sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e prospero Ano Novo

Pára-quedista alemão no norte da África. Natal de 1942

A todos as pessoas que frequentam o blog, um ótimo Natal e prospero Ano Novo, que o ano que passou sirva de lição para o ano que se aproxima, para aprendermos com os erros e procurar melhorar no que acertamos. É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca. Espero que o pessoal que visita o blog tenha absorvido um pouco da realidade da guerra e de seu eventual estrago causados a vidas inocentes. Espero também que ano que vem as postagens aumentem em numero(preciso de mais tempo), mas manterão a mesma qualidade que tento repassar aos visitantes.
Fora isso, forte abraço a todos, em especial para Isabela, Leandro, Tania, Marcelo, Fred, Barney, Roberto(holocaust.doc), Krauszenberger...





quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Relato sobre estupros do Exercito Vermelho contra alemãs e soviéticas libertadas

Poznan, 1945
O Gauleiter Greiser, como Koch na Prússia Oriental, fugira de sua capital, tendo ordenado que todos os outros aguentassem firmas. Recusara-se a permitir a evacuação de qualquer civil até 20 de janeiro, e em conseqüência, parece que em muitas áreas mais da metdade da população não conseguiu escapar. Vasili Grossman, que se juntara novamente ao 8º Exercito de Guardas de Tchuikov, ficou cada vez mais consciente do "civil alemão, observado-nos secretamente por trás das cortinas".

Havia muita coisa de que ver do lado de fora. "A infantaria move-se numa imensa variedade de veículos puxados a cavalo", rabiscou Grossman em seu caderno. "Os rapazes fumam mahorka, comem e jogam cartas. Passa um comboio de carroças decoradas com tapetes. Os condutores sentam-se em colchões de penas. Os soldados não comem mais rações militares. Vêem-se rostos rosados e bem alimentados pela primeira vez." "Os civis alemães, já ultrapassados por nossos destacamentos blindados avançados, deram volta e agora estão retornando. Recebem uma boa surra e seus cavalos lhe são roubados por nossos poloneses que aproveitam qualquer oportunidade para assalta-los." Grossman, como a maioria dos cidadãos soviéticos. fazia poca ideia do que realmente acontecera em 1939 e 1940 e, portanto, das razões pelas quais os poloneses odiavam tanto os alemães. O tratado secreto de Stalin com Hitler, dividindo o país entre si, fora encoberto por um blecaute noticioso na União Soviética.

No entanto Grossman escondeu de s mesmo verdades impalatáveis,ainda que nunca pudesse publicá-las. "Havia 250 de nossas moças que os alemães haviam trazidos dos oblasts de Voroshilovgrad, Kharkov e Kiev. O chefe do departamento político do exercito disse que essas moças haviam sidos deixadas quase sem roupas. Estavam cobertas de piolhos e seus ventres inchados de fome. Mas um homem do jornal do exército me contou que essas moças estavam bastantes limpas e bem vestidas até que nossos soldados chegaram e lhes tiraram tudo."

Grossman logo descobriu o quanto os homens do Exército Vermelho tiraram. 'As moças soviéticas libertadas queixam-se com muita freqüência de que nossos soldados as estupram", observou. "Uma moça me disse em lágrimas: 'Era um velho, mais velho que meu pai.' Mas Grossman recusou-se a acreditar no pior sobre os verdadeiros frontoviki. "Os soldados da linha de frente estão avançando dia e noite debaixo de fogo, com o coração puro e santificado. Os homens do escalão da retaguarda que vêm atrás estão estuprando, bebendo e pilhando."

As batalhas de rua em Poznan constituíram uma pequena prova do que os esperava em Berlim. Grossman, que passara tanto tempo em Stalingrado durante a batalha, estava interessado em ver o que Tchuikov, que cunhara a expressão "Academia Stalingrado de Luta de Rua", iria fazer. "O princípio mais importante em Stalingrado", observou Grossman, "foi que invertemos o equilíbrio entre o poder das máquinas e a vulnerabilidade da infantaria."



Transcrição: Daniel Moratori - avidanofront.blogspot.com

Fonte: BEEVOR, Antony - Berlim 1945: A queda - . Ed. Record - p 110-111.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Extrato de uma diretriz sobre a luta contra os guerrilheiros e o uso da repressão massiva contra a população civil.

Partisans. Kaunas, Lituânia
Extrato de uma diretriz do Standartenführer SS Ehrlinger aos chefes da policia de segurança e do SD sobre a luta contra os guerrilheiros e o uso da repressão massiva contra a população civil.

20 de outubro de 1943

...2. Emprego das medidas de repressão massivas.

A destruição das aldeias, as execuções publicas, a expulsão dos habitantes, assim como a deportação de mão-de-obra para o Reich, são medidas cujo emprego pressupõe o conhecimento da estrutura da população, da sua situação e do seu estado de espirito. caso contrario, estas medidas podem provocar um resultado contrario ao que se pretende.

O comando militar é responsável por todas as medidas que não pertençam à esfera das operações estritamente policiais.

Entretanto, o comando e os destacamentos da policia de segurança  e do SD deve ajudar os chefes militares com conselhos baseados na experiencia, com o seu conhecimento da situação e do estado de espirito da população.

3 .  Utilização imediata das informações obtidas para fins de propaganda

As informações obtidas pelos comandos e destacamentos da policia de segurança e do SD devem ser tanto quanto possível utilizadas imediatamente como prorpaganda: por intermédio dos propagandistas ligados às tropas, ou por intermédio dos homens da policia  de segurança e do SD aptos para esta tarefa. Se às unidade estiverem ligados propagandistas, estes devem colaborar muito intimamente com os comandos da policia de segurança e do SD.

Em função da situação e das perspectivas de sucesso, recomenda-se que reúnam os chefes e outras autoridades locais e que lhes sejam dadas explicações por meio dos interpretes. Em caso de operações punitivas (por exemplo, punições massivas), deve-se, se as circunstancias o permitirem, informar imediatamente Solução dos problemas por meio dos propagandistas, as aldeias vizinhas, explicando de forma adequada as causas destas medida de de modo a evitar a difusão de boatos perigosos.

4. Solução dos problemas gerais políticos e policiais

Dada a insuficiência de organismos de policia local nas zonas contaminadas ou controladas pelas guerrilhas, os comandos e os destacamentos  da policia de segurança  e do SD executam, na medida do possível, tarefas policiais durante as operações, prestando especial atenção à descoberta dos serviços de informações do inimigo assim como à liquidação dos comunistas e dos agentes do comissariado do interior soviético.

5. Apoio dado pelas tropas aos comandos e aos destacamentos, mais particularmente a transferência imediata dos prisioneiros de guerra e dos trânsfugas,  assim como a participação em todas as operações, constituem uma condição necessária para a descoberta das guerrilhas pelo SD. A direção unica do serviço de informações e de utilização de informantes obtidas por um comando do SD, é um fator tão importante na luta  contra guerrilhas como o comando tático único.

 Standartenführer SS Ehrlinger

(O original alemão encontra-se nos Documentos e materiais da seção de historia da Grande Guerra nacional, peça nº 18.650, folhas 1a.)



Transcrição: Daniel Moratori - avidanofront.blogspot.com
Fonte: COELHO, Zeferino - O crime metódico. Ed. Inova Limitada - pg.97-98

Erich Ehrlinger
Sobre Erich Ehrlinger:
http://avidanofront.blogspot.com/2011/03/operacoes-de-massacre-do-einsatzgruppe.html

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Frutos de uma conquista

Depois do esforço para a publicação do seu livro "Da Glória ao Esquecimento: os socorrenses na Segunda Guerra Mundial", Derek Destito hoje colhe os frutos dessa conquista pessoal, que abrangeu todo o município de Socorro, SP. A grande caminhada para publicação de um livro, onde a historia local é resgatada, mostra seu valor na conquista de um monumento histórico para a cidade. Ainda  tenho de ressaltar o Projeto de Lei número 19/2011, de Luciano K. Taniguchi, que incluindo o Dia da Segunda Guerra no calendário oficial da cidade, 8 de Maio.

Abaixo segue alguns links de videos:
http://www.youtube.com/watch?v=84PVOM5CaEs
http://www.youtube.com/watch?v=7tL3_bydC6c
http://www.youtube.com/watch?v=PjgOj-KEEHg
http://www.youtube.com/watch?v=VSEtyF2eOlg

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

RONA - Exército Russo de Libertação Nacional (Russkaya Osvoboditelnaya Narodnaya Armiya)

POHA = RONA

Participantes poloneses da Revolta de Varsóvia de 1944, em seus testemunhos e memórias muitas vezes erradamente se referem a "ucranianos" ou ao "Exército de Vlasov ", como as forças alemãs colaborando que eram culpados de pilhagem, estupros e assassinatos cometidos contra os civis de Varsóvia. No entanto, na maioria dos casos a referência é a 1.700 soldados da Waffen-SS Brigada RONA (Russkaya Osvoboditelnaya Narodnaya Armiya), uma força russa colaboradora liderada pelo Waffen Brigadeführer Bronislaw Kaminski. A brigada RONA, no momento da Revolta de Varsóvia, era composta em sua maioria de russos com Bielorussos e minorias ucranianas. A maioria eram voluntários, ex-prisioneiros de guerra, e desertores do Exército Vermelho. Além do RONA, as forças alemãs incluíam algumas unidades formadas com voluntários e ex-prisioneiros de guerra de vários grupos étnicos daUnião Soviética: por exemplo, cossacos, Kalmucks e azeris -grupo étnico do Azerbaijão (Batalhão Bergmann).


General Andrey Vlasov (1900-1946) do exército ROA (Russkaya Osvoboditelnaya Armiya), por outro lado, foi formado meses após a queda do Levante de Varsóvia.

Bronislaw Kaminski (1899-1944) nasceu em Witebsk, URSS. Ele tinha um paipolonês e mãe alemã. Durante a década de 1920 estudou química em São Petersburgo e mais tarde trabalhou como engenheiro em uma  fábrica de tintas. Preso em julho de 1935 pela NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos) como um espião polonês e alemão, ele foi condenado a dez anos de Gulag. Liberado após cinco anos, ele foi transferido para a cidade de Lokot na região Orel-Kursk.
Brigada Kaminski em Varsóvia

Kaminski
Bronislav Kaminski e pessoal do Volksheer-Brigada Kaminski - "operação" Frühlingsfest ", Bielorussia, maio 1944

Rota do RONA
A região de Lokot caiu em mãos alemãs em outubro de 1941. Logo depois, um engenheiro russo com o nome de Konstantin Woskobojnik (Voskoboinik) foi autorizado a criar um organismo de auto-governo regional mais tarde conhecido como o "República Briansk-Lokot ". Kaminski, inicialmente o segundo no comando, tornou-se o chefe da "república" após a morte Woskobojnik em janeiro de 1942 nas mãos do partisans russos.

Kaminski construiu da milícia local uma forte brigada com 10.000-15.000 homens. Seus soldados, vestidos com uniformes de estilo russo, assumiu o nome de Exército Russo de Libertação Nacional, ou RONA((Russkaya Osvoboditelnaya Narodnaya Armiya)) - (POHA no alfabeto cirílico russo). Inicialmente, (meados de 1942), a brigada era composta de 85% dos moradores locais, principalmente voluntários russos locais*. O restante veio de desertores do Exército Vermelho e prisioneiros de guerra russos. A brigada participou em diversas operações anti-partisans, por exemplo, na região de Orel em maio de 1943 e na Bielo-Rússia em abril-maio 1944, bem como operações contra o Exército Vermelho na região Siewsk-Dmitrowsk.

O recuo da linha de frente germano-soviético obrigou a brigada RONA a deixar sua área de residência levando consigo cerca de 50.000 civis e transferida para Lepel na Bielo-Rússia em agosto de 1943 e, em seguida, no meio de 1944 para a região de Czestochowa, na Polónia. Em julho de 1944 o RONA foi reorganizado e se tornou a Waffen-SS Brigada RONA. No início de agosto de 1944, 1700 soldados RONA sob o comando do Major Yurii Frolov (Jurij Frolow) foram enviados para entrar no grupo General SS Heinrich Reinefarth, que foi suprimir a Revolta de Varsóvia. A brigada lutou em Ochota e nos distritos de Wola (03-27 agosto de 1944), e na Floresta Kampinos nos arredores de de Varsóvia, o entre 27 de agosto e 04 de setembro de 1944. Entre os civis de Varsóvia, o RONA ganhou a reputação de ladrões cruéis, estupradores e assassinos que cometeram muitas atrocidades. Depois da guerra, general SS Erich von dem Bach, o comandante de todas as forças alemãs que suprimiram a revolta, declarou que:
"... Ele tinha visto os homens de Kaminski com carrinho de compras quase totalmente cheios de jóias roubadas, relógios de ouro e pedras preciosas". Como ele lembrou que, "A captura de uma fonte de bebidas alcoólicas foi mais importante para a brigada do que a apreensão de uma posição comandando a mesma rua. '"(Dallin)
De acordo com um membro da brigada:
"Havia orgias selvagens lá. Eles estupraram freiras e saquearam e roubaram tudo o que podiam obter com os seus dedos. Alguns voltaram de Varsóvia, com cinco quilos de ouro. Foi o episódio mais vergonhoso que eu conheço." (Dallin)
Vlasov e Himmler
Durante a Revolta de Varsóvia, RONA perdeu 400 (40% dos 1.700 original)soldados, incluindo Major Frolov.
No final de agosto de 1944, Bronislaw Kaminski foi preso, julgado e executado,provavelmente por ordem de von dem Bach. Há muitas especulações sobre o(s) motivo(s) para execução de Kaminski. Alguns mencionam saques pessoais, ou estupro e assassinato de duas mulheres alemães, membros da organização Kraft durch Freude(Força através da Alegria) pelo RONA em Varsóvia. Outros se referem que Heinrich Himmler tomou a decisão de apoiar o General Andrey Vlasov, e assim, liquidar Kaminski como seu rival em potencial. A versão mais provável é fornecida por Dallin, descreve que o final de Kaminski é da seguinte maneira:

"... Kaminski foi chamado ao quartel-general alemão para uma conferência destinadas a resolver o destino de seus civis. ... Quando ele apareceu e foi recriminado pela " pilhagem selvagem " de suas tropas", ele procurou se defender.
Kaminski ficou enfurecido [um dos oficiais alemães lembra]: em primeiro lugar, antes de entrar em ação seus homens tinham sido prometidos a mão livre; em segundo lugar, ele não conseguiu entender o ponto de vista alemão: ele e seus homens tinham, em anos de luta para os alemães, perdido tudo que tinham - e agora eles nem sequer foram autorizados a compensar-se à custa da traiçoeiros e rebeldes polacos?
Discussões graves se seguiram, até que um Kaminski claramente descontente e temeroso, "colocado em seu lugar" pelos alemães, foi apressadamente chamado de volta para Varsóvia. Poucos dias depois, seus homens foram informados de que ele tinha sido morto.
A primeira versão da transmissão culpou o assassinato por guerrilheiros poloneses que supostamente emboscaram Kaminski, seu chefe de gabinete, o médico e o motorista em um carro a cerca de vinte quilômetros ao sul de Varsóvia. "

A Brigada RONA foi novamente reorganizada como a 29ª Divisão Waffen-SS e, eventualmente, se separou em novembro de 1944. Os soldados restantes RONA(3000-4000) foram transportados para Münsingen em Württemberg para se juntar ao exercito do General Vlasov (ROA/POA) que acabou de ser formado naquela época. Os civis que acompanham o RONA foram, de acordo com alguns relatos, enviados para trabalhar na região de Pomerânia.

*De acordo com o censo de 12/17/1926, na região de Briansk havia 1,8 milhões de russos e ucranianos, mais 132 mil outras pequenas minorias étnicas. No entanto, entre os ucranianos só 8.600 falava língua ucraniana em casa. Taxa de crescimento populacional na URSS entre 1926 e 1939 foi de 15,9%.

Bibliografia:

Dallin, Alexander. The Kaminsky Brigade: A Case-Study of Soviet Disaffection. In: Revolution and Politics in Russia. Russian and East European Series, vol. 41. Indiana University Press, 1972.

Rudny, Zenon. Kontrowersje wokol Brigadeführera Bronislawa Kaminskiego. Dzieje Najnowsze, Rocznik XXXVIII, 1996, 3-4.

Rudny, Zenon, Brygada RONA. Wojskowy Przeglad Historyczny.RONA Brigade route map: Dallin. The Kaminsky Brigade, p. 245.

Tradução: Daniel Moratori (http://avidanofront.blogspot.com/)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Soldados Ustasha assassinando prisioneiro a machadada

Fotos(estão fora de ordem) mostrando o nivel de crueldade dos soldados organização croata de extrema-direita que tinha como base conceitos cristã em sua formação. Brutalidade sem limites nesse ideal apoiado pelo cristianismo.
Vou aproveitar e colocar um documentário da minha conta de videos só sobre o Ustasha e sobre o Vaticano no Holocausto na Croácia.




Documentário sobre Ustasha:
Os maiores assassinos da Historia, os Croatas pró-nazistas - Ustasha 1/2
Os maiores assassinos da Historia, os Croatas pró-nazistas - Ustasha 2/2

Documentário Holocausto do Vaticano:

Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 1 
Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 2
Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 3
Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 4
Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 5
Holocausto do Vaticano - Campos da morte na Croácia pró-nazista - parte 6


Mais material sobre Ustasha aqui no blog:
Ustashae a Igreja Catolica

Para quem se interessar, o Roberto do Holocaust-doc  traduziu uma materia sobre o Ustasha:
A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 1 parte 2 / parte 3
Mais material relacionado:
Holocausto na Croácia - parte 1 / parte 2



Mais recente:
O Vaticano, após a queda do NDH, jamais admitiu qualquer ligação com o regime. Nem mesmo o site oficial do Vaticano possui texto repudiando as barbaridades do NDH. O papa JP2 nunca aceitou visitar Jasenovac, atitude compartilhada pelo atual papa,B16. O Vaticano, através de seu banco, receptou e lavou o dinheiro roubado pelos fugitivos do regime nazi-católico da Croácia (Ustasha) no final da 2GM, além de ajudar vários figurões do NDH que nem Ante Pavelic,Andrija Artukovic e Dinko Sakic fugirem pra América do Sul e EUA(Operação Ratlines). A cumplicidade vaticana com os croatas lhe rendeu uma ação judicial. Advogados dos EUA, representando sobreviventes e parentes de vítimas do regime Ustasha, estão tentando processar, sem sucesso, o Banco do Vaticano.

Ver site dos advogados:  http://www.vaticanbankclaims.com/faqs.html
As folhas do processo contra o Banco Vaticano: http://www.vaticanbankclaims.com/5AC.pdf


domingo, 9 de outubro de 2011

Levante do Gueto de Vársovia (o que o relatório Stroop não mostrou): os abusos contra mulheres


O Levante do Gueto de Varsóvia foi uma insurreição no Gueto de Varsóvia, na Polónia em 1943. Deixando de lado a parte de batalhas, vamos mostrar um pouco um outro lado da guerra, e veremos o que o relatório Stroop não mostrou. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Levante do Gueto de Vársovia (o que o relatório Stroop não mostrou): os abusos contra mulheres

O Levante do Gueto de Varsóvia foi uma insurreição no Gueto de Varsóvia, na Polónia em 1943. Deixando de lado a parte de batalhas, vamos mostrar um pouco um outro lado da guerra, e veremos o que o relatório Stroop não mostrou. 

domingo, 2 de outubro de 2011

Ordem direta de Hitler é desacatada por Rommel



Prioridade, 
09/06/1942
Quartel general
Muito Secreto
Apenas para oficiais

1. Exército Panzer Afrika, alto comando alemão das forças armadas italianas, Roma : 
2. OKH/GenQu 
3. Gen. z. b. V. bei OKH 
4. Ob.d.L./Gen.Qu 
5. OKW/WR

De acordo com relatórios de inteligência atuais, podem ser encontrados muitos refugiados políticos alemães, nas unidades da França Livre na África.

O Führer ordenou proceder contra eles com o máximo rigor, então eles devem ser destruídos impiedosamente em batalha. Presos devem ser sumariamente executados por ordem do oficial mais próximo, exceto aqueles que estão temporariamente suspensos para fins de inteligência.

Você não pode fazer qualquer referência a essa ordem por escrito. Comandantes devem comunicar estas instruções por via oral.

 OKW/WFSt/Qu (Verw.) 
 Nr. 55 994/42 g. Kdos. Chefs.

Tradução: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hugo Boss lamenta uso de trabalhadores forçados durante o nazismo

 Livro sobre história da grife revela que trabalhadores foram obrigados a fabricar uniformes para o regime de Hitler. Empresa diz que financiou pesquisa para ter mais clareza sobre seu passado.

 

Hugo Boss era conhecido como 'alfaiate de Hitler'

Sinônimo de moda e elegância, a grife mundialmente famosa Hugo Boss desculpou-se por ter maltratado pessoas que trabalhavam forçadamente na fábrica de uniformes nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

O pedido de desculpas foi divulgado na última quinta-feira (22/09) após revelações feitas no livro Hugo Boss, 1924-1945 – Eine Kleiderfabrik zwischen Weimarer Republik und "Drittem Reich" (Uma Fábrica de Roupas entre a República de Weimar e o Terceiro Reich), financiado pela companhia, que conta a história da empresa e sua relação com o regime nacional-socialista.

De acordo com o pesquisador Roman Köster, autor do livro, a confecção de Hugo Ferdinand Boss, que funcionava na cidade de Metzingen, sul da Alemanha, empregava mão de obra forçada durante a guerra.
A firma Hugo Boss, que já foi chamada de "alfaiate de Hitler", afirma que financiou a pesquisa de Köster com o intuito de acrescentar "clareza e objetividade" às discussões sobre sua história.
"A empresa também lamenta profundamente por aqueles que sofreram ofensas e passaram por dificuldades na fábrica dirigida por Hugo Ferdinand Boss sob o jugo do nazismo", afirma a marca em sua página na internet.

 Boss Nazista

Boss entrou para o Partido Nacional Socialista em 1931, quando a empresa começou a sentir o impacto da crise econômica no país. A Hugo Boss escapou da falência graças à produção de uniformes para soldados alemães das forças paramilitares SA e SS, além da Juventude Hitlerista.

Como era difícil encontrar mão de obra durante a guerra, a fábrica se beneficiou de 140 trabalhadores forçados – a maioria deles, mulheres. Outros 40 prisioneiros de guerra franceses trabalharam para a Hugo Boss entre 1940 e 1941.
 "O fato de se tornar membro do partido em 1931 certamente não o incomodou, mas se você olhar para o resto da carreira de Boss, aí fica claro que ele não entrou para o partido apenas por causa de cálculos financeiros. É possível ver claramente que ele era um nazista convicto", afirma Köster, que realizou pesquisas sobre a vida de Hugo Boss na Universidade das Forças Armadas Alemãs em Munique.
 Hugo Boss começou sua carreira como um simples alfaiate. Após a Primeira Grande Guerra, aos 33 anos de idade, ele fundou sua própria confecção em Metzingen. Nesta época, a produção contava apenas com 30 funcionários e tinha um relativo êxito – longe do atual sucesso internacional da grife, que veio a ser alcançado anos mais tarde.
 De início, paralelamente à fabricação de uniformes, que era compartilhada com outras alfaiatarias, a Hugo Boss também produzia roupas normais para trabalhadores e camisas. Em 1938, conta Köster, a situação mudou com o reinício do recrutamento militar na Alemanha. O foco passou a ser exclusivamente a confecção de uniformes para as forças nazistas. A empresa chegou a contar com 300 funcionários nesta época.

Outros passados
A Hugo Boss não é a única empresa a encomendar estudos independentes para resgatar os laços com o nazismo no passado. Este ano, a Quandts, família de industriais e acionista majoritária da BMW, quebrou seu silêncio. Ela admitiu ter feito uso de milhares de trabalhadores forçados e de terem fechado vários negócios com o governo nazista.
Em 1999, o Deutsche Bank encomendou uma investigação interna sobre as práticas de empréstimo da companhia durante o período nazista. Foi revelado que créditos do banco foram usados para erguer o campo de concentração de Auschwitz.
Firma de Hugo Boss não foi a única fábrica de uniformes nazistas
 O Ministério alemão de Assuntos Estrangeiros também fez uma busca sobre seu passado e descobriu que muitos de seus diplomatas dos anos 1950 e 1960 tiveram passado nazista.
Segundo estudos, cerca de 90% das empresas alemãs se beneficiaram do trabalho escravo ou semiescravo durante a Segunda Guerra Mundial. Calcula-se que no final de 1944 havia, em toda a Alemanha, 7,7 milhões de trabalhadores forçados em todo o país.
Para compensar as vítimas, o governo alemão estabeleceu um fundo de reparação no final dos anos 1990. Empresas com passado nazista disponibilizaram recursos para o fundo, entre elas a Hugo Boss.

Fabricação de ternos
Durante o período de desnazificação, com o fim do regime, em 1945, Boss foi considerado como "reponsável". Apesar disso, ele foi autorizado a continuar tocando sua fábrica, afirma o estudo de Köster.
Boss não viveu tempo suficiente para ver sua empresa virar uma grife mundialmente famosa. Ele morreu em 1948 em Metzingen, sua cidade natal. Gerenciada pelos filhos, a Hugo Boss, passou a se dedicar à produção de ternos bem cortados, pelos quais atualmente é conhecida. Há alguns anos a empresa foi vendida e seus atuais donos não têm mais relação com a família Boss.

Autores: Friedel Taube / Mariana Santos
Revisão: Carlos Albuquerque
Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15415050,00.html

domingo, 11 de setembro de 2011

A extensa discriminação aos judeus orientais(Ostjuden) pelos judeus-alemães

Polonia, Judeus em Olkusz em foto com alemães, numa situação irônica.

Judeus Orientais (Ostjuden) versus Judeus-Alemães

O exame do trágico conflito entre judeus-alemães e judeus orientais(Ostjuden) antes da chegada de Hitler ao poder ajuda a explicar a confusão dos Mischlinge sobre o que significa ser judeu. Antes da ascensão do nazismo, muitos judeus-alemães, infelizmente, discriminavam os Ostjuden.  Muitos achavam que os pobres, culturalmente atrasados e "sujos" Ostjuden davam má fama aos bens sucedidos Jeckes alemães. Embora muitos judeus-alemães desprezassem os Ostjuden, alguns os ajudavam filantropicamente. Sentiam pena daqueles judeus que deixavam o Leste por causa do comunismo, progroms e luta econômica. Infelizmente, esses judeus-alemães que ajudavam os Ostjuden eram minoria. Muitos judeus-alemães achavam que os Ostjuden  viviam em guetos anacrônicos e só aprendiam "barbarismo talmúdico polonês", em comparação com a refinada Bildung (educação). Para eles, esses "judeus do gueto" vindos do leste seguiam uma religião irracional e supersticiosa dos misticos judeus, que não mais podia funcionar direito num mundo baseado numa religião da razão e do conhecimento. A maioria dos Ostjuden  achava que seus heréticos irmãos daitsch (alemães) haviam deixado a Yddishkeit(judeidade) raspando a barba e não mantendo o santo shabat. Muitos deles denunciavam os movimentos reformistas iniciado na Alemanha. Na Áustria, muitos judeus vienenses também não acolhiam os Ostjuden e demonstravam desprezo por aqueles "pessoas barbudas, vestidas com caftãs".

Assim, muitos judeus e Mischlinge alemães pensavam que Hitler baseava suas diatribes anti-semitas nos Ostjuden que haviam emigrados da "terra do bolchevismo". Os nazistas reforçavam esse engano quando emitiram decretos contra os Ostjuden em 1933 e depois, quando obrigaram 1800deles a deixar o Reich em 1938. Wolf Zuelzer, 75% judeu, explicou  que os judeus-alemães mantinham o preconceito contra os Ostjuden  devido ao isolamento e estilo de vida "primitivo" deles. Zuelzer escreveu que, "para a maioria dos judeus-alemães, os Ostjuden  ortodoxos vestidos de caftã, com chapéu de pele e suíças rituais eram uma aparição assustadora, vindos da Idade Media". No inicio do seculo XX, "muitas das comunidades judaicas locais na Alemanha recusavam-se a permitir que judeus orientais votassem em eleições comunitárias, com base  em que não eram nacionais alemães. O Dr. Max Naumann, judeu, major reformado do Exército da Primeira Guerra Mundial e fundador da organização militante direitista dos Judeus-Alemães Nacionais, escreveu a Hitler a 20 de março de 1935, dizendo que ele e seus seguidores haviam lutado para manter os Ostjuden fora da Alemanha. Achava que aquelas "hordas de judeus meio asiáticos" eram "hospedes perigosos" e deviam ser implacavelmente expulsos".

Naumann queria que Hitler retirasse à força os Ostjuden da Alemanha. Lutou por aceitação pelos nazistas, exibindo a adesão de sua organização ao que julgava fosse a Weltanschauung de Hitler. Naumann esperava ganhar a aprovação de Fuhrer para sua organização. Não reconheceu como isto era impossível. Sua organização não era a unica. A Deustsche Vortrupp (vanguarda Alemã), grupo de estudantes universitários liderados por Hans Joachim Schoeps, acreditava que o que estava no centro do nazismo era a regeneração da sociedade alemã, "não racismo nem ódio racial". Ele e seu grupo queriam fazer parte do apoio aos nazistas na reconstrução da Alemanha. Queriam que os nazistas vissem que eles, como judeus nacionalistas alemães, eram partes da nação alemã. Admitiam que existiam problemas entre judeus e arianos, mas, o que não surpreende, "culpavam os Ostjuden por isso". Os nazistas iam dissolver as organizações de Naumann e Schoeps em 1935. Muitos judeus-alemães viam como um grave perigo para a sua posição os Ostjuden, que,se se deixassem que permanecessem na Alemanha, só iriam intensificar sentimentos anti-semitas. Em várias declarações públicas nas décadas de 1920e 1930, judeus-alemães liberais rotulavam de "inferiores" os Ostjuden, e pediam ajuda do Estado para combater a imigração deles. Muitos alemães, incluindo judeus, achavam que Hitler ia deter a imigração de Ostjuden, que aumentou dramaticamente após a Primeira Guerra Mundial, e aprovaram essa politica. na década de 1920, algumas estimativas dizem que bem mais de cem mil judeus estrangeiros, a maioria poloneses, viviam na Alemanha. Muitos judeus-alemães provavelmente achavam que o grande numero de Ostjuden, que trabalhavam por salários mais baixos, ameaçavam seus empregos. Talvez alguns judeus-alemães também assim reagissem porque os Ostjuden  representavam uma partes deles mesmos que queriam negar. Todos os judeus-alemães sabiam que, numa época da historia, eles ou seus ancestrais tinham a aparência que condenavam nos Ostjuden. Este fato constrangia a maioria, e muitos reagiam aos Ostjuden com desdem e arrogância. Os Ostjuden  simplesmente representavam tudo de que muitos judeus-alemães haviam lutado para distanciar-se.

Polonia, Galicia , Gorlice 1939


Polonia, Radom
Polonia, Judeu em Olkusz. O Ostjuden(judeu do leste) com tefilin.

Robert Braun lembrou que seu pai judeu, o Dr. Leopold Braun, era um anti-semita que não gostava dos Ostjuden. Muitos judeus e Mischlinge alemães achavam que, como suas famílias tinham vivido na Alemanha por varias gerações, deviam ser tratadas de forma diferentes dos Ostjuden. Por exemplo, o tenente-coronel reformado Albert Benary, meio judeu e conhecido escritor militar, escreveu ao governo nazista a 25 de setembro de 1933, em resposta ao Arienparagraph (leis raciais que perseguiam "não-arianos"[Nichtarier] no serviço publico).  Sentia-se indignado pelo fato de um oficial testado em combate, cuja família vivia na Alemanha havia mais de um seculo, fosse excluído da "construção da Alemanha no momento mesmo de sua realização". Exigia que ele e sua família fossem reconhecidos como cidadãos alemães que, pelo contato com o Blut und Boden alemão,  haviam se tornado alemães. repetiu seu pedido a 16 de outubro de 1933:
Minha família não vem dos guetos orientais. Veio do Ocidente para a Alemanha pelo Norte da Africa e a Espanha, e certamente não pegou sangue judeu no caminho. Contudo, minha família não se envergonha de seu sangue judeu. podemos remontar nossas origens judias à casta sacerdotal do povo judeu, e o lema de nossa família, grito de guerra se quiserem, vem do Livro de Macabeus: "Se chegar a nossa hora, morramos como cavalheiros por nossos irmãos, para preservar nossa honra". Acredito que este lema ressoa também no coração nacional-socialista (...). Acredito que tenho o direito de pedir para não ser tratado como um alemão de segunda classe.
Benary não entendeu as intenções nazistas. Eles não ligavam para a honorabilidade dos ancestrais dele, como ele se comportara ou de que classe ou religião tinha vindo sua família. Para os nazistas, ele era um não-ariano. Embora o fato de o tratarem como um "alemão de segunda classe" devesse torna-lo mais consciente das drásticas mudanças que ocorriam na Alemanha, ele ainda não entendia que, enquanto Hitler mantivesse o poder, sua ancestralidade o excluía da sociedade ariana. talvez por senso de lealdade a um  irmão oficial, o chefe do departamento ministerial da Reichswehr, Coronel Walter von Reichenau, escreveu em favor de Benary, dizendo que seu notável serviço à pátria devia permitir-lhe permanecer em seu posto. Aparentemente, apesar da ajuda de Reichneau, Benary continuou enfrentando problemas. A maioria dos nazistas não simpatizavam com ele e pouca atenção dava ao que judeus ocidentais e orientais pensavam uns dos outros, ou ao que um meio judeus-alemão julgava ter direito.


Transcrição: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)
Fonte: RIGG,Bryan Mark, Os Soldados Judeus de Hitler, ed. Imago, pg 36-39.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A captura do general Vlasov (Exercito de Liberação Russa - POA)

Coloquei abaixo um trecho da obra de Beevor, assunto esse que muitíssimo me interessa, sobre a luta de povos colaboracionistas, entre eles os russos (e consequentemente as altas traições), e que infelizmente (como sempre) carece de assunto em língua portuguesa, sendo necessário a buscar fontes em outras línguas (uma dificuldade para aqueles que não tem domínio de outro idioma) . 

O relato abaixo é sobre a captura do general Andrey Vlasov,  general russo que comandava o POA - Exercito de Libertação Russa (POA vem do cirílico Русская освободительная армия  - Outra sigla, do russo: ROA Russkaya osvoboditel'naya armiya). Mais comumente chamado de Exercito de Vlasov.


Gen. Vlasov e soldados do POA
A 1ª Frente Ucraniana de Konev recebera  ordens de infletir para o sul e tomar Praga. Ali, a resistência tcheca, ajudada pelos soldados do general Vlasov, numa virada condenada ao fracasso, levantou-se em revolta  contra as tropas do marechal-do-campo Schörner. Churchill pedira aos americanos, em 30 de abril, que mandassem o Terceiro Exercito do general Patton para garantir a cidade antes que o Exercito Vermelho ali chegasse, mas o general Marshall recusara. Viena, Berlim e Praga estavam todas caindo em mãos soviéticas e toda a Europa Central com elas. As autoridades da ocupação soviética da Áustria tinham criado um governo provisório sem consultar os aliados. Breslau, capital da Silésia, rendeu-se em 6 de maio depois de um sitio pavoroso que durou quase três meses.

O próprio Vlasov rejeitara inicialmente a idéia de trair os alemães na undécima hora, mas não tinha escapatória, fizesse o que fizesse. "Em 12 de maio de 1945, perto da cidade de Pilsen, na Tchecoslováquia", relatou o chefe do departamento político da 1ª Frente Ucraniana, "tanquistas do 25º Corpo Blindado capturaram o traidor da pátria general Vlasov. As circunstâncias foram as seguintes: um dos tenentes-coronéis do 25° Corpo Blindado foi abordado por um homem do exército de Vlasov, com o posto de capitão, que afirmou, apontando para um carro que vinha sozinho pela estrada que ia para oeste, que o general Vlasov estava no carro. Uma perseguição foi organizada imediatamente e os tanquistas do 25° Corpo Blindado pegaram o traidor." Disseram que Vlasov, que aparentemente tentara esconder-se sob alguns cobertores, foi encontrado levando um "passaporte americano em seu nome" (item que pode ter sido acrescentado à lista por razões de propaganda antiocidental), "seu cartão do partido, que preservara, e urna cópia de suas ordens às tropas de parar de lutar, depor as armas e render-se ao Exército Vermelho". O próprio Vlasov foi mandado de avião do quartel-general de Konev para Moscou. Lá, fizeram-se mais tarde bravatas sobre sua morte sob tortura terrível e prolongada. Em 13 e 14 de maio, 20.000 de seus homens foram recolhidos na região de Pilsen e enviados para campos especialmente preparados para serem interrogados pela SMERSH.

Transcrição: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)
Fonte: BEEVOR, Antony - Berlim 1945: A queda. Rio de Janeiro: Record, 2005, p. 492

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Túmulo de Rudolf Hess é destruído para pôr fim à peregrinação neonazista

Esta foto de 1938 mostra o chanceler alemão, Adolf Hitler
e seu representante pessoal Rudolf Hess durante um desfile em Berlim.
O túmulo de Rudolf Hess em Wunsiedel, no sul da Alemanha, foi destruído depois de os restos mortais do líder nazista terem sido exumados, confirmaram nesta quinta-feira (21/07) representantes da igreja evangélica local. A informação havia sido publicada pelo jornal Süddeutsche Zeitung.

Os restos mortais de Hess, que na condição de representante de Hitler foi o número dois na hierarquia nazista, foram exumados no início da manhã desta quarta-feira. Eles foram incinerados logo em seguida e serão lançados ao mar, atendendo a pedido dos descendentes do líder nazista.

A comunidade evangélica de Wunsiedel decidiu negar à família a prorrogação do arrendamento do túmulo, vencido desde 2007. A neta de Hess chegou a entrar na Justiça contra a decisão, mas acabou cedendo e concordando com a remoção da sepultura.

O túmulo de Hess foi durante mais de duas décadas local de peregrinação de grupos neonazistas. Com a remoção da sepultura, a comunidade espera que as marchas neonazistas na cidade tenham fim.

Condenado em Nurembergue

Hess foi condenado à prisão perpétua nos Julgamentos de Nurembergue, ao final da Segunda Guerra Mundial. Ele cometeu suicídio em 17 de agosto de 1987 na sua cela na prisão berlinense de Spandau, aos 93 anos.

Os restos mortais foram sepultados em Wunsiedel, atendendo a desejo do próprio Hess. Desde então, o túmulo se converteu em local de peregrinação para a extrema direita alemã. Principalmente nos dias 17 de agosto, quando centenas de neonazistas se dirigiam à pequena cidade de 10 mil habitantes. Na cena neonazista alemã, Hess era considerado um mártir.

Nos últimos anos, os desfiles neonazistas em Wunsiedel tinham sido sistematicamente proibidos pelas autoridades, mas a extrema direita obtinha a autorização nos tribunais, invocando o direito à liberdade de manifestação, constitucionalmente protegido. Os tribunais alemães impunham como condição, no entanto, que não houvesse quaisquer referências a Hess.