também não sobreviveram ao Holocausto, acontecimentos que viria a recordar no livro de memórias, em 1955.

Depois da guerra, Wiesel e outros jovens sobreviventes foram enviados para um orfanato em Écouis, França, pela organização humanitária judaica Oeuvre de Secours aux Enfants, onde viveu durante muitos anos e se reencontrou com a única família directa que lhe restava, as irmãs mais velhas Beatrice e Hilda.

Wiesel prosseguiu depois os estudos em literatura, filosofia e psicologia em Sorbonne, mas nunca chegou a concluí-los, tornando-se depois jornalista em várias publicações francesas e israelitas. Visitou o estado de Israel em 1949 como correspondente para o jornal francês "L’arche". e cobriu, ainda, o julgamento do nazi Adolf Eichmann para o jornal judaico "The Forward".

Apesar do efeito traumático que o Holocausto teve na sua vida, Elie Wiesel só começou a escrever sobre as suas vivências depois de uma conversa em 1954, com o Nobel da Literatura francês, François Mauriac. A primeira versão do seu livro tinha 800 páginas e tinha como título E o mundo ficou silencioso, originalmente escrita em iídiche. Wiesel escreveu em 1958, uma versão mais curta em francês, Nuit, que vendeu até hoje mais de seis milhões de exemplares e está traduzida em 30 línguas.Noite viria a formar parte de uma trilogia de memórias sobre o Holocausto, que incluiria Amanhecer eDia. Foram mais de 40 os livros de ficção e não-ficção escritos por Elie Wiesel.

Fonte:
https://www.publico.pt/mundo/noticia/elie-wiesel-sobrevivente-do-holocausto-e-nobel-da-paz-morre-aos-87-anos-1737093