Aos 97 anos, Laszlo Csatary era o nazista mais procurado do mundo (Reprodução / The Sun)
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Aos 97 anos, Laszlo Csatary é acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus
BUDAPESTE — O criminoso nazista mais procurado do mundo, Laszlo Csatary, de 97 anos - acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus durante a Segunda Guerra Mundial - foi encontrado em Budapeste, na Hungria. O anúncio foi feito neste domingo pelo diretor do escritório do Centro Wiesenthal em Israel.
- Confirmo que Laszlo Csatary foi identificado em Budapeste - declarou Efraim Zuroff. - O jornal “The Sun” pôde fotografá-lo e filmá-lo graças às informações que fornecemos em setembro de 2011 - acrescentou.
Em 1944, Csatary foi comandante da Polícia Real na cidade de Kassa, na Hungria. A cargo de um gueto judeu, ele ajudou a organizar a deportação de cerca de 15.700 pessoas para Auschwitz. Segundo documentos descobertos pelo Centro Simon Wiesenthal, no campo de concentração, ele batia em mulheres com um chicote que carregava em seu cinto e as obrigava a cavar valas no chão congelado com as próprias mãos.
Após a vitória dos Aliados, Csatary fugiu para Kassa - agora rebatizada de Kosice, na Eslováquia. O comandante foi condenado à morte à revelia em 1948, por um tribunal tcheco, mas desapareceu misteriosamente após se esconder nas cidades canadenses de Montreal e Toronto. Com uma identidade falsa, dedicou-se a comercializar objetos de arte.
Jornal acha idoso em apartamento na Hungria
De acordo com uma reportagem exclusiva do tabloide “The Sun”, publicada neste domingo, Csatary vive em um apartamento de dois quartos em um bairro de Budapeste e fala Inglês com um sotaque canadense, depois de décadas vivendo em Montreal e Toronto. Ele abriu a porta apenas de meias e cuecas.
Quando perguntado se poderia justificar o passado, o idoso pareceu chocado e balbuciou “Não, não. Vá embora”. Questionado sobre o caso de deportação do Canadá, ele respondeu com raiva em inglês que não queria discutir o assunto.
Após expulsar a equipe de reportagem, Csatary deixou seu apartamento vestido elegantemente com calças cáqui, camisa e jaqueta cinza e branca, e tomou um bonde para um shopping próximo. Ele entrou em lojas e comprou um jornal de direita em um quiosque. Depois, passou quase duas horas conversando com uma amiga ruiva.
Ele se mudou para seu apartamento há algumas semanas, a pouco mais de um quilômetro da casa anterior, onde os vizinhos o chamavam de “Papa Csatary”. No novo lar, sua campainha é identificada como “Smith“. Mas por trás de uma porta de segurança, sua caixa de correio tem seu nome completo escrito à mão: “Smith L Csatary“.
Após ler a reportagem, Efraim Zuroff, diretor do Centro Wiesenthal, disse que o tempo nunca deve diminuir os crimes cometidos durante o Holocausto - ou desculpar os responsáveis de encarar a punição. De acordo com Peter Feldmajer, presidente da Comunidade judia húngara “milhares de famílias judias sentiram tristeza e mágoa por causa deste homem”.
- Seria uma desgraça para toda a nação húngara se Csatary tentasse escapar da justiça.
Topo da lista dos mais procurados
Em abril, o Centro Wiesenthal colocou o nazista no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do mundo. Há cerca de 15 anos, autoridades canadenses descobriram a verdadeira identidade de Csatary, e, por isso, ele voltou a desaparecer, desta vez escondendo-se na Hungria, segundo Zuroff, diretor do centro.
As informações sobre o paradeiro de Csatary foram enviadas em setembro de 2011 à promotoria da capital húngara. O vice-procurador de Budapeste, Jenö Varga, não confirmou a informação, limitando-se a declarar que “existe uma investigação em andamento”.
- Há 10 meses, um informante nos deu elementos que nos permitiram localizar Laszlo Csatary em Budapeste. Este informante recebeu US$ 25 mil em troca de informações que permitissem encontrar criminosos nazistas - disse Zuroff.
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