sábado, 31 de dezembro de 2016

ATUALIZAÇÃO - Abrangência nas postagens do blog



Bom, gostaria de mencionar a todos que frequentam o  blog "A Vida no Front", que a pagina deu um passo a mais há alguns dias, mas só hoje venho fazer uma postagem sobre o assunto.

Como facilmente é notado, estou um período um pouco ausente, postando bem menos, pois estou envolvido em alguns projetos pessoais, dedicando um bom tempo em alguns estudos extra blog. Mas isso não deixou de me afastar da pagina.

Devido ao assunto 2ª Guerra Mundial / Holocausto / Genocídio serem temas que tem uma quantidade maior de publicações, com estudos por diversos grupos e uma gama de sites e livros falando sobre o assunto, decidi expandir o conteúdo do blog para outros assuntos que envolvam os mais diversos conflitos militares, questões geopolíticas, relações internacionais, poder nacional, defesa, segurança internacional, armamentos, tropas e afins, sem necessariamente ficar atrelado a uma recorte temporal. Portanto, depois de bastante tempo refletindo -  a alguns anos, para ser mais preciso - , decidi dar um upgrade na pagina, pois os assuntos poderão ser mais fluidos, sem se deter a apenas um conflito. 

Hoje, no atual cenário mundial, está ocorrendo uma série de conflitos que não podem deixar de serem citados, e com isso analisados os antecedentes que podem ter provocado ou auxiliado a ocorrência do mesmo. Outros assuntos também vão ser tratados, que envolvam no escopo conflitos militares nos mais diversos locais do mundo e nas mais diversas datas. Os assuntos de 2ª Guerra Mundial / Holocausto / Genocídio serão mantidos normalmente, só novos temas serão somados, sem prejuízo alguns para os leitores do blog.

Nessa nova empreitada, soma-se a mim (Daniel Moratori), meu amigo Roberto, que é um dos colaboradores do Holocausto.doc e passará a contribuir aqui também (tendo a liberdade de postar, sem que ocorra a supressão pela minha parte na sua forma de pensamento e ideologia).

Enfim, acho que isso só tende a somar na qualidade.
(depois devo escrever mais alguma coisa)

Daniel Moratori




sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

domingo, 30 de outubro de 2016

A história por trás das impactantes imagens de Saida Ahmad Baghili, símbolo da fome e a tragédia do Iêmen

As impressionantes imagens capturadas pelo fotógrafo da Reuters, Abduljabbar Zeyad, obrigaram o mundo a voltar os olhos, ainda que só por um momento, à gigantesca tragédia humanitária que está tendo lugar no Iêmen. Conseguiram fazer alguma diferença?

O estado de Saida Ahmad Baghili, de 18 anos,
recorda os estragos que a fome está causando no Iêmen
Chama-se Saida Ahmad Baghili, tem 18 anos, e da cama do hospital no Iêmen conseguiu que o mundo tenha atenção - ainda que só por um instante - para a crise humanitária que afeta este país árabe.

A imagem acima ocupou a capa do prestigioso diário inglês The Times na quinta-feira.

E, nos últimos dias, essa e outras fotos de Saida também apareceram em outras publicações e foram compartilhadas abundantemente nas redes sociais.

"Milhões morrem de fome na 'guerra esquecida'", título do The Times para se referir ao conflito que azota o Iêmen há mais de dois anos, quando rebeldes houthies tomaram o controle da capital, Saná.

Mas as comoventes imagens de Saida são um poderoso convite para não continuarmos fechando os olhos.

Saida foi fotografada pela agência Reuters num hospital de Houdieda, no Iêmen
O governo iemenita terminou de ser derrocado em fevereiro do ano passado e, desde então, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita - e respaldada pelo Ocidente - esteve combatendo os rebeldes.

E mais de 6800 pessoas morreram e umas 35 mil ficaram feridas, fundamente como resultado de seus bombardeios.

Ao mesmo tempo, 3,1 milhões de iemenitas também tiveram que abandonar seus lares e segundo as Nações Unidas (ONU) umas 14 milhões de pessoas já sofrem de insegurança alimentar.

Mais de dois milhões - entre eles 1,5 milhões de crianças - estão desnutridos.

E Saida, a quem a agência Reuters fotografou num hospital de Houdieda, tornou-se seu rosto.
Este retrato de Saida Ahmad Baghili, de 18 anos, dá conta
dos estragos causados pela fome provocada pela guerra no Iêmen
"A foto (acima) foi tomada por um de nossos fotógrafos no Iêmen, Abduljabbar Zeyad", contou à BBC o chefe de fotografia para África e Oriente Médio da Reuters, Russell Boyce.

"É uma das sete poderosas imagens que distribuímos entre nossos clientes de todo o mundo", explicou.

E Boyce destaca a dignidade que Saida mostra nessa imagem, na qual posa erguida frente à câmara, "apesar de que aparece muito, muito magra, e que está sofrendo".

Para o diretor de fotografia para o Oriente Médio da Reuters,
Russell Boyce, as impactantes fotos também transmitem um pouco de esperança
"É importante saber que esta mulher está sendo atendida: sua tia estava ali, sua mãe estava ali, sua prima estava ali", contou também Royce.

"Assim que além de ser imagens chocantes, também têm um elemento de esperança", disse. "E creio que isso se nota nas imagens".

80% da população do Iêmen depende da ajuda humanitária
Segundo Boyce, os fotógrafos da Reuters cobrem o conflito no Iêmen todos os dias, em suas diferentes expressões.

"Às vezes é o impacto de um bombardeio, em outras ocasiões são protestos, mas é algo que fazem todos os dias", explica.

"Mas quando alguém se encontra com imagens como esta, que nos detém por um golpe, há que parar e pensar um pouco mais, averiguar mais, explicar mais, porque creio que fotos tão poderosas como estas plantam perguntas que há que se contestar", disse ele à BBC.

As imagens foram capturadas no último 25 de outubro
Neste caso, as perguntas plantadas pela indigente situação de Saida, são óbvias.

A pergunta é quanto terá que esperar ela, e o resto dos habitantes do Iêmen, antes que o mundo encontre respostas.

Fotos: Reuters
29 de outubro de 2016

Fonte: BBC/24 horas (Chile)
http://www.24horas.cl/noticiasbbc/la-historia-detras-de-las-impactantes-imagenes-de-saida-ahmad-baghili-simbolo-del-hambre-y-la-tragedia-de-yemen-2177363
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Rússia revela primeiras fotos dos novos mísseis 'Super nucleares' capazes de quase "aniquilar o estado de Nova York"



Os mísseis RS-28 Sarmat substitui os SS-18 Satan em uso desde a Guerra Fria.

A Rússia revelou o seu maior míssil nuclear que é dito ser poderoso o suficiente para quase destruir uma área do tamanho do estado de Nova York com uma única explosão.

O presidente Vladimir Putin quer substituir o envelhecido arsenal de armas SS-18 Satan, que foram originalmente encomendados pela URSS em 1974 do país, com uma nova geração de super-mísseis RS-28 Sarmat.

As novas armas virá com até 16 ogivas nucleares de acordo com imagens divulgadas pelo Makeyev Rocket Design Bureau.

Os mísseis, que vão entrar em serviço em 2018, fará com que as bombas que mataram pelo menos 129.000 pessoas em Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra Mundial pareçam "armas de brinquedo", de acordo com um especialista.

Dr. Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro para Política Econômica, disse em um post de blog que a nova classe de mísseis seria poderoso o suficiente para "apagar três quartos do estado de Nova York durante milhares de anos".

Em uma declaração ao lado das fotos, a Makeyev Rocket Design Bureau disse à agência de noticias estatal Sputnik Internacional: "De acordo com o decreto do Governo russo" na ordem de Defesa do Estado para 2010 e o período de planejamento 2012-2013 ", o Makeyev Rocket Design Bureau foi instruído a começar a concepção e desenvolvimento de trabalho no Sarmat.

"Em junho de 2011, o Ministério da Defesa russo assinou um contrato de estado para o desenvolvimento do Sarmat.

"O sistema de mísseis estratégicos em potencial está a ser desenvolvido, a fim de criar uma dissuasão nuclear segura e eficaz para as forças estratégicas da Rússia."

Ele vem como quando as tensões entre a Rússia e o Ocidente quando estão no seu pior desde o fim da Guerra Fria sobre o comportamento da Rússia na Síria e na Ucrânia.


Zvezda TV, um canal de notícias executado pelo Ministério da Defesa do país, advertiu: "Esquizofrênicos da América estão afiando as armas nucleares para Moscou."

Ao longo de três dias, o exercício executado pelo Ministério da Defesa Civil, Emergências e Eliminação de Consequências de Catástrofes Naturais (EMERCOM) envolveu a participação de 200.000 pessoas de emergência e 40m de civis russos.

Fonte: 
http://www.independent.co.uk/news/world/politics/russia-nuclear-missiles-sarmat-satan-nuclear-war-cold-war-putin-us-a7378876.html

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

As raízes históricas e atuais da guerra do Iêmen

Homem carrega garoto atingido durante fogo cruzado
Foto: BBC
Iêmen é o país árabe mais pobre. Segundo conta Ptolomeu, foi fértil, úmido e rico há muitos séculos. Daquele local chegava o incenso, mirra, ouro, marfim e seda. No século VIII, o Reino de Sabá, com capital em Ma'rib, alcançou um grande poder devido à sua localização geográfica entre a Índia e o Mediterrâneo, o que lhe permitiu crescer com o monopólio do tráfico de especiarias.

Atualmente, acaba de se declarar um alto ao fogo da Guerra Civil que começou em 2014. Contudo, o conflito armado recomeçou com força com um aumento considerável de vítimas entre os civis nas últimas semanas. Segundo as Nações Unidas, morreram cerca de 1400 pessoas desde o começo da guerra, a maior parte civis. Outras fontes falam de 6300 mortos e uns 10% de refugiados entre 26 milhões de habitantes.

E antes: quantas guerras civis ocorreram no Iêmen durante o século XX e quantas mortes ocorreram? A Guerra Civil de 2014 não surgiu do nada. Não é consequência da tomada da capital, Saná, pelos houthis, nem das revoluções árabes. Entender a situação atual do conflito, e porque foi gerado, implica uma enorme dificuldade. E do Iêmen, infelizmente, sabe-se muito pouco; ou melhor, interessa muito pouco.

A não resolução e nefasta gestão dos conflitos armados e tribais, as ingerências históricas de países como Egito, Arábia Saudita e Grã-Bretanha, sobretudo, criaram um mapa muito complicado. Em 1990, unificou-se à República Árabe do Iêmen, o Iêmen do Norte com a República Popular do Iêmen ou Iêmen do Sul.

O Iêmen do Norte alcançou a independência em 1918 com a participação do Império Otomano e foi objeto depois do domínio de nacionalistas (defendidos pela Arábia Saudita) e republicanos (defendidos pelo Egito de Nasser). Iêmen do Sul fez parte do protetorado britânico até 1967 e se constituiu como o único Estado árabe comunista a partir de 1969.

Nos anos 70, agudizaram-se os enfrentamentos entre os dois estados, o que gerou duas guerras civis, em 1972 e 1979. A queda da União Soviética acelerou a união dos dois em 1990. Contudo, a convivência não foi fácil e deu lugar a uma nova guerra civil em 1994 na qual o norte impôs sua hegemonia.

Por razão das revoluções árabes, os iemenitas se rebelaram contra o regime corrupto do presidente Ali Abdullah Saleh através de manifestações pacíficas reprimidas violentamente pelo governo. A transição democrática prometida não foi obtida e continuaram os protestos. Em 2012, destituiu-se Saleh e assumiu a presidência Abd Rabbuh Mansur al-Hadi depois de um referendo. Iêmen foi se debilitando ainda mais econômica e socialmente.

Neste contexto, os rebeldes houthis conquistaram a capital de Saná em meio a protestos da população contra a alta da gasolina. Em 2015, dissolveram o Parlamento e Hadi se viu obrigado a renunciar seu cargo, ainda que mais tarde tenha conseguido fugir para Áden e revogou sua renúncia. Os separatistas do sul e das forças leais a Hadi, com sede em Áden, enfrentaram-se contra os houthis, leais a Saleh. Assim começou a última guerra civil.

Os houthis são xiitas da minoria zaidita, ramificação do Islã surgida no século VIII. Foram um movimento religioso, têm uma facção armada e constituem um movimento social. Sua importância no Iêmen é grande pois, devido a dita ramificação, são seguidos por um terço dos habitantes.

No país imperou desde sempre uma estrutura tribal, sobretudo no norte, onde se encontram as duas tribos mais importantes, zaiditas. Milhares de pessoas seguem respeitando a opinião dos jegues ou chefes das tribos, a quem podem chegar a legitimar ou não opções de governo. Como foi o caso de Saleh (também zaidita), a quem foi respaldado pelos houthis quando foi eleito presidente da República Árabe do Iêmen nos anos 70. A ideia de um Estado central é recente e alheia ao corpo político e social do país.

A politização dos houthis se produziu como consequência da invasão estadunidense do Iraque em 2003. Seu líder, Hussein al-Houthi, fomentou o sentimento antiamericano e lançou uma revolta armada contra o presidente Saleh, a quem apoiava Washington. Saleh livrou passou por seis guerras contra os houthis desde o ano de 2010.

Ao objetivo inicial de defender os direitos da minoria zaidita e a crescente predicação dos sunitas, somaram-se vinganças tribais e interesses econômicos por controle do contrabando e o tráfico de pessoas com a Arábia Saudita. As revoluções árabes abriram o caminho para trasladar as reclamações dos houthis à capital, que tomaram facilmente devido ao mal-estar dos habitantes contra a corrupção e a supressão dos subsídios aos carburantes.

Em março de 2015, depois da tomada dos houthis das cidades de Taiz e Moca e a fuga de Hadi do país, uma coalizão internacional guiada pela Arábia Saudita lançou operações militares aéreas para restaurar o governo de Hadi. Os Estados Unidos prestaram seu apoio logístico para a campanha. De novo a Arábia Saudita intervinha nos conflitos do Oriente apoiada pelos EUA.

Arábia Saudita se encontra atualmente num estado de grande vulnerabilidade. Deve resolver vários problemas internos e externos. Entre eles, manter suas fronteiras e sua unidade. Assim tenta abolir diferenças regionais, como a região de Jizan-Asir-Najran, limítrofe com o Iêmen, que passou para as mãos dos sauditas em 1990 e agora tenta de novo ser parte do Iêmen. A isto se somam, as medidas fiscais que se fixaram para contrapor a baixa do preço de petróleo num contexto de pobreza e desemprego. Além disso, há a rivalidade com o Irã, mais próxima de um enfrentamento geopolítico que de um sectário e religioso entre sunitas e xiitas.

Ambos países competem pela influência regional no Golfo Pérsico em concreto e Oriente Médio em geral, e utilizaram os conflitos dos estados árabes, Iêmen e Síria sobretudo, para potencializar sua influência na região.

Human Rights Watch esteve nos lugares dos bombardeios desde que começou a campanha aérea dos sauditas e encontraram restos de sistemas e bombas fabricadas nos EUA, agora mesmo, o o sub-administrador central de armas da Arábia Saudita e dos outros países do Golfo. Provavelmente, matar uma centena de pessoas com uma bomba porque estão próximas de um grupo de combatentes deveria ser considerado crime de guerra e ser investigado.

A quem beneficia esta ofensiva? Aparentemente a Al-Qaeda e o Daesh (Estado Islâmico). Outro Estado falido do qual se beneficiam grupos terroristas. Obama apresentou há alguns meses o caso do Iêmen como exemplo do que pretendia fazer no Oriente Médio para lutar contra o Daesh: colaborar com governos sem necessidade de usar forças norte-americanas de terra.

Em resumo, não se assiste a um conflito único. O mal-estar provém do mosaico de lutas pelos poderes regionais, locais e internacionais, consequência, tanto dos acontecimentos recentes, como do passado. Talvez porque nem Emirados Árabes nem Arábia Saudita são responsáveis de construir o Iêmen moderno, a tarefa segue pertencendo aos iemenitas.

Patricia Almarcegui; 15/08/2016 - 19:25h
Milicianos houthis em Saná, Iêmen. EFE
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Fonte: Eldiario.es (Espanha)
http://www.eldiario.es/zonacritica/raices-historicas-guerra-Yemen_6_548455160.html
Título original: Las raíces históricas y actuales de la guerra de Yemen
Tradução: Roberto Lucena

Observação: achei o texto 'mais ou menos', porque tenho o péssimo hábito de ir lendo à medida que traduzo (quando acho que um texto interessante, faço isso), e parto do princípio de que é melhor termos 'algo' do que 'coisa alguma'. Depois vejo se consigo colocar informação adicional ao texto. Fiz a escolha porque tenho em boa conta esse jornal da Espanha. E como podem notar, a cobertura desses conflitos mundo afora é pífia no Brasil devido à mídia podre e provinciana que temos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Diário de chefe da SS encontrado na Rússia revela atrocidades de dia a dia nazista



Vieram a público recentemente detalhes arrepiantes da vida diária de Heinrich Himmler, o chefe da SS nazista que mandou milhares de judeus para a morte no Holocausto.

O tabloide alemão Bild está publicando uma série de trechos do diário de guerra de Himmler, recentemente descobertos na Rússia.

Um dia, escreveu Himmler, ele recebeu uma massagem antes de ordenar a execução de dez poloneses. Ele também relata ter curtido um lanche no campo de concentração de Buchenwald.

Ele ainda conta no diário ter ordenado que cães fossem treinados para "despedaçar pessoas" no campo de concentração de Auschwitz.

Historiadores devem publicar os diários em um livro no ano que vem, com notas explicativas.

Himmler estava no círculo mais próximo de Adolf Hitler e tinha o título e de "Reichsfuehrer SS". Ele comandou os esquadrões que assassinaram judeus, poloneses, soviéticos, ciganos e outros grupos classificados como "racialmente inferiores".

Os diários estão sendo estudados pelo Instituto Histórico Germânico de Moscou. Eles cobrem os anos de 1938, 1943 e 1944 e foram achados em um arquivo do Ministério da Defesa da Rússia em Podolsk, uma cidade ao sul de Moscou.

Historiadores já haviam examinado os diários de Himmler referentes aos anos de 1941, 1942 e 1945 - mas eles não sabiam da existência dos outros até recentemente.

A descoberta é considerada muito importante e os diários têm sido comparados aos do chefe de propaganda nazista Joseph Goebbels.

O pesquisador alemão Matthias Uhl disse que ficou impressionado ao constatar que Himmler dedicava grande preocupação com o bem estar de seus colegas da SS, familiares e amigos - enquanto implementava meticulosamente assassinatos em massa.

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/geral-36961171



Diários de Himmler: massagens, visitas à amante e execuções


Cadernos com rotina do líder das SS estiveram esquecidos durante mais de sete décadas num arquivo militar russo.

Para Heinrich Himmler, um dia de trabalho normal começava sempre com uma massagem do seu médico, Felix Kersten. O líder das SS, encarregue por Adolf Hitler de gerir o extermínio dos judeus durante a II Guerra Mundial sofria de dores de estômago crónicas e esta era a forma que encontrara de as aliviar. A rotina do oficial nazi foi agora revelada pelo jornal alemão Bild depois de analisar os seus diários de 1938, 1943 e 1944, nos quais ficamos a saber que depois das massagens matinais, Himmler se dividia entre chamadas para a mulher e filha, visitas à amante, encontros com oficiais SS ou idas a campos de concentração.

Esquecidos durante mais de sete décadas nos arquivos militares russos de Podolsk, a sul de Moscovo, os diário levados pelos soviéticos no fim da guerra constituem uma espécie de relato da "banalidade do mal", usando a frase de Hannah Arendt escreveu no seu livro sobre o julgamento de Adolf Eichmann, o homem que Himmler escolheu para organizar o dia-a-dia da Solução Final.

Casado com Margaret, a quem chamava Mami, Himmler quase todos os dias ligava à família que apenas visitava algumas vezes por ano no sul da Alemanha. E nunca esquecia Püppi (Boneca), a alcunha que dava à filha Gudrun. Mas os dias do homem que antes de se juntar às SS foi vendedor de fertilizante também passavam pelas visitas à amante e mãe de dois filhos, a antiga secretária Hedwig Potthast, que nunca é no entanto referida pelo nome nos diários, limitando-se Himmler a escrever que estava "em trânsito", quando viajava até à sua casa em Berchtesgaden.

Arquivadas na Rússia como Dnevnik (ou "Diário", em russo), as mais de mil páginas escritas por Himmler revelam a sua crescente influência na estrutura do regime nazi. Quando assumiu a chefia das SS em 1929, estas tinham menos de 300 homens, mas depressa o filho de um professor bávaro fez delas uma força paramilitar com mais de um milhão de homens. Meticuloso e organizado, Hitler nomeou-o ministro do Interior, entregou-lhe a gestão da Gestapo, a polícia política do regime nazi, e a supervisão dos campos de concentração.

No dia-a-dia, Himmler alinhava reuniões com oficiais das SS e entre um telefonema à família e um jogo de cartas ao fim do dia, Himmler assinava ordens de execução e ordenava o envio de milhões de pessoas para os campos de concentração. Uma das entradas do diário termina com a decisão do oficial de mandar executar dez polícias polacos por não terem ripostado quando a sua esquadra foi atacada, numa Polónia sob ocupação nazi.

As idas as campos de concentração eram muitas vezes apenas identificadas como "inspeções", mesmo quando, como a 2 de fevereiro de 1943, se referiam à ida de Himmler a Sobibor onde assistiu à morte de 400 mulheres e raparigas numa câmara de gás, cuja eficácia estava a testar. Já numa ida a Buchenwald, Himmler escreveu que tomara "um snack no café SS-Casino".

De um homem tão cruel já se sabia, no entanto, que não gostava muito de ver sangue. Após a análise deste diários ficamos ainda saber que Himmler esteve à beira de desmaiar durante a execução de um grupo de judeus em Minsk, na atual Bielorrússia, quando o cérebro de uma das vítimas lhe sujou o casaco.

Nos últimos meses, o Instituto de História Alemão, em Moscovo, analisou os diários, cuja autenticidade veio a comprovar. "A importância destes documentos é darem-nos uma melhor compreensão estrutural da última fase da guerra", explicou ao The Times Nikolaus Katzer, o diretor do instituto.

A descoberta destes diários surge dois anos depois de um conjunto de cartas de Himmler enviadas à mulher e à filha, bem como fotografias e até um livro de receitas pertencentes ao oficial nazi, terem sido descobertos em Israel. O tom leve e até divertido com que se dirigia à família - assinando as cartas com "beijos, Heini!"- contrastam com a imagem de carniceiro que ficou para a história.

Muitas vezes fotografado ao lado de Hitler, Himmler, facilmente reconhecível graças aos óculos redondos, foi capturado pelas forças britânicas no fim da guerra quando tentava fugir da Alemanha com documentos falsos. Levado para interrogatório, acabou por se suicidar mordendo uma cápsula de cianeto que tinha num dente. A sua filha Gudrun, hoje com 86 anos, continua a viver em Munique, onde dá apoio a criminosos de guerra nazis.

Fonte:http://www.dn.pt/mundo/interior/diarios-de-himmler-massagens-visitas-a-amante-e-execucoes-5318656.html

domingo, 31 de julho de 2016

A Guerra do Líbano (Documentário - Al Jazeera)

Antes de mais nada, a quem estranhar a presença nova neste blog, o Daniel me fez o convite pra participar do blog explorando os demais conflitos do século XX (e também da Era Moderna), uma vez que o nome do blog é bem abrangente (A Vida no Front) e não se restringe à Segunda Guerra. Como ele não comentou, e não anunciou a mudança no blog (no caso, a ampliação do foco de temas do blog), deixo esse comentário aqui fazendo a apresentação. Faço parte deste outro blog (Holocausto-Doc).

Pra dar o pontapé inicial, ampliando a abordagem do blog, lembrei de um documentário em 15 partes produzido pela TV Al Jazeera (do Catar, TV bem conhecida no mundo por cobrir o Oriente Médio pela ótica da região, e também reconhecida por sua qualidade), de 2002, sobre a Guerra Civil libanesa. Dirigido por Omar Al Issawi (jornalista, diretor e produtor, trabalhou na BBC), site oficial dele:
http://www.issawi.net/documentaries.html

Ficha breve do documentário tirada do site dele (traduzida):
"Harb Loubnan, War of Lebanon" (A Guerra do Líbano)

Harb Loubnan, "the War of Lebanon", é um marco como documentário e cronológico da guerra civil do Líbano. Foi o primeiro documentário deste porte e natureza produzido e transmitido no mundo árabe.
A série, composta por 15 programas de uma hora de duração, foi produzida e dirigida por Omar al-Issawi para o canal Al Jazeera. Ele foi disponibilizado comercialmente em VHS e DVD. O conjunto incluíam um CD da trilha musical original do documentário. Legendas em inglês e francês foram incluídas no DVD.
Como citado acima, o nome do documentário em inglês é "War of Lebanon" (Harb Loubnan, "A Guerra do Líbano"), que, se não me engano, cobre os 15 anos de guerra civil no Líbano e o estrago causado pelo conflito (digo "se não me engano" pois faz tempo que o assisti e não lembro bem do final) bem como depoimentos dos 'atores' (bandos, membros) que participaram do conflito narrando a "evolução" do mesmo.

O ponto negativo dos vídeos, pro público lusófono, é que os vídeos só possuem legenda (embutida) em inglês (das cópias da web). Ninguém traduziu as legendas pro português ou mesmo pro espanhol (que ajudaria e muito). O ponto positivo é que acho que é um dos documentários mais completos do conflito. Caso alguém tenha interesse em o legendar, fica a indicação.

Encontram-se as cópias do Documentário no Youtube (legendas embutidas em inglês), seguem os links abaixo em 15 partes. Há duas fontes aparentemente, só irei colocar o primeiro vídeo em aberto e logo abaixo deste eu coloco o link dos vídeos em "Playlist" (pra serem vistos em sequência, de um outro canal):

The Lebanese Civil War -- Baptism by Fire - 01/15

(A Guerra Civil do Líbano - Batismo de fogo, parte 01 de 15)


Ver todos os vídeos da série:
https://www.youtube.com/watch?v=ege2FXFVeGI&list=PL56533E50179ADBC3



Adendo: a ser colocado depois.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Grupo extremista no Brasil declara apoio ao Estado Islâmico


Informação foi dada pelo SITE, de Rita Katz, nesta segunda-feira.

Um grupo extremista no Brasil declarou lealdade ao Estado Islâmico (EI, ex-Isis) e criou um canal chamado "Ansar al-Khilafah Brazil" na rede social Telegram, que se assemelha ao popular WhatsApp. A informação foi divulgada pela especialista norte-americana em monitoramento de atividades terroristas na web Rita Katz, do SITE, nesta segunda-feira.

De acordo com Katz, esta é a primeira vez que uma organização anuncia aliança com o Estado Islâmico na América do Sul e declara submissão ao líder do califado, Abu Bakr al-Baghdadi.

Dentro do canal no Telegram, o "Ansar al-Khilafah Brazil" comentou que, "se a polícia francesa não consegue deter ataques dentro do seu território, o treinamento dado à polícia brasileira não servirá em nada", referindo-se ao apoio que agências internacionais de inteligência têm oferecido ao governo brasileiro na prevenção de ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Em um post no Twitter, Katz ressaltou que o grupo está aproveitando o momento para espalhar a ideologia extremista antes da competição esportiva. No fim de maio, o Estado Islâmico criou o primeiro canal em português da organização, também dentro do Telegram. A página, para propaganda do califado, é uma versão em português do já existente "Nashir Channel".

Fonte: reprodução.
Procurada pela ANSA , a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ainda não retornou ao contato sobre a suposta aliança de um grupo no Brasil ao Estado Islâmico. 

O cientista político Heni Ozi Cukier, professor de Relações Internacionais da ESPM, disse em entrevista à ANSA que qualquer ameaça precisa ser verificada para se constatar se é falsa ou real. "Pode ser só uma oportunidade de aterrorizar antes dos Jogos", afirmou, destacando, porém, que, caso seja verdadeira, o Brasil precisa aumentar sua vigilância.

Na semana passada, a Assembleia Nacional da França publicou o relatório de uma audição com o chefe da Direção de Inteligência Militar (DRM), general Christophe Gomart, no qual o especialista admitia ter informações de que o Estado Islâmico planejara um atentado contra a delegação francesa durante os Jogos. As Olimpíadas do Rio de Janeiro ocorrerão entre os dias 5 e 21 de agosto.

Devido ao massacre em Nice há quatro dias, quando Mohamed Bouhlel atropelou uma multidão e matou 84 pessoas, o governo brasileiro adotou medidas extras de segurança para os Jogos. Ontem (17) foi realizado o terceiro treinamento de forças conjuntas para simular a cerimônia de abertura, que ocorrerá no Maracanã.

A estimativa é de que cinco mil homens da Força Nacional de Segurança Pública e 21 mil oficiais das Forças Armadas, além do contingente fixo do Rio de Janeiro, façam a segurança durante os Jogos Olímpicos.

FONTE:
https://noticias.terra.com.br/brasil/policia/grupo-no-brasil-declara-apoio-ao-estado-islamico,e92750d714e4a43bd8ae86299d5c84e19zhp0lxx.html

Noticia no "SITE":
https://news.siteintelgroup.com/Jihadist-News/ansar-al-khilafah-brazil-pledges-to-is-leader-baghdadi-promotes-is.html

OBSERVAÇÂO: Agora é só esperar e ver se isso não será um Hoax, já que não apareceu nenhum vídeo do suposto grupo.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Tentativa de golpe de Estado na Turquia

Homem se deixa diante de tanque em Istambul. (STRINGER REUTERS)
Hoje, dia 15 de julho de 2016, está em curso uma tentativa de golpe de Estado por uma parcela do Exército turco. Vários setores das forças armadas se levantaram contra o atual governo e estão na tentativa de assegurar a tomada de poder. Os soldados controlaram os aeroportos internacionais de Ancara e Istambul, que estão encerrados e os voos foram todos cancelados.
O governo de Erdogan assegura que os rebeldes pagarão um alto preço pelo levante, e acusa entre varias pessoas e grupos, o clérigo muçulmano Fethullah Gülen, uma das principais vozes da oposição.
O presidente pediu aos seus partidários que saíssem as ruas para tentar frear o levante. Os apoiadores de Erdogan e os contra o golpe saíram as ruas, fazendo grande resistência ao golpe, mas ouve repressão por parte dos soldados, como tiroteio, atropelamentos e helicópteros atirando na multidão. Num ataque de helicóptero em Ancara, ao menos 17 policiais foram mortos, segundo o New York Times.

Seguem algumas noticias e videos mostrando o que está acontecendo hoje:

http://www.liveleak.com/view?i=da3_1468636610 (blindado passando por cima de civis)
http://www.liveleak.com/view?i=7db_1468629548 (mortos na rua por blindados e tiros)
http://www.liveleak.com/view?i=cc3_1468619901
https://twitter.com/MuradoRT/status/754126814692438016
https://www.facebook.com/RTnews/videos/10154499376829411/
http://www.liveleak.com/view?i=dc4_1468623724 (Helicóptero atirando em civis)
http://www.liveleak.com/view?i=08a_1468625165 (Tiroteio sobre a multidão de civis)
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/15/internacional/1468612953_710585.html
http://www.dn.pt/mundo/ao-vivo/interior/turquia-movimentos-militares-em-ancara-e-istambul-pm-fala-de-golpe-de-estado-5287811.html
http://www.jn.pt/mundo/interior/provavel-golpe-de-estado-na-turquia-5287812.html
http://www.dn.pt/mundo/ao-vivo/interior/turquia-movimentos-militares-em-ancara-e-istambul-pm-fala-de-golpe-de-estado-5287811.html

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Morreu Elie Wiesel, sobrevivente do Holocausto e Nobel da Paz

Elie Wiesel sobreviveu aos campos de concentração nazis da II Guerra Mundial e tornou-se um influente ativista e autor.

Eliezer “Elie” Wiesel, sobrevivente dos campos nazis do Holocausto, vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1986 e activista pelos direitos humanos, morreu este sábado aos 87 anos, de acordo com o Museu Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Israel.

Nascido em 1928 na Roménia, Wiesel ficou conhecido por manter vivas as suas memórias do Holocausto com o livro Noite, baseado nas suas experiências enquanto adolescente nos campos de concentração de Auschwitz, Buna, e Buchenwald, e pelo papel determinante que teve em promover a educação sobre o Holocausto.

Wiesel “deu expressão à vitória do espírito humano sobre a crueldade e o mal, através da sua extraordinária personalidade e dos seus livros fascinantes”, reagiu o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que diz ter sido “abençoado” por ter conhecido o Nobel da Paz e ter podido aprender “pessoalmente” com ele.

“Na escuridão do Holocausto, na qual os nossos irmãos e irmãs foram mortos — seis milhões —, Elie Wiesel foi um raio de luz e um exemplo de humanidade que acreditava na bondade das pessoas”, acrescentou Netanyahu, num comunicado divulgado pela imprensa israelita.

Foto REUTERS/Jason Reed/File Photo
Quando lhe atribuiu o Nobel da Paz, o Comité Norueguês explicou que o Prémio lhe era devido pelo “trabalho em defesa da paz, da redenção e da dignidade humana”.

O ex-Presidente de Israel Shimon Peres lembrou alguém que “sobreviveu aos maiores horrores da humanidade e escolheu dedicar a sua vida a espalhar a mensagem – ‘nunca mais’”.

Wiesel fez parte do Conselho de Memorial do Holocausto dos Estados Unidos entre 1980 e 1986 e teve um grande papel na criação do Museu do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, em Washington. À entrada do museu, figuram as suas palavras: “Pelos mortos e pelos vivos, temos que passar o testemunho”. Durante a sua vida, usou o seu estatuto de sobrevivente do Holocausto para falar não só sobre este acontecimento, como para chamar a atenção sobre outras situações de genocídio em todo o mundo, como em 2006, quando apareceu ao lado de George Clooney antes de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para alertar sobre a crise humanitária no Darfur.

Natural da cidade de Sieghet, a família de Wiesel sofreu as consequências da anexação da cidade por parte da Hungria em 1940, que obrigou todos os judeus a mudarem-se para dois guetos. Em Maio de 1944, os nazis, com a autorização da Hungria, deportaram a comunidade judaica de Sieghet para o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. Então adolescente, Wiesel foi enviado para o campo de trabalhos de Buna Werke com o seu pai, Shlomo Wiesel, onde foram forçados a trabalhar durante oito meses antes de ser transferidos para outros campos de concentração perto do final da guerra.

Shlomo Wiesel, subnutrido e com uma inflamação nos intestinos, morreu depois de ser violentamente agredido por um soldado alemão, a 29 de Janeiro de 1945. A mãe Sarah e a irmã mais nova Tzipora também não sobreviveram ao Holocausto, acontecimentos que viria a recordar no livro de memórias, em 1955.

Depois da guerra, Wiesel e outros jovens sobreviventes foram enviados para um orfanato em Écouis, França, pela organização humanitária judaica Oeuvre de Secours aux Enfants, onde viveu durante muitos anos e se reencontrou com a única família directa que lhe restava, as irmãs mais velhas Beatrice e Hilda.

Wiesel prosseguiu depois os estudos em literatura, filosofia e psicologia em Sorbonne, mas nunca chegou a concluí-los, tornando-se depois jornalista em várias publicações francesas e israelitas. Visitou o estado de Israel em 1949 como correspondente para o jornal francês "L’arche". e cobriu, ainda, o julgamento do nazi Adolf Eichmann para o jornal judaico "The Forward".

Apesar do efeito traumático que o Holocausto teve na sua vida, Elie Wiesel só começou a escrever sobre as suas vivências depois de uma conversa em 1954, com o Nobel da Literatura francês, François Mauriac. A primeira versão do seu livro tinha 800 páginas e tinha como título E o mundo ficou silencioso, originalmente escrita em iídiche. Wiesel escreveu em 1958, uma versão mais curta em francês, Nuit, que vendeu até hoje mais de seis milhões de exemplares e está traduzida em 30 línguas.Noite viria a formar parte de uma trilogia de memórias sobre o Holocausto, que incluiria Amanhecer eDia. Foram mais de 40 os livros de ficção e não-ficção escritos por Elie Wiesel.

Fonte:
https://www.publico.pt/mundo/noticia/elie-wiesel-sobrevivente-do-holocausto-e-nobel-da-paz-morre-aos-87-anos-1737093

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Os primeiros americanos a entrar em Berlim, durante Batalha de Berlim,1945.


Os primeiros americanos a entrar em Berlim foram dois civis: John Groth, um artista e correspondente de guerra do American Legion Magazine, e Seymour Freidin, do Herald Tribune de Nova York. Tinham dado um jeito de chegar a Berlim sem a sanção de russos ou americanos; atrás deles vinha um jipe carregado de soldados fotógrafos do exército americano. Pouco depois do almoço, Freidin, que falava iídiche, convencera um capitão soviético a deixá-los avançar até o coração da cidade. Sob uma "mórbida chuva amarela", passaram pelo arrasado aeródromo de Tempelhof. grande edifício branco da administração estava negro de fumaça e dezenas de aviões avariados jaziam na pista esburacada. 

As paredes estavam riscadas com cal, mostrando slogans nazistas: "Heil Werwolf!" ou "Mit unseren Führer zum Sieg!" (Com nosso Führer para a vitória!). Aqui e ali propagandistas russos haviam replicado com dizeres nitidamente desenhados, e sempre os mesmos: "Hitlers vem e vão, mas o povo germânico e o Estado germânico permanecem. Stalin." 

Soldados russos tomam posição em frente de 
um prédio em chamas na Frankfurter Allee.
Berlim, m
aio de 1945.
Homens do Exército Vermelho ovacionavam os dois jipes que subiam a Berlinerstrasse e aproximavam-se de Blucherplatz, um depósito de tanques esmagados, "com corpos incendiados ainda pendendo deles". A praça estava juncada de equipamento alemão abandonado —meias, roupas de baixo, fuzis, bombas, minas. O cheiro de "mel sobre arenque" da morte pairava sobre todas as pilhas de destroços. 

Os jipes desviavam-se cuidadosamente das crateras, até chegar a Wilhelmstrasse. O clarão dos edifícios em chamas iluminava em silhuetas irregulares contra o céu as minas. A distância, podiam ouvir o troar da artilharia e mais perto, o matraquear de metralhadoras. 

A Wilhelmplatz parecia um queijo Roquefort. A esquerda, Groth viu paredes calcinadas, cobertas com monte de escombros - a Chancelaria do Reich. preso bem alto na parede leste, a cavaleiro das crateras da praça, estava um enorme retrato em preto-e-branco de Stalin. Uma tela a óleo, representando o Führer, pendia inclinada na parede sul. Bandeiras russas, vermelho vivo, mas parecendo púrpura escuro sob a chuva, brotavam por toda parte, nas ruínas.

Os americanos estacionaram os jipes e puseram-se a examinar as ruínas. Freidin procurou em torno da chancelaria, tentando achar o corpo de Hitler, mas seria preciso uma turma tratores trabalhando durante uma semana, para remover todo o entulho. 

Os americanos voltaram a.t seus jipes e desceram a Unter den Linden, um vasto cenário de ruínas cinzentas e fumegantes. Mais acima, homens do Exército Vermelho passavam em grande número pelo Portão de Brandenburg a fim de limpar os últimos redutos alemães em Tiergarten. A única nota alegre era uma fileira de estandartes escarlates flutuando sobre o Portão de Brandenburg. O carro da vitória, lá em cima, estava irreconhecivelmente retorcido, com três de seus quatro cavalos tombados. A esquerda, o hotel Adlon era um esqueleto, e uma grande bandeira da Cruz Vermelha flutuava de uma janela superior, dando à região seu único toque de branco. 

Groth trepou pela barricada construída entre as colunas do imponente arco e acompanhou os russos até Tiergarten. A cena lembrou-lhe o campo de batalha da Floresta de Hurtgen, em 1944, com as árvores "espalhadas como palitos de fósforo" sobre os buracos e as trincheiras. De trás de uma parede arrasada, viu os russos atacarem através da fumaça. 

Alguns minutos depois das três horas, um silêncio aterrador envolveu o parque. Subitamente, ouviu gritos exultantes. Um oficial russo, deitado na lama, ergueu os olhos para Groth. Sorriu: "Berlin kaputt!" 

Transcrição: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)
TOLAND, John. Os últimos 100 dias - volume II, Editora Nova Fronteira, 1966. p.892-893

Livro - A Segunda Guerra Mundial 70 Anos Depois - Coletânea de Artigos


Fruto de um Seminário que organizado na UERJ no ano de 2015, afim de comemorar os 70 anos do fim do maior conflito da história do homem, o livro "A Segunda Guerra Mundial 70 Anos Depois", pretende atualizar os amantes da IIGM com as novas abordagens que a pesquisa nacional tem produzido sobre o referido tema. 


Os 15 artigos tratam de vários aspectos da Segunda Guerra Mundial, dentre eles a participação soviética, a relação brasileira com a Alemanha nazista, as resistências ao fascismo, a atuação da FEB, as resistências e os mitos.

O lançamento será no dia 22 de junho no Bistrô Multifoco às 19:00 - Avenida Mem de Sá, 126 Centro Rio de Janeiro.


Artigos na obra:

A “Boa Guerra”: Os Estados Unidos e a Segunda Guerra Mundial (Rodrigo Farias de Sousa) -

A Guerra Que Não Acabou (João Claudio Platenik Pitillo) -

A Participação Soviética na Segunda Guerra Mundial Retratada nos Livros Didáticos Brasileiros (Roberto Santana Santos) -

A Segunda Guerra Mundial e o Japão (Marina Magalhães B. L. da Silva) –

A URSS e a Formação das Democracias Populares (Luis Eduardo Mergulhão) -    

1ª Esquadrilha de Ligação e Observação: A Observação Aérea na Força Expedicionária Brasileira (Fábio Seccioso Araújo) -

História do Tempo Presente, História Pública e ensino de História: um caso em Magé – RJ (Sydenham Lourenço Neto/Vinícius da Silva Ramos) -

O Final da Segunda Guerra Mundial e o Início da Guerra Fria no filme Cortina de Ferro (Antonio Cícero Cassiano Sousa) –

O Mito da Conspiração Judaica e a Segunda Guerra Mundial (Ricardo Figueiredo de Castro) -

O Pensamento Diplomático, Político e Militar Brasileiro dos Anos de 1930 e 1940: O Caso da Aproximação com a Alemanha (Fernando da Silva Rodrigues/Andrea Helena Petry Rahmeier) -

O Serviço de Assistência Religiosa da FEB no Teatro de Operações na Itália durante a II Guerra Mundial (Rogério de Carvalho Lima) -

O Terceiro Reich: A Tomada do Poder e a Resistência (Francisco Carlos Teixeira da Silva) -

Participação do Brasil na II Guerra Mundial: 70 Anos da Vitória (Celso Péricles Fonseca Thompson)

Quem Ajudou Hitler (Ricardo Quiroga Vinhas) –

Terror e Banalidade do Mal (Renata Schittino)  -      

Alemanha reconhece genocídio armênio e irrita Turquia

Armênios em fuga durante a Primeira Guerra Mundial no que hoje é território turco

Quase por unanimidade, Parlamento alemão quebra tabu e aprova resolução que passa a chamar massacre de cristãos por otomanos na Primeira Guerra de genocídio. Ancara diz que decisão é erro histórico.

O Bundestag (Parlamento alemão) aprovou nesta quinta-feira (02/06), quase por unanimidade, uma resolução que classifica de genocídio o massacre perpetrado há um século pelo Império Otomano contra a minoria armênia.

Rapidamente rechaçada pelo governo turco como "um erro histórico", a decisão ameaça arranhar ainda mais as relações entre Ancara e Berlim, desgastadas no último ano devido à crise migratória e ao debate sobre que papel cada país deve ter no acolhimento de refugiados.

De maioria muçulmana, o atual Estado turco admite que cristãos armênios morreram em combates com soldados otomanos a partir de abril de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial. Mas rejeita declarações de governos estrangeiros que classificam as mortes – estimadas por historiadores entre 800 mil e 1,5 milhão – de genocídio.

"A resolução adotada pelo Parlamento alemão vai abalar seriamente as relações entre Alemanha e Turquia", afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Em tom ainda mais firme se manifestou o ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu: "O caminho para virar páginas escuras em sua própria história não é manchar a história de outros países com decisões parlamentares irresponsáveis e infundadas."

A resposta turca à resolução – aprovada com apoio de todos os partidos do Parlamento e apenas um voto contra – foi chamar de volta a Ancara seu embaixador em Berlim para consultas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, minimizou o atrito causado pela decisão."Há muitas coisas que conectam Alemanha e Turquia e, mesmo que haja diferença de opinião em um determinado tema, nossa relação, amizade e laços estratégicos são ótimos", afirmou Merkel, em entrevista coletiva ao lado do secretário-geral da Otan, Jens Soltenberg.

Até que a coalizão de Merkel decidisse impulsionar a resolução, no ano passado, a posição oficial do governo alemão era de lamentar o ocorrido, mas sem mencionar a palavra genocídio – nem de forma oral nem escrita. Num país em que a reconciliação com passado é reiterada todo momento, a postura era constantemente alvo de críticas.

Mas a Alemanha tem problemas com a palavra. Há tempos Berlim vinha se movimentando com muito cuidado sobre um terreno político minado. Não se queria estragar a relação com a Turquia, membro da Otan. Assim como o relacionamento com os mais de 3 milhões de cidadãos de origem turca que vivem na Alemanha. Há, ainda, o envolvimento alemão – então aliado do Império Otomano – na catástrofe dos armênios, que pode ser passível de pagamentos de reparações.

Genocídio dos armênios é a interpretação oficial em mais de 20 países, incluindo França, Suíça e Brasil. O termo "genocídio" foi definido pela ONU em 1948 como atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

RPR/dpa/ots
Fonte: http://www.dw.com/pt/alemanha-reconhece-genoc%C3%ADdio-arm%C3%AAnio-e-irrita-turquia/a-19300480

domingo, 19 de junho de 2016

Livro - Nazi Files

M.Books:  





















Título: Nazi Files
Formato: 17x24
Páginas: 164
Área de interesse: 1. História
2. Segunda Guerra Mundial
3. História da Humanidade
ISBN: 978-85-7680-282-2
Preço: R$ 69,00
NAZI FILES

Todos os Homens do Terceiro Reich

Histórias e Segredos Revelados

Biografias dos mais importantes colaboradores de Adolf Hitler no Terceiro Reich.

Este livro revela a história de cada um, mostrando como cada perfil psicológico foi determinante para as atitudes e as atrocidades cometidas.

• Adolf Hitler • Martin Bormann • Angela Raubal
• Eva Braun • Adolf Eichmann • Dietrich Eckart
• Hermann Göring • Albert Göring • Reinhard Heydrich
• Josef Goebbels • Amon Goeth • Heinrich Himmler
• Rudolf Höss • Josef Mengele • Leni Riefenstahl
• Ernst Röhm • Hjalmar Schacht • Albert Speer
• Franz Stangl • Rudolf Hess • Wilhelm Keitel e outros.

Os nazistas para controle e segurança de seu Partido Político mantinham arquivos completos de grande parte de seus principais líderes.

Os segredos e as revelações do status e da participação de cada um deles no Terceiro Reich, no Holocausto e na Segunda Guerra Mundial são mostrados em detalhes neste livro.





M.BOOKS DO BRASIL EDITORA LTDA
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Livro - Lembranças da Guerra: A História de uma jovem alemã que viu a guerra por dentro






Título: Lembranças da Guerra
Subtítulo:
Segunda Guerra Mundial
Autora: Irmgard Ruppel
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 120
Área de interesse: 1. Segunda Guerra Mundial
2. História
3. Biografia
ISBN: 978-85-7680-257-0
Preço: R$ 29,00


Irmgard Ruppel

LEMBRANÇAS DA GUERRA

A História de uma jovem alemã que viu a guerra por dentro

Esta é a história real de uma mulher que viveu a juventude na Alemanha Nazista. Irmgard Ruppel acompanhou de perto os acontecimentos que marcaram a Segunda Guerra Mundial.

Nestas lembranças, a autora descreve sua infância feliz em uma família alemã bem estruturada e, mais tarde, a convivência com personalidades importantes do regime Nazista.

Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos alemães não aprovavam as atrocidades que os Nazistas perpetravam. A Inteligência Nazista montou uma rede de espionagem para identificar pessoas com ideias opostas ao regime. Seu pai, alto funcionário público do Ministério da Fazenda, da República de Weimar, é envolvido em uma trama que o leva à prisão pela polícia secreta de Hitler.

No pós-guerra, entre as perdas e os reflexos desastrosos do conflito, ela encontra coragem e a possibilidade real de recomeçar.

SOBRE A AUTORA: IRMGARD RUPPEL mudou-se para os Estados Unidos em 1947 e, desde então, vive em Nova York. Ela dedicou este livro a seus filhos e netos, como registro histórico de família e lição de superação.
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