Em 30 de agosto de 1941, o núncio papal na Itália, monsenhor Francesco Borgongini Duca, escreveu para Maglione, retratando uma curiosa conversa com o adido cultural croata no Quirinal e dois franciscanos croatas. Eles falavam sobre os 100.000 ortodoxos convertidos ao catolicismo. O núncio indagou sobre os protestos que ouvira a respeito de "perseguições infligidas pelos católicos aos ortodoxos". O adido, "com muitos acenos de cabeça dos padres", tentou desmentir essas histórias, insistindo em que, "como o papa continua a dizer ao clero e aos fiéis, os católicos devem seguir os ensinamentos de Nosso Senhor e pro- pagar a fé por meio da persuasão, não da violência"(30).
No mês seguinte, o embaixador especial de Pavelic, padre Cherubino Seguic, foi a Roma para descobrir o que se dizia sobre o regime e acabar com os "rumores" desfavoráveis. Em suas memórias defensivas, ele se queixa da "insinuação de calúnia" que se ouvia em Roma sobre a Croácia e garante que "tudo é distorcido ou inventado. Somos apresentados como um bando de bárbaros e canibais". Ele conversou com Giovanni Montini (o futuro Paulo VI), que "pediu informações detalhadas sobre os acontecimentos na Croácia. Falei tudo. Ele ouviu com muito interesse e atenção. As calúnias haviam chegado ao Vaticano e deviam ser denunciadas de uma maneira convincente" (31) . Portanto, as atrocidades — ou "calúnias" — eram do conhecimento comum em Roma no verão de 1941. A Santa Sé tinha canais pelos quais Pacelli podia verificar tudo e influenciar os acontecimentos.
O delegado apostólico Ramiro Marcone, escolhido por Pacelli como seu representante pessoal na Croácia, era um amador que deu a impressão de passar corno um sonâmbulo por toda essa cena sangrenta. Um monge beneditino de 60 anos, ele não tinha qualquer experiência de diplomacia e passara grande parte de sua ida adulta dando aulas de Filosofia no Colégio de Santo Anselmo, em Roma. Sua área de atuação era o claustro e a sala de aula. Seu tempo na Croácia foi consumido em grande parte no comparecimento a cerimônias, jantares e desfiles públicos, sendo fotografado sempre ao lado de Pavelic. Era evidente que fora escolhido para apaziguar e encorajar.
Os equivalentes diplomáticos de Marcone, do lado croata, eram Nicola Rusinovic, um médico que praticava num hospital romano, e seu planejado substituto, um camarista papal no Vaticano, príncipe Erwin Lobkowicz (de origem boêmia). Esses arranjos eram semi-secretos, já que a Santa Sé ainda mantinha oficialmente relações diplomáticas com o governo real iugoslavo no exílio. Em março de 1942, apesar da abundância de provas apontando para os massacres, a Santa Sé prometia relações oficiais aos representantes croatas. Montini disse a Rusinovic: "Recomende gentileza a seu governo e aos círculos governamentais, pois assim nossas relações vão se consolidar. Desde que vocês se comportem de maneira apropriada, a forma das relações vai se definir espontaneamente"
(32) . Em 22 de outubro de 1942, Pacelli encontrou o príncipe Lobkowicz em audiência. Segundo o príncipe, Pacelli, "em sua atitude habitual de extrema benevolência", disse que "esperava poder em breve me receber em circunstâncias diferentes"(33).
Enquanto isso, um pedido de socorro aos judeus perseguidos na Croácia foi enviado à Santa Sé pelo Congresso Mundial Judaico e a comunidade israelita suíça, por meio do monsenhor Filippe Bernadini, o núncio apostólico em Berna. Num memorando substancial, datado de 17 de março de 1942, menos de dois meses depois da Conferência de Wannsee, em que foi delineada a Solução Final, Os representantes das duas organizações documentaram Perseguições aos judeus na Alemanha, França, Romênia, Eslováquia, Hungria e Croácia. Queriam em particular que o papa usa-se sua influência nos três últimos países, ligados à Santa Sé por fortes vínculos diplomáticos e eclesiásticos - na Eslováquia, por exemplo, um padre católico ocupava no momento a presidência. A parte sobre a Croácia dizia o seguinte: "Milhares de famílias foram deportadas para ilhas desertas ou encarceradas em campos de concentração todos os homens judeus foram enviados para campos de trabalho forçado. tendo de escavar esgotos, o que acarretou a morte de muitos. (...) Ao mesmo tempo, suas posas e filhos foram enviados para outro campo, onde também estão sofrendo terríveis privações'''(34).
O memorando, cujo manuscrito está nos Arquivos Sionista em Jerusalém, foi publicado por Saul Friedlãnder, em sua coletânea de documentos sobre Pacelli e o Terceiro Reich. Em °ui: de 1998, Gerhard Riegner, um signatário sobrevivente do memorando, revelou em suas memórias publicadas, Ne jamais désesesperer(35)", que o Vaticano o excluíra dos onze volumes de documentos do tempo de guerra liberados - indicando que, mais de meio século depois da guerra, o Vaticano ainda não se mostrava disposto a confessar o que sabia sobre as atrocidades croatas e os primeiros estágios da Solução Final, e quando soube.
Os três chefes da secretaria de Estado do Vaticano — Maglione, Montini e Tardini — indicaram várias vezes que tinham conhecimento dos protestos e pedidos de socorro, mas suas entrevistas com Rusinovic e Lobkowicz seguiam, como Falconi observou pela documentação disponível, um padrão invariável de "ataque simulado, escuta paciente e generosa rendição". Como não podia deixar de ser, os diplomatas croatas secretos no Vaticano estavam mais do que satisfeitos com a maneira pela qual os interrogatórios eram realizados: "Esclareci tudo, desmascarando a propaganda inimiga", escreveu Rusinovic, depois de uma reunião com Mondni. "Sobre os campos de concentração, expliquei que seria melhor se ele pedisse informações à delegação apostólica em Zagreb. (... ) Jornalistas estrangeiros foram convidados a visitar os campos de concentração e... ao irem embora, declararam que os campos tinham perfeitas condições de habitação e satisfaziam os requisitos de higiene." No final da entrevista, quando Rusinovic comentou que havia agora cinco milhões de católicos no vais, Montini disse: "O Santo Padre vai ajudá-los, pode ter certeza" (36).
Além disso, pode-se constatar que o Vaticano sabia da verdadeira situação na Croácia, no início de 1942, por uma conversa que Rusinovic teve com o cardeal francês Eugène TiSSCralt, um especialista em assuntos eslavos e agora confidente de Pacelli, apesar das restrições que lhe fizera no conclave. Ele disse ao representante croata, em 6 de março de 1942: "Sei com certeza que os próprios franciscanos, como o padre Simic, de Knin, têm participado dos ataques contra as populações ortodoxas, a fim de destruir a Igreja ortodoxa. Assim como vocês destruíram a Igreia ortodoxa em Bania Luka. Sei com certeza que os franciscanos na Bósnia e Herzegovina tem se comportado de maneira abominável o que muito me aflige. Esses atos não devem ser cometidos por pessoas educadas, cultas e civilizadas, muito menos por padres" (37). Durante uma reunião subseqüente, em 27 de maio, Tisserant disse a Rusinovic que, segundo os dados alemães, "350.000 sérvios desapareceram" e "em apenas um campo de concentração há 20.000 sérvios" (38).
Pacelli, no entanto, nunca deixou de se mostrar benevolente com os líderes e representantes do regime de Pavelic. Uma lista de suas audiências, além das que já foram mencionadas, é significativa. Em julho de 1941, ele recebeu uma centena de membros da força policial croata, tendo à frente o chefe de polícia de Zagreb. Em 6 de fevereiro de 1942, ele concedeu uma audiência a um grupo de jovens do Ustashe em visita a Roma. Recebeu outra delegação de jovens do Ustashe em dezembro do mesmo ano.
E, em 1943, quando conversava com Lobkowicz, Pacelli "expressou seu prazer pela carta pessoal do nosso Poglavnik [Pavelic]". Depois, na conversa, Pacelli disse que estava "desapontado porque, apesar de tudo, ninguém quer reconhecer o principal inimigo da Europa; nenhuma cruzada militar comum foi iniciada até agora contra o bo1chevismo"(39).
Mas Hitler não lançara essa cruzada no verão de 1941? Nos tortuosos raciocínios de Pacelli sobre o comunismo, o nazismo, a Croácia e a evangelização católica do Leste, começamos a compreender - embora sem justificar - sua reticência em relação aos massacres croatas.
No mês seguinte, o embaixador especial de Pavelic, padre Cherubino Seguic, foi a Roma para descobrir o que se dizia sobre o regime e acabar com os "rumores" desfavoráveis. Em suas memórias defensivas, ele se queixa da "insinuação de calúnia" que se ouvia em Roma sobre a Croácia e garante que "tudo é distorcido ou inventado. Somos apresentados como um bando de bárbaros e canibais". Ele conversou com Giovanni Montini (o futuro Paulo VI), que "pediu informações detalhadas sobre os acontecimentos na Croácia. Falei tudo. Ele ouviu com muito interesse e atenção. As calúnias haviam chegado ao Vaticano e deviam ser denunciadas de uma maneira convincente" (31) . Portanto, as atrocidades — ou "calúnias" — eram do conhecimento comum em Roma no verão de 1941. A Santa Sé tinha canais pelos quais Pacelli podia verificar tudo e influenciar os acontecimentos.
O delegado apostólico Ramiro Marcone, escolhido por Pacelli como seu representante pessoal na Croácia, era um amador que deu a impressão de passar corno um sonâmbulo por toda essa cena sangrenta. Um monge beneditino de 60 anos, ele não tinha qualquer experiência de diplomacia e passara grande parte de sua ida adulta dando aulas de Filosofia no Colégio de Santo Anselmo, em Roma. Sua área de atuação era o claustro e a sala de aula. Seu tempo na Croácia foi consumido em grande parte no comparecimento a cerimônias, jantares e desfiles públicos, sendo fotografado sempre ao lado de Pavelic. Era evidente que fora escolhido para apaziguar e encorajar.
Pavelic com ol arcebispo Stepinac |
Enquanto isso, um pedido de socorro aos judeus perseguidos na Croácia foi enviado à Santa Sé pelo Congresso Mundial Judaico e a comunidade israelita suíça, por meio do monsenhor Filippe Bernadini, o núncio apostólico em Berna. Num memorando substancial, datado de 17 de março de 1942, menos de dois meses depois da Conferência de Wannsee, em que foi delineada a Solução Final, Os representantes das duas organizações documentaram Perseguições aos judeus na Alemanha, França, Romênia, Eslováquia, Hungria e Croácia. Queriam em particular que o papa usa-se sua influência nos três últimos países, ligados à Santa Sé por fortes vínculos diplomáticos e eclesiásticos - na Eslováquia, por exemplo, um padre católico ocupava no momento a presidência. A parte sobre a Croácia dizia o seguinte: "Milhares de famílias foram deportadas para ilhas desertas ou encarceradas em campos de concentração todos os homens judeus foram enviados para campos de trabalho forçado. tendo de escavar esgotos, o que acarretou a morte de muitos. (...) Ao mesmo tempo, suas posas e filhos foram enviados para outro campo, onde também estão sofrendo terríveis privações'''(34).
O memorando, cujo manuscrito está nos Arquivos Sionista em Jerusalém, foi publicado por Saul Friedlãnder, em sua coletânea de documentos sobre Pacelli e o Terceiro Reich. Em °ui: de 1998, Gerhard Riegner, um signatário sobrevivente do memorando, revelou em suas memórias publicadas, Ne jamais désesesperer(35)", que o Vaticano o excluíra dos onze volumes de documentos do tempo de guerra liberados - indicando que, mais de meio século depois da guerra, o Vaticano ainda não se mostrava disposto a confessar o que sabia sobre as atrocidades croatas e os primeiros estágios da Solução Final, e quando soube.
Os três chefes da secretaria de Estado do Vaticano — Maglione, Montini e Tardini — indicaram várias vezes que tinham conhecimento dos protestos e pedidos de socorro, mas suas entrevistas com Rusinovic e Lobkowicz seguiam, como Falconi observou pela documentação disponível, um padrão invariável de "ataque simulado, escuta paciente e generosa rendição". Como não podia deixar de ser, os diplomatas croatas secretos no Vaticano estavam mais do que satisfeitos com a maneira pela qual os interrogatórios eram realizados: "Esclareci tudo, desmascarando a propaganda inimiga", escreveu Rusinovic, depois de uma reunião com Mondni. "Sobre os campos de concentração, expliquei que seria melhor se ele pedisse informações à delegação apostólica em Zagreb. (... ) Jornalistas estrangeiros foram convidados a visitar os campos de concentração e... ao irem embora, declararam que os campos tinham perfeitas condições de habitação e satisfaziam os requisitos de higiene." No final da entrevista, quando Rusinovic comentou que havia agora cinco milhões de católicos no vais, Montini disse: "O Santo Padre vai ajudá-los, pode ter certeza" (36).
Sacerdote croata no trabalho de conversão forçada dos sérvios ortodoxos ao catolicismo. |
Além disso, pode-se constatar que o Vaticano sabia da verdadeira situação na Croácia, no início de 1942, por uma conversa que Rusinovic teve com o cardeal francês Eugène TiSSCralt, um especialista em assuntos eslavos e agora confidente de Pacelli, apesar das restrições que lhe fizera no conclave. Ele disse ao representante croata, em 6 de março de 1942: "Sei com certeza que os próprios franciscanos, como o padre Simic, de Knin, têm participado dos ataques contra as populações ortodoxas, a fim de destruir a Igreja ortodoxa. Assim como vocês destruíram a Igreia ortodoxa em Bania Luka. Sei com certeza que os franciscanos na Bósnia e Herzegovina tem se comportado de maneira abominável o que muito me aflige. Esses atos não devem ser cometidos por pessoas educadas, cultas e civilizadas, muito menos por padres" (37). Durante uma reunião subseqüente, em 27 de maio, Tisserant disse a Rusinovic que, segundo os dados alemães, "350.000 sérvios desapareceram" e "em apenas um campo de concentração há 20.000 sérvios" (38).
Pacelli, no entanto, nunca deixou de se mostrar benevolente com os líderes e representantes do regime de Pavelic. Uma lista de suas audiências, além das que já foram mencionadas, é significativa. Em julho de 1941, ele recebeu uma centena de membros da força policial croata, tendo à frente o chefe de polícia de Zagreb. Em 6 de fevereiro de 1942, ele concedeu uma audiência a um grupo de jovens do Ustashe em visita a Roma. Recebeu outra delegação de jovens do Ustashe em dezembro do mesmo ano.
E, em 1943, quando conversava com Lobkowicz, Pacelli "expressou seu prazer pela carta pessoal do nosso Poglavnik [Pavelic]". Depois, na conversa, Pacelli disse que estava "desapontado porque, apesar de tudo, ninguém quer reconhecer o principal inimigo da Europa; nenhuma cruzada militar comum foi iniciada até agora contra o bo1chevismo"(39).
Mas Hitler não lançara essa cruzada no verão de 1941? Nos tortuosos raciocínios de Pacelli sobre o comunismo, o nazismo, a Croácia e a evangelização católica do Leste, começamos a compreender - embora sem justificar - sua reticência em relação aos massacres croatas.
Notas (enumeradas conforme no livro):
30 - Ibid., p.259
31 - Ibid., p.307
32 - Citado em Falconi, Silence, p. 333.
33 - Ibid., p.334.
34 - S. Friedländer, Pius XII and the Third Reich: A Documentation, trad. ingl. (Londres, 1966), p.109.
35 - G. Riegner, Ne jamais désespérer (Paris, 1988), pp. 164-165.
36 - Citado em Falconi, Silence, p. 355.
37 - Ibid., p. 382
38 - Ibid., p. 388
39 - Ibid., pp. 344-346
31 - Ibid., p.307
32 - Citado em Falconi, Silence, p. 333.
33 - Ibid., p.334.
34 - S. Friedländer, Pius XII and the Third Reich: A Documentation, trad. ingl. (Londres, 1966), p.109.
35 - G. Riegner, Ne jamais désespérer (Paris, 1988), pp. 164-165.
36 - Citado em Falconi, Silence, p. 355.
37 - Ibid., p. 382
38 - Ibid., p. 388
39 - Ibid., pp. 344-346
Transcrição: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)
Fonte: CORNWELL, John - O Papa de Hitler - A historia secreta de Pio XII, Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000, p. 290 - 293.
Fonte: CORNWELL, John - O Papa de Hitler - A historia secreta de Pio XII, Rio de Janeiro: Imago Ed., 2000, p. 290 - 293.
Um texto ótimo é esse, do Holocaust Reserch Project:
http://www.holocaustresearchproject.org/essays&editorials/croationholocaust.html
Assuntos relacionados: (depois completo)
O regime brutal da Croácia Católica
http://www.holocaustresearchproject.org/essays&editorials/croationholocaust.html
Assuntos relacionados: (depois completo)
O regime brutal da Croácia Católica
Parece que dessa vez não apareceu nenhum "contestador" (contém ironia, rs) das atrocidades da Ustasha pra criticar o post apenas porque cita a ligação clara e explícita do regime genocida da Croácia com o Vaticano.
ResponderExcluirPelas visualizações do tópico, muita gente passou por aqui, e ai tiramos a conclusão: preferiu ignorar ou ficou em silencio devido ao desconhecimento ou a culpa.
ResponderExcluirPor quê culpa? Você por acaso culparia todo o povo espanhol pelas atrocidades cometidas contra os nativos das Américas? Ou culparia todos os muçulmanos pelos atos de terrorismo cometidos em nome da fé islâmica? Difícil encontrar alguma seriedade em seu site...faz-me rir.
ResponderExcluirPedro Primo
Pedro Primo, não vi em momento algum você criticando a relação do Vaticano com o Ustasha. Ou para você isso não importa?
ExcluirAs criticas a Pio XII são extensas, e infelizmente bem concretas.
Sobre essa sua analogia a espanhóis e muçulmanos, é a mesma coisa de comparar um crime comum com um crime contra a humanidade. Mesmo os dois sendo errados, um tem muito mais gravidade do que o outro.
Estou criticando um regime apoiado pelo catolicismo e sua pessoa nem da importância para isso, acha que falta seriedade.
Entre no link e verá detalhadamente o que estou criticando, em vez de falar essas asneiras. Estude um pouco mais, que verá que a fatos ignorados pela ICAR:
http://avidanofront.blogspot.com.br/search/label/*Ustasha
Procure também para seu conhecimento, sobre o campo de Jasenovac. Talvez isso faça você rever seus conceitos pífios.
Aproveitando que gosta de rir tanto:
Excluirhttp://avidanofront.blogspot.com.br/2011/10/soldados-ustasha-assassinando.html
Nem entrarei no mérito das crianças de Jasenovac...