segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal e um próspero Ano Novo

First Italy’s WWII Christmas. The plane is a bomber Savoia Marchetti S.79 of the 46th Stormo Bombardamento Terrestre, Scutari, Albania, 24 dezembro 1940.
Feliz Natal e um prospero Ano Novo a todos os frequentadores do blog.

Obs: Que esse ano o bando de anta "revisionista/negacionista" caia na real e veja o papelão que estão fazendo.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Chetniks e as execuções

Cada esquadrões Chetniks eram os chamados de "kolyachi" (do sérvio verbo "kolyat" - corte), ou seja, os carrascos, que eliminou os partidários de Tito e todas as pessoas suspeitas de simpatias comunistas. A execução era realizada apenas com facas. Mais tarde, em 1944, os Chetniks também lidaram com os soldados capturados e oficiais soviéticos.


Chetniks sérvios matam agricultor, suspeito de ter ligações com a guerrilha.

Foto tirada em algum lugar na Herzegovina. Essa foto compareceu no julgamento

contra o General D. Mihailovich em 1946, o qual foi julgado e condenado por alta

 traição e crimes de guerra.




 Foto tirada no verão de 1943, perto da cidade de Cacak na Sérvia central. Fotos
 encontradas por  oficiais de contra-inteligência em 15 ou 16 de setembro de 1944 
nos documentos do governador assassinado (comandante) chamado Koserich.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Negacionismo do Holocausto na USP

 Mesmo que Antonio Caleari não esteja sujeito às leis contra racismo ou as normas éticas da USP, seu livro constitui uma forma de fraude acadêmica e intelectual que nunca deveria ter sido aprovada como Tese de Láurea sem falar de ganhar nota de 10 e ser indicado a um prêmio. Não adere aos padrões básicos e honestos de investigação racional e usa o prestígio e a legitimidade da Faculdade de Direito da USP para avançar uma agenda disfarçada de ódio e racismo. O artigo é de Sean Purdy.
Sean Purdy (*)

Não fui surpreendido na sexta-feira passada quando eu vi o e-mail de um Antonio Isoldi Caleari na minha caixa de entrada com o assunto “Doação de obra para vosso acervo pessoal”. Recebo e-mails como esse regularmente de alunos, editoras, empresas, etc. Quando abri a mensagem, porém, duas coisas chamaram minha atenção: o título estranho do livro que estava em anexo: “Malleus Holoficarum: o estatuto jurídico-penal da Revisão Histórica na forma do Jus Puniendi versus Animus Revidere” (Chiado Editora: Lisboa, 2012) e o fato que o autor, Antonio Caleari, era aluno do curso de graduação em Direito da Universidade de São Paulo. Na mensagem, o autor escreve que o livro teve por base sua Tese de Láurea de 2011, recebeu nota máxima de 10 e foi indicado ao “Prêmio Jovem Jurista” do Banco Santander. Ele destaca o fato que a tese foi defendida “na mais tradicional Faculdade de Direito do país, o Largo de São Francisco”.

Normalmente, eu apagaria um e-mail como esse, mas o título “Malles Holoficarum” me interessou e decidi dar uma olhada. Lendo a dedicação na página 5 já entendi do que trata o livro: uma defesa do negacionismo do Holocausto. A dedicação diz na integra: “Dedico esta obra, na qual se efetiva um ato de resistência civil contra a tirania representada pelo Malleus Holoficarum, a todos os inspiradores mártires da Revisão Histórica, cuja luta há de transcender em idealístico e perene legado.”

Confirmei através de pesquisas que realmente a Tese de Láurea desse aluno Antonio Caleari recebeu a nota máxima de 10 e foi indicado ao prêmio de Santander pelo orientador, Professor Doutor Pierpaulo Cruz Bottini, mas não ganhou. Fiz mais pesquisas sobre Antonio Caleari e descobri que ele também é moderador e um dos principais autores do blog www.inacreditável.com.br

No lado do título do blog, há citações destacadas que mudam periodicamente. Nos últimos dias já vi duas citações de Adolf Hitler, uma de Mussolini e uma da Bíblia. O primeiro post no blog no dia 13 de novembro, postado no dia anterior, é intitulado “A Luta de S.E. Castan contra a Mentira do Século”, ou seja, o holocausto, e consiste de um transcrição de uma conferência ministrada em Porto Alegre em 1991 pelo Seigfried Ellwanger Castan, editor e distribuidor na época de livros negacionistas. Em 2001, Castan foi condenado para atos contra a “dignidade humana” pelo Superior Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, uma decisão confirmada pelo STF em 2003.

Outros artigos recentes no blog versam sobre as ameaças ao direito de liberdade de expressão, as habilidades teóricas no pensamento econômico de Adolf Hitler, clipes de Youtube do compositor Wagner e numerosos artigos de negacionistas brasileiros e internacionais questionando a existência do Holocausto como fato histórico. Até tem um artigo dos moderadores sobre uma reclamação de racismo contra o blog que foi arquivado pelo Ministério Público de São Paulo em 2009. No post de 29 de fevereiro de 2012 divulgando a publicação de “Malleus Holoficarum...” entre os mais de 70 comentários elogiando o autor, Caleari comentou que ele teve que apagar vários comentários críticos, adicionando que ”Aos talmudistas de plantão: seus dias aqui acabaram”.

Conforme com uma ampla literatura sobre negacionismo, os negacionistas desse blog são cuidadosos na sua linguagem, não ferindo as leis diretamente, mas, intelectualmente e politicamente alimentando racismo, antissemitismo e ódio. O Ministério Público pode não achar que o blog incita preconceito de raça ou credo, mas qualquer pessoa compromissada com a luta contra racismo sabe muito bem do que se trata nesse blog de alguém que se apresenta orgulhosamente como aluno da Universidade de São Paulo.

No livro, Caleari nunca enfrenta a exaustiva evidência do Holocausto. A estratégia dele é argumentar que as opiniões dos negacionistas são igualmente legítimas quanto as dos historiadores profissionais que não negam o Holocausto: “Revisionismo do Holocausto é tão legítimo como o revisionismo de qualquer outro período da História. Trata- se de um debate que ocupa tão somente o plano intelectual e que não preenche os requisitos para pautar a política criminal do estado.” (p.129)

Ele faz esse “argumento” na seguinte maneira: 1) por uma breve análise da historiografia contemporânea (pp.117-132) enfatizando que a própria profissão aceita que existem versões diferentes sobre história.

2) através de uma análise de historiadores críticos (na maioria brasileiros e alguns estrangeiros traduzidos para o português) de negacionismo e dos apoiadores do Projeto de Lei Federal nº 987 que criminalizaria negacionismo do Holocausto (pp.133-173). Aqui ele não confronta a evidência do Holocausto, mas acusa os críticos de negacionismo de terem opiniões diferentes sobre as causas, natureza, consequências, importância e simbolismo do Holocausto, concluindo que se existem tantas divergências entre historiadores, portanto negacionismo é também intelectualmente legítimo.

3) Caleari junta autores diversos (da esquerda, direita, sionistas, antissionistas, judeus, religiosos cristãos, etc.) sobre assuntos diversos como liberdade de expressão, racismo e sionismo, argumentando novamente que a diversidade de opiniões sobre vários aspectos “relacionados” ao Holocausto significa que negacionismo é somente mais uma opinião legítima dentro de um debate intelectual amplo.

A “lógica” dele aqui é a seguinte: se um judeu pode criticar o estado de Israel por suas políticas em relação aos palestinos, uma pessoa pode negar que o Holocausto aconteceu. Então, autores como Rosa Luxemburgo sobre direito de liberdade de expressão e Norman Finkelstein e outros judeus da esquerda sobre a “indústria de Holocausto”, são juntados para mostrar que negacionismo é somente mais um argumento autêntico. (pp.208-211)

Caleari chama negacionismo, o termo usado por historiadores profissionais, de Revisão Histórica e seus proponentes, revisionistas. Suas críticas, historiadores legítimos, ele chama de afirmacionistas ou antirevisionistas. A escolha dessas palavras não é por acaso: os negacionistas não gostam da palavra negacionismo, preferindo usar Revisão Histórica pois eles defendem negacionismo como a legítima prática de revisionismo histórico.

Dentro de historiografia, existe uma legítima prática de revisão histórica. Basta mencionar novas interpretações de Canudos ou da decisão de lançar a bomba atômica contra Japão em 1945. Que historiadores estão constantemente envolvidos em revisão histórica é correto. Mas a revisão histórica legítima não é preocupada com a existência de fatos e eventos, mas sim com suas causas, natureza e consequências. O próprio Holocausto pode ser legitimamente reinterpretado por novas gerações em relação às suas causas, natureza e consequências. Historiadores legítimos debatem, por exemplo, o papel individual de Hitler no Holocausto, as responsas da comunidade judaica e outras comunidades à persecução e a relação entre racismo e capitalismo. O que historiadores legítimos do Holocausto não fazem é negar os fatos do Holocausto, um dos eventos mais documentados e comprovados na história do século XX. Negacionismo se baseia na ideia de que o Holocausto não aconteceu, de que não houve um plano sistemático de exterminar os judeus de Europa e de que muito menos de seis milhões de judeus (além de milhões de outros) foram mortos pelos nazistas nos anos 1930-1940.

Caleari fere claramente os padrões de uso de evidência e argumentação da análise racional acadêmica não só da profissão de história, mas também de análise social científica e jurídica. Apesar de todas as fontes utilizadas de “todos os lados”, ele nunca confronta os erros, contradições, afirmações inconsistentes e mentiras de negacionismo do Holocausto, distorcendo fatos e argumentos para conformar com uma ideologia e agenda política que ele mais abertamente mostra no seu blog não- acadêmico. E negar o Holocausto é justificar o extermínio em massa de judeus durante o Holocausto, alimentando racismo hoje em dia. Como o historiador Pierre Vidal-Naquet escreve, negacionistas são “assassinos de memória”.

Mesmo que Caleari não esteja sujeito às leis contra racismo ou as normas éticas da USP, seu livro constitui uma forma de fraude acadêmica e intelectual que nunca deveria ter sido aprovada como Tese de Láurea sem falar de ganhar nota de 10 e ser indicado a um prêmio. Não adere aos padrões básicos e honestos de investigação racional e usa o prestígio e a legitimidade da Faculdade de Direito da USP para avançar uma agenda disfarçada de ódio e racismo.

(*) Professor de História da USP.

Fonte: http://cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=21250

Mais sobre o desenrolar dos fatos:
Nota da Redação: sobre o negacionismo do Holocausto
Justiça de SP julga improcedente ação contra Carta Maior em caso sobre Holocausto
Negação do Holocausto judeu é perigoso e preocupante (Por Pierpaolo Cruz Bottini - orientador do autor da obra)

Aconselho a lerem os autos do processo, a partir da pagina 549:
Integra dos autos do processo.



quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Congresso dos EUA divulga arquivo com fotos do período da 2ª Guerra

Todas as fotos foram tiradas entre 1939 e 1944
Foto: Bilbioteca do Congresso dos EUA, Divisão de Fotografias e Material Impresso/BBC Brasil
  
A Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos disponibilizou seus arquivos com mais de 1.600 fotografias coloridas no Flickr, em um projeto aberto ao público em geral, que pode acrescentar comentários, notas e tags.

Todas as fotos foram tiradas entre 1939 e 1944 por fotógrafos que trabalhavam para a Farm Security Administration (FSA, ou Agência de Segurança Agrícola, em tradução livre) e para Office of War Information (OWI, ou Escritório de Informação de Guerra, em tradução livre. As imagens dos então agentes da FSA e do OWI mostram a vida cotidiana nos Estados Unidos, incluindo Porto Rico e as Ilhas Virgens.

As imagens originais são transparências coloridas que vão de um tamanho de 35 milímetros a 4 x 5 polegadas e têm como foco a rotina agrícola e os trabalhadores envolvidos em construção civil e aviação durante a Segunda Guerra Mundial.

O lançamento desta iniciativa-piloto tem como objetivo mostrar setores inéditos do acervo desta que é uma das maiores bibliotecas do mundo e de parceiros que se interessem pela ideia.

Espera-se que "instituições de patrimônio histórico que se juntem ao projeto compartilhem imagens de suas coleções fotográficas -sem restrições de direitos autorais conhecidas- como uma forma de aumentar a visibilidade dessas coleções com o público em geral". Veja as imagens.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6365641-EI8141,00-Congresso+dos+EUA+divulga+arquivo+com+fotos+do+periodo+da+Guerra.html


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Off -postagens

Muita gente anda perguntando por que parei de postar durante algum tempo. Foram dois motivos:

1º - Acidente de moto com meus pais, onde minha mãe passou internada um tempo- estão bem já;(por sinal, eu também sofri um acidente de moto esse ano).

2º - Trabalho na faculdade, onde fiz um museu sobre o tema Ditadura Militar no Brasil. Fiz um vídeo e vou postar logo abaixo para os pessoal ver. A formado museu e percurso museográfico tem toda uma teoria que está no texto do vídeo  para quem tiver curiosidade. O tema me interessa a bastante tempo, mas não sou expert no assunto. Aproveitei e me aprofundei um pouco, dedicando bastante tempo para isso.

Agora vou primeiro responder os email que estão na minha caixa de entrada, e peço desculpa ao pessoal por não responde-los, pois realmente não teve jeito por uma serie de contratempos - em especial ao meu amigo Roberto, peço sua realmente minhas sinceras desculpas pela falha nos nossos ótimos papos.

Quem quiser ver o vídeo, está na minha conta do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=7HqAI2PqyPQ

domingo, 30 de setembro de 2012

Documento da Cruz Vermelha Internacional, dando permissão para viagem, usado por Eichmann para escapar da Alemanha e ir para a Argentina


Imagem exibe documento da Cruz Vermelha Internacional, dando permissão para viagem, usado por Eichmann para escapar da Alemanha e ir para a Argentina. Ele conseguiu o documento falso através de um comitê da Cruz Vermelha Internacional em Gênova, em 1950


Detalhe do documento falso, escrito em italiano, que permitiu que Eichmann viajasse para a Argentina. Ele utilizou o nome de Ricardo Klement.

Fonte: Terra

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os judeus de Varsóvia no entreguerras - Parte 1/3


Os membros do partido Po'ale Tsiyon  marchando na  Parada de Primeiro de Maio, Varsóvia, 1927.  Os slogans em seus cartazes em poloneses e iídiche  incluem "Abaixo Facismo" e "Viva a Sociedade dos Trabalhadores Judeus na Palestina! 

A vida judaica e o lugar dos judeus na sociedade polonesa diferiam bem daqueles na Europa Ocidental. A partir da Revolução Francesa, os judeus, em toda a Europa Ocidental, lutaram por direitos iguais como indivíduos e restringiram as expressões do judaísmo à esfera religiosa. Em contraste, a maioria dos judeus na Polônia independente no entre guerras insistia no seu reconhecimento como povo, com direitos de uma minoria nacional. Eles queriam ser reconhecidos como uma comunidade — fazendo parte, mas separados de outros elementos da sociedade polonesa.

Nos países da Europa Ocidental os judeus constituíam uma pequena percentagem da população global, mas, na Polônia, um em cada dez habitantes era judeu, e em muitas cidades, cidadezinhas e aldeias os judeus formavam uma grande parcela da população total. Em algumas cidades, eles constituíam a maioria da população. Diferentemente de outras nacionalidades minoritárias na Polônia, os judeus estavam dispersos pelas várias regiões do país. Assim, não estavam em posição idêntica à da minoria ucraniana, que se concentrava num território específico e podia exigir uma forma de autonomia territorial, tal como o reconhecimento governamental de seu idioma como língua oficial de uma região, ou sistemas judiciários e educacionais independentes.

O nacionalismo polonês era intensamente católico e muito mais imune às pressões de secularização do que em países mais ocidentais. Em conseqüência, era profunda a brecha entre Estado e sociedade, e os judeus eram muito mais internamente orientados do que seus congêneres na Europa Ocidental. Embora a presença de judeus na Polônia fosse muito antiga — remonta ao ano 963 - ela foi quase sempre temerosa. Os judeus haviam chegado à Polônia, convidados por príncipes poloneses, para realizar funções economicamente complementares que não pudessem ser empreendidas pela população majoritária. A utilidade econômica dos judeus levou a classe dirigente a se mostrar mais inclinada à tolerância e ao pluralismo; assim, a Polônia atraiu, nos séculos XIII e XIV, judeus que sofriam discriminação na Alemanha. Entre a população geral na sociedade polonesa economicamente atrasada, as massas não tinham prosperidade, nem mesmo segurança econômica. Seu ressentimento contra os judeus era intenso. A Igreja Católica Romana, ela mesma chegada tardiamente à Polônia, seguia amiúde uma política de discriminação e ódio contra os judeus. Ela perpetuava imagens judaicas negativas presentes no cristianismo: judeus como outsíders, traidores, perpetradores de deicídio.

Depois da Primeira Guerra Mundial, a Polônia conseguiu, após 136 anos de partilha e ocupação, a independência. A restauração do Estado polonês, que havia sido o objetivo de uma longa e obstinada luta do povo polonês pelo direito à autodeterminação, foi uma conseqüência direta da desordem (fosse devida a derrota militar ou agitação revolucionária) entre os inimigos e ocupantes da Polônia: Áustria-Hungria, Alemanha e Rússia. Isso levou às decisões político-territoriais tomadas na conferência da paz em Versalhes.

A ordem política e territorial resultante da Primeira Guerra Mundial parecia favorecer aqueles que buscavam status de minoria nacional. Mediante os tratados que foram impostos à Romênia e a uma série de países novos ou renovados — Polônia inclusive — , os novos Estados foram obrigados a dar direitos a minorias, protegidas por lei e com supervisão da Liga das Nações. A decisão de assumir esses tratados e definir o conteúdo dos mesmos deveu-se, em grande parte, a insistência de representantes americanos (incluindo grupos judaicos americanos) e de outros países europeus em Versalhes. Na realidade, os tratados sobre minorias concediam direitos aos judeus unicamente como um grupo religioso, mas muitos judeus interpretaram erroneamente esses tratados como se os mesmos lhes concedessem os direitos de uma minoria nacional.

Na Polônia, o "tratado de minorias" parecia garantir constitucionalmente os direitos dos judeus como um dos grupos minoritários do país. No papel, tratado assegurava às minorias nacionais e religiosas, como estipulação fundamental da nova constituição, direitos iguais. judeus e outras minorias receberam direitos políticos e civis. Por uma questão de direito, cabia-lhes justiça igual perante a lei. Até mesmo suas heranças lingüísticas e culturais, inclusive os sistemas escolares judaicos, eram preservados. A discriminação em contratações e empregos era ilegal.

Quando o governo polonês, que era constituído por partidos de centro e de direita, tentou adotar um sistema eleitoral que afetaria a representação proporcional das minorias no Parlamento, os judeus reagiram, formando uma frente unida — um "bloco de minorias" — para concorrer ás eleições. O bloco acabou obtendo unia substancial vitória, com 22% de todos os votos para o primeiro Sejm polonês, em 1922. Somente a facção judaica havia eleito 35 representantes, uns 8%, num total de 444 membros do Sejm. Neste, facções políticas da direita, do centro e da esquerda se hostilizavam, neutralizando-se reciprocamente. Nenhuma delas tinha o poder de por si só formar um governo ou de fazer pender a balança a seu favor em questões decisivas. Conseqüentemente, a influência do bloco dc minorias foi favorecida e, embora por curto tempo, ele gozou de uma influência desproporcional.

Membros da facção judaica no Parlamento polonês diferiam em sua avaliação da política do bloco de minorias. Alguns acreditavam na existência do bloco como um grupo parlamentar permanente, que deveria se mostrar ativo na cena política geral polonesa servindo, ao mesmo tempo, para proteger questões essenciais das minorias. Já outros representantes, especialmente os da Galícia oriental, acreditavam ser o bloco, na melhor das hipóteses, um casamento especulativo e tático de conveniência. Não era de se supor que a desproporcional representação judaica iria continuar. Duvidavam de perspectivas de cooperação a longo prazo com os ucranianos, conhecidos por sua hostilidade profundamente arraigada contra os judeus. Assim, eles insistiam que os judeus se envolvessem menos nas lutas internas pelo poder entre as várias tendências políticas na Polônia.

Com o passar do tempo, tornou-se claro que a solidariedade entre as minorias era duvidosa. Após a ascensão de líder ao poder parecia que, em diversos países, as minorias alemãs não estavam dispostas a se opor à legislação antijudaica na Alemanha nazista. Os judeus se viram assim constrangidos a sair da organização de minorias européias quando foram abandonados por outros grupos minoritários e pelo público em geral.

Em 1924 e 1925, membros destacados do governo polonês empreenderam sondagens que resultaram em discussões práticas com representantes judeus no Sejm. Eles buscavam uma acomodação segundo as linhas da política judaica tradicional. Os representantes judeus seriam obrigados a adotar em questões básicas a linha do governo e a apoiar os interesses de poder da Polônia, o que podia ser interpretado como aprovação da conduta do regime em relação à minoria eslava na fronteira leste da Polônia. O governo prometia, em troca, concessões e auxílios numa variedade de áreas essencialmente judaicas, tais como economia, emprego, direitos civis, educação e religião. Esse acordo político, conhecido como UGODA, foi instigado por um dos líderes do movimento nacionalista Endecja e pelo irmão do então Primeiro-ministro Stanislav Grabski, e foi apoiado pela maioria dos representantes judeus no Parlamento polonês.

Judeus nacionalistas extremados, tanto sionistas quanto adeptos do Bund, decididos a preservar os direitos nacionais judaicos, encaravam a UGODA corno uma quase traição do princípio nacional judaico e apelaram, para encontrar apoio na controvérsia, ao mais amplo público judeu. Este, porém, mostrou-se indiferente e decepcionado com os resultados dos seus empenhos políticos e parlamentares. Nos dias iniciais do renascido Estado polonês, os judeus tiveram grandes esperanças, mas estas rapidamente se esvaneceram. Inflamados discursos no Sejm não tinham o poder de levar as autoridades a alterar padrões de discriminação econômica. A UGODA também foi de pouca ajuda e nem chegou a ser implementada.

Nos primeiros anos após a independência, o bloco das minorias, do qual os judeus faziam parte, deteve temporariamente o equilíbrio do poder entre direita e esquerda. Mas, depois de impressionantes êxitos iniciais, o bloco foi perdendo força nas eleições subsequentes. Houve também uma acentuada queda no prestígio e na popularidade da principal facção sionista liderada por ltzhak Gruenbaum. A população judaica aprendeu que a luta parlamentar tinha pouco impacto tangível em sua vida diária e que na vida econômica o poder operacional e decisivo estava concentrado nas mãos do governo e da administração dirigente.

Em maio de 1926, Jozef Pilsudski, com ajuda de um grupo de oficiais e de algumas unidades do exército, organizou um sangrento golpe de estado. Pilsudski, em sua juventude um socialista, havia fundado as forças armadas nacionais na Primeira Guerra Mundial e comandara o exército polonês que, na campanha de 1920, derrotou os bolchevistas, que haviam penetrado profundamente na Polônia, quase chegando aos arredores de Varsóvia. As massas viam Pilsudski como um herói que simbolizava o renascimento da Polônia. Ele era muito admirado nos círculos esquerdistas, mas optou por sair da cena política quando compreendeu que não podia dominá-la. À direita, que nas eleições havia conquistado o apoio da maioria, encarava-o com desconfiança. A "aposentadoria" de Pilsudski, contudo, foi de curta duração. Ele estava apenas esperando o momento propício para impor sua autoridade e dirigir o país.

O pensamento político polonês com relação à estrutura de um Estado polonês independente movia-se em duas direções contrárias. A concepção direitista era a de que deveria haver uma completa identificação do Estado com a nação polonesa, enquanto esquerda e centro se inclinavam para uma parceria mais ampla no Estado. Poloneses étnicos eram os primeiros entre iguais, mas a Polônia seria a pátria de muitas nacionalidades.

O Endecja optou por um Estado polonês católico — um Estado que seria domínio exclusivo dos poloneses étnicos. Minorias eram consideradas como sendo formadas por cidadãos tolerados ou pessoas assimiladas ao Estado polonês. Os judeus eram vistos como estranhos sem nenhum direito legítimo de estar na Polônia: desnecessários, até mesmo prejudiciais. Em contraste, Pilsudski e seus adeptos queriam ver a Polônia como uma potência política e foco de uma aliança confederada dos Estados menores na região, de preferência a um Estado que exibisse a tendência expansionista da Rússia e da Alemanha.

Esboços bastante obscuros de autonomia territorial para minorias foram redigidos, especialmente no setor oriental eslavo. Mas o que fazer com os judeus já era mais complicado, por estarem eles dispersos. Nada de explícito foi para eles cogitado, mas acreditava-se que Pilsudski estava interessado em integrar os judeus na sociedade polonesa.

Em relação aos judeus, a atitude da administração Pilsudski foi positiva e animadora, especialmente no início. O Marechal Pilsudski centralizava a maior parte de suas atenções em assuntos de defesa e relações exteriores. Não demonstrou qualquer interesse especial pela questão judaica e nem exibiu, em público ou em declarações políticas, quaisquer sentimentos contrários aos judeus, e ele evidentemente reprimiu tendências anti-semitas entre seus adeptos. Não se sentia inclinado a usar os judeus como bode expiatório por seus fracassos ou pelos erros de sua administração, como era comum não só na Polônia mas também em outros países europeus. Apolinary Hartglas, um dos líderes sionistas na Polônia, escreveu que o primeiro ano, mais ou menos, foi um tempo de genuínas mudanças:

Aquele período foi como uma verdadeira "primavera entre as nações": a propaganda anti-semita cessou ... ninguém atrevia-se a publicar listas negras de poloneses que ousavam comprar em lojas judaicas, ninguém atacava ou surrava judeus. Os governadores de regiões distantes esqueciam da existência de restrições que eram válidas em tempos czaristas ... Escolas secundárias judaicas começaram a receber reconhecimento oficial, instituíram-se comissões para avaliar resultados de matrículas, e havia até alguns examinadores que sabiam hebraico. Novos advogados judeus estavam sendo registrados, enquanto alguns judeus até foram aceitos no serviço público. E os judeus deixaram de se queixar dos pesados fardos das taxas que lhes eram impostas.

A esperança de que Pilsudski iria impor um conceito multinacional nunca se concretizou. A idéia de uma federação não era de modo algum exequível, Porque logo desde o início da existência da nova Polônia houve tensões e reivindicações em relação a regiões em disputa, a fronteiras impostas e a áreas tomadas pela força.

Porém, mesmo na área menor sob a autoridade polonesa, a suposição de que a Polônia, com Pilsudski na chefia, conheceria maior liberalidade e ordem democrática não se tornou realidade. O novo líder acreditava que a fonte da fraqueza da Polônia estava no número excessivo de partidos políticos e em sua anárquica estrutura parlamentar, propagando corrupção e gerando uma deficiente ordem de prioridades. Ele, portanto, se esforçou para solapar o parlamentarismo e livrar o establishment político de seus interesses de classe e corrupção. Não buscou apoio na esquerda; pelo contrário, voltou-se para a aristocracia organizada no movimento conservador e para o alto comércio.

O governo autoritário de Pilsudski não apresentava o molde de um regime fascista, muito embora tomasse algumas medidas que eram brutais desvios de uma ordem democrática. Nos seus primeiros anos, o regime gozou de certas propostas econômicas proveitosas, mas após a profunda crise que resultou do craque de 1929, o país ficou sujeito a uma depressão profunda e a desemprego em massa. As reformas planejadas foram postas de lado, tendo em vista a necessidade de enfrentar agitadas pressões diárias.

Nenhuma verdadeira análise foi feita da questão das minorias, nenhum plano executado para melhorar a situação das mesmas, e, finalmente, houve um retrocesso na atitude das autoridades e até, em certas ocasiões, o uso brutal de força. Ocorreu eventualmente uma transformação do conceito da condição de Estado, abrangendo todos os cidadãos do país, para uma ideologia nacionalista.

A perceptível fraqueza do Parlamento e de toda a estrutura democrática não levou a uma revolta, mas tampouco funcionou vantajosamente para os judeus. A discriminação contra eles foi hesitantemente renovada, mas até a morte do marechal, em 1935, certos limites foram mantidos. Seu falecimento marcou, sem dúvida alguma, um momento crítico. Os judeus estavam bem conscientes do fato de que a vigorosa personalidade de Pilsudski, mesmo durante sua enfermidade, havia contido fortes explosões anti-semitas, e eles tiveram uma sensação de perda e apreensão pelo futuro. No primeiro ano após sua morte, um governo provisório sob a égide do Presidente Ignacy Moscicki governou o país. Devido à sua fraqueza, ou talvez por genuína intenção, esse governo tentou, sem entusiasmo, gerir o Estado por linhas democráticas, mas acabou subjugado por crescentes dificuldades econômicas e tensões sociais. No governo estabelecido em 1936, o poder foi dividido entre o presidente e o herdeiro de Pilsudski no alto comando do exército, o Marechal Rydz-Smigly, que não havia demonstrado nenhuma competência marcante nos preparativos militares e defensivos do seu país. Os resultados foram lamentáveis. O regime se moveu numa direção populista-totalitária e rejeitou, de imediato, qualquer tentativa de criar uma frente unida com as várias correntes de opinião, em vista do crescente perigo que representava a Alemanha nazista.

No período pós-Pilsudski, o ódio aos judeus aumentou, e uma política contrária aos judeus foi adotada pelo sistema administrativo e pela oposição direitista. A morte de Pilsudski parecia ter desencadeado todas as forças que ele havia contido. De junho de 1935 em diante, ocorreram em vários lugares violentos distúrbios por iniciativa do Endecja e da direita radical. Nas universidades e escolas, onde foram impostas quotas antijudaicas, os judeus eram cada vez mais empurrados para "bancos de gueto" separados, não obstante as objeções expressas por estudantes judeus e a solidariedade de seus colegas cristãos e de alguns membros do corpo acadêmico. Na maioria dos casos, esse processo de discriminação terminava com a imposição de separação racial e a introdução de quotas. Propostas de natureza antijudaica e até racial foram apresentadas no Sejm, mas nunca aprovadas. As propostas radicais antijudaicas não tardaram a ser obscurecidas pela crise política, prenunciando o advento da guerra.

Não obstante, a tendência antijudaica continuou a se propagar pelo campo dirigente, mas sua liderança assumiu um tom ligeiramente diferente. No tempo de Pilsudski os judeus faziam parte da grande coligação de seus adeptos. Nas eleições para o Parlamento, os judeus, que eram excluídos como representantes de grupos apoiando a facção Pilsudski, apareciam nas listas do amplo grupo apartidário de apoio ao governo e do bloco apartidário para colaboração com o governo. Pouco depois da morte de Pilsudski, o "bloco" foi dissolvido e Walery Slawek, o homem que estava na sua liderança e estivera próximo de Pilsudski, foi excluído da cena política.

No começo de 1937, formou-se um novo agrupamento que ajudou os Diadochi (os sucessores) governantes — o OZON, "campo dos nacionalistas consolidados". No OZON, dava-se ênfase a princípios totalitários e laços católicos. Em sua fase inicial, o novo "partido" tentou atrelar-se às fileiras dos anti-semitas e pró-fascistas radicais que haviam saído do Endecja por achá-lo pouco extremista. Os líderes do OZON afirmaram que não aceitariam judeus por considerá-los uma entidade nacional separada, e que sua organização só admitia cristãos. Em maio de 1938, o conselho supremo desse partido ocupava-se em formular sua posição sobre a "questão judaica" na Polônia, que proibiria certas profissões a judeus. A solução desse problema judaico seria alcançada com o país livrando-se de uma grande parte da população judaica. A propaganda anti-semita atingira o auge.

Reunião ao ar livre da Organização da Juventude bundista, Varsóvia, junho 1932

Nos primeiros anos da república, o anti-semitismo havia sido um fato aceito, embora contido, camuflado pela suposição formal de que tudo estava como deveria ser. Em 1938, o anti-semitismo unia oposição e governo. Este se absteve de usar violência e terror físico — distúrbios, agressões e remoção forçada —, insistindo que a política anti-semita devia funcionar através de canais semilegais. O governo foi cauteloso: violência de rua dirigida por uma oposição inclinada ao totalitarismo poderia facilmente redirecionar contra ele próprio a fúria das multidões. A direita radical falava de expulsão em massa dos judeus e alegava que isso não podia ser alcançado sem o uso de pressão e violência. Por outro lado, porta-vozes do governo procuravam febrilmente lugares que aceitassem judeus como imigrantes. Cogitou-se ate a emigração de judeus para Madagascar. Os judeus eram descritos como um verdadeiro empecilho ao progresso da Polônia. Muitos socialistas de esquerda e os círculos liberais opuseram-se ao anti-semitismo e vieram em defesa dos judeus. Havia também aqueles que, sustentando opiniões liberais, especialmente os simpáticos ao sionismo, falavam calorosamente de os judeus emigrarem para a Palestina, mas sempre fazendo questão de declarar que a migração ou integração era uma escolha a ser feita pelos próprios judeus e não algo a ser imposto ou forçado de fora. Nas várias polêmicas que naqueles dias ocupavam a imprensa e a opinião pública, havia socialistas ativos que, por motivos econômicos e sociais, tentavam coagir os demais em favor de uma grande emigração judaica. Entre os próprios judeus, alguns líderes clamavam por um êxodo em massa da Polônia. Essa grita toda, compreende-se, involuntariamente acrescentava lenha às fogueiras do anti-semitismo.

Em 1936, por exemplo, Zev Jabotinsky, o carismático líder dos sionistas revisionistas, irradiou publicamente seu plano de "evacuação" para judeus poloneses. Os círculos governamentais e o Endecja ficaram entusiasmados com o plano, mas a proposta também esbarrou em fortes críticas e indignação por parte da maioria dos jornalistas judeus. Os protestos mais ruidosos vieram principalmente de adeptos do Bund e do Agudatli Israel, os quais, por mais que divergissem entre si, procuravam, ambos, assegurar a vida judaica na Polônia. E até mesmo a imprensa pró-sionista considerou as opiniões de Jabotinsky não práticas, pois presumiam que a emigração em massa dos judeus da Polônia dependia antes de tudo dos próprios judeus.

As tensões sociais na Polônia, um estado de espírito cada vez mais antijudaico, e as crescentes exigências públicas por uma emigração em massa de judeus certamente impulsionaram o desejo de emigrar. Antes da Primeira Guerra Mundial, os judeus formavam 30% dos emigrantes da Polônia, os poloneses 5590 e os ucranianos 15%. Esse padrão se alterou durante o período 1921-25. Nos primeiros anos de independência da Polônia, a emigração judaica representou 69% do total. Em números, saíram da Polônia cerca de 270 mil judeus, dos quais 190 mil foram para os Estados Unidos e 30 mil para a Palestina, que então se achava bem no início do seu desenvolvimento como lar nacional judaico. Após 1926, a percentagem de judeus emigrantes decresceu (40% do número total de emigrantes), mas o numero de emigrantes judeus ainda estava em elevação. A queda percentual não refletia um enfraquecimento essencial do desejo deles de sair da Polônia, mas podia ser atribuída às condições cada vez mais difíceis criadas pelos países que poderiam recebê-los. Para saírem, os judeus precisavam de um lugar para onde ir. Na realidade, o número dos ansiosos por emigrar da Polônia e outros países estava em proporção inversa ao número de exigências e leis de emigração impostas pelos governos de suas pretendidas destinações. Em primeiro lugar, na lista de urgentes prioridades internacionais da época, estava a necessidade de encontrar uma solução para os que fugiam da Alemanha nazista. Durante esses anos, os Estados Unidos impuseram limitações à emigração, introduzindo um sistema de quotas que discriminava os oriundos da Europa Oriental. Outros países muito espaçosos e pouco povoados seguiram o exemplo americano e se recusaram a receber imigrantes. A severidade da Grande Depressão e a pressão do desemprego trouxeram o temor de mão-de-obra imigrante a baixo preço. Os países dispostos a permitir uma imigração controlada queriam agricultores, e os judeus não podiam oferecer-lhes muita coisa em matéria de trabalhadores agrícolas experientes. Na aquecida atmosfera antijudaica dos anos 30, muitos países não hesitaram em declarar sua má vontade em receber judeus.

Transcrição: Daniel Moratori - avidanofront.blogspot.com
Fonte: GUTMAN, Israel - Resistência. Ed. Imago, 1995, pg 29-37.

Os judeus de Varsóvia no entreguerras - Parte 1/3, Parte 2/3, Parte 3/3
A extensa discriminação aos judeus orientais(Ostjuden) pelos judeus-alemães - Link

domingo, 15 de julho de 2012

Nazista mais procurado do mundo é encontrado em Budapeste (Laszlo Csatary)


Aos 97 anos, Laszlo Csatary era o nazista mais procurado do mundo (Reprodução / The Sun)


Aos 97 anos, Laszlo Csatary é acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus

BUDAPESTE — O criminoso nazista mais procurado do mundo, Laszlo Csatary, de 97 anos - acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus durante a Segunda Guerra Mundial - foi encontrado em Budapeste, na Hungria. O anúncio foi feito neste domingo pelo diretor do escritório do Centro Wiesenthal em Israel.

- Confirmo que Laszlo Csatary foi identificado em Budapeste - declarou Efraim Zuroff. - O jornal “The Sun” pôde fotografá-lo e filmá-lo graças às informações que fornecemos em setembro de 2011 - acrescentou.

Em 1944, Csatary foi comandante da Polícia Real na cidade de Kassa, na Hungria. A cargo de um gueto judeu, ele ajudou a organizar a deportação de cerca de 15.700 pessoas para Auschwitz. Segundo documentos descobertos pelo Centro Simon Wiesenthal, no campo de concentração, ele batia em mulheres com um chicote que carregava em seu cinto e as obrigava a cavar valas no chão congelado com as próprias mãos.

Após a vitória dos Aliados, Csatary fugiu para Kassa - agora rebatizada de Kosice, na Eslováquia. O comandante foi condenado à morte à revelia em 1948, por um tribunal tcheco, mas desapareceu misteriosamente após se esconder nas cidades canadenses de Montreal e Toronto. Com uma identidade falsa, dedicou-se a comercializar objetos de arte.

Jornal acha idoso em apartamento na Hungria

De acordo com uma reportagem exclusiva do tabloide “The Sun”, publicada neste domingo, Csatary vive em um apartamento de dois quartos em um bairro de Budapeste e fala Inglês com um sotaque canadense, depois de décadas vivendo em Montreal e Toronto. Ele abriu a porta apenas de meias e cuecas.

Quando perguntado se poderia justificar o passado, o idoso pareceu chocado e balbuciou “Não, não. Vá embora”. Questionado sobre o caso de deportação do Canadá, ele respondeu com raiva em inglês que não queria discutir o assunto.

Após expulsar a equipe de reportagem, Csatary deixou seu apartamento vestido elegantemente com calças cáqui, camisa e jaqueta cinza e branca, e tomou um bonde para um shopping próximo. Ele entrou em lojas e comprou um jornal de direita em um quiosque. Depois, passou quase duas horas conversando com uma amiga ruiva.

Ele se mudou para seu apartamento há algumas semanas, a pouco mais de um quilômetro da casa anterior, onde os vizinhos o chamavam de “Papa Csatary”. No novo lar, sua campainha é identificada como “Smith“. Mas por trás de uma porta de segurança, sua caixa de correio tem seu nome completo escrito à mão: “Smith L Csatary“.

Após ler a reportagem, Efraim Zuroff, diretor do Centro Wiesenthal, disse que o tempo nunca deve diminuir os crimes cometidos durante o Holocausto - ou desculpar os responsáveis ​​de encarar a punição. De acordo com Peter Feldmajer, presidente da Comunidade judia húngara “milhares de famílias judias sentiram tristeza e mágoa por causa deste homem”.

- Seria uma desgraça para toda a nação húngara se Csatary tentasse escapar da justiça.

Topo da lista dos mais procurados

Em abril, o Centro Wiesenthal colocou o nazista no topo da lista dos criminosos de guerra mais procurados do mundo. Há cerca de 15 anos, autoridades canadenses descobriram a verdadeira identidade de Csatary, e, por isso, ele voltou a desaparecer, desta vez escondendo-se na Hungria, segundo Zuroff, diretor do centro.

As informações sobre o paradeiro de Csatary foram enviadas em setembro de 2011 à promotoria da capital húngara. O vice-procurador de Budapeste, Jenö Varga, não confirmou a informação, limitando-se a declarar que “existe uma investigação em andamento”.

- Há 10 meses, um informante nos deu elementos que nos permitiram localizar Laszlo Csatary em Budapeste. Este informante recebeu US$ 25 mil em troca de informações que permitissem encontrar criminosos nazistas - disse Zuroff.

Fonte original:

Fonte:  

No G1: 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Sionistas Revisionistas


Partido político, também conhecido em hebraico como Berit ha-Zohar; Formalmente chamado de União dos Sionistas Revisionistas. A conferência inaugural do partido revisionista sionista teve lugar em Paris em abril de 1925, liderado por Vladimir Jabotinsky. Embora a maioria dos representantes eram sionistas locais de extração russa, que haviam se envolvido em luta Jabotinsky de criar uma Legião Judaica durante a I Guerra Mundial, uma minoria veio de outros países.

Resoluções da conferência enfatizou a necessidade de rever as políticas do sionismo oficial, a fim de realizar o objetivo final do movimento: um estado com uma maioria judaica na antiga Terra de Israel , em ambos os lados do rio Jordão. Isto viria acontecer, nas resoluções mantidas, através de colonização judaica em massa, a promoção da iniciativa privada, e a criação de um exército judeu na Palestina.

A idéia de criar um novo partido político tinha tomado forma durante a visita de Jabotinsky para os Estados do Báltico em 1923, especialmente após seu encontro com judeus em Riga, capital da Letónia. Nesse mesmo ano, uma Organização da Juventude Sionista nomeada pelo militante nacionalista judeu Yosef Trumpeldor foi criada em Riga, e em 1926 ele mudou seu nome para Berit Yosef Trumpeldor (Joseph Trumpeldor Alliance), mais conhecido por seu acrônimo hebraico, Betar. Embora oficialmente alinhado com Berit ha-Zohar, o partido manteve a sua independência. Dois de seus representantes da Letónia e dois da Lituânia participaram primeira conferência do Partido Revisionista em Paris.

Outros grupos de jovens judeus na Polônia também haviam sido atraídos para o esforço de Jabotinsky de estabelecer uma Legião Judaica durante a I Guerra Mundial, e em 1922 eles montaram Ha-Shahar (O Amanhecer), uma organização ativista sionista. Em dezembro de 1926, Ha-Shahar foi responsável pela realização da primeira Conferência Central de Revisionistas poloneses, que adotaram a plataforma da conferência inaugural de Paris.



Um encontro de sionistas revisionistas, Kaunas, 1930


A filial polonesa dos Revisionistas ficou mais forte a cada ano, especialmente após a primeira visita de Jabotinsky, em 1927. Além disso, o partido tinha muitos membros pequenos burgueses, juntamente com membros da inteligencia. Polônia logo se tornou fonte primária de força do Partido Revisionista, e foi neste país que forneceu a maior parte da imigração revisionista para a Palestina. Na terceira conferência da totalidade-polaca, realizada em Varsóvia em 1928, o país anfitrião respondia por 77 delegados representando 44 ramos principais. Um ano depois, o partido aumentou o número de seus principais ramos na Polônia para 340. A primeira conferência nacional de Revisionistas na Roménia também se reuniu em Czernowitz em abril de 1928.

Além do Betar, outros movimentos, como ha-Berit Ḥayil (A Aliança do Exército, formada por ex-militares); Nashim Berit Le'umiyot (Aliança Mulheres Nacionalistas), e várias organizações de estudantes judeus também se juntou ao ramo polaco do partido. Líderes poloneses incluídos Ya'akov Cohen, Yosef Shofmann, e Yohanan Bader. O partido focado em questões sionistas que envolvem a Terra de Israel, e não desempenhou um papel importante no parlamentar local e no conselho judaico(ou kehilah) nas campanhas eleitorais.


O final dos anos 1920 e início dos anos 1930 foram anos de crescimento e consolidação do movimento revisionista. Em diversas conferências realizadas durante esse período, dúvidas foram levantadas quanto à possibilidade de continuar operando sob o patrocinio da Organização Sionista Mundial. As tensões entre o movimento revisionista e Partidos dos trabalhadores sionistas atingiu um novo patamar após o assassinato de Hayim Arlozorov, líder Mapai, em 1933. Em um esforço para reduzir a tensão entre Mapai e campos de Revisionistas, foi realizada uma reunião entre Ben-Gurion e Jabotinsky, e foi acordado que os Revisionistas teriam um papel a desempenhar no executivo da Organização Sionista.

Em junho de 1935, os Revisionistas realizaram um referendo para decidir se retirar da Organização Sionista Mundial. A esmagadora maioria favoreceu tal política, e um congresso foi convocado em Viena em 1935, para estabelecer a Nova Organização Sionista (Nzo), com sede em Londres. Já em 1933, um novo partido, o Partido Estado judaico, havia sido criado por um pequeno grupo de revisionistas, liderado por Me'ir Grossman e Robert Stricker, que se opunham à retirada.

Em 1934, principalmente a fim de demonstrar força na comunidade judaica do Leste Europeu, os Revisionistas tinha começado uma campanha de petição tremendamente bem sucedida. Cerca de 600.000 pessoas de 24 países assinaram este documento, que exigiu que as autoridades britânicas permitissem imediatamente que os judeus a emigrassem livremente para a Palestina. Durante sua visita à Polônia em setembro de 1936, Jabotinsky, em nome de seu partido, publicou o Plano Decenal(dez anos), conhecido como o "plano de evacuação", no Diário Polonês Czas. No seu coração foi a proposto que, dentro de uma década, 1,5 milhões de judeus Leste e Europa Central , incluindo 750.000 da Polônia por si só, seria imigrar para a Palestina.

Os membros da filial local do Betar, a Organização juvenil
 sionista revisionista, Sokoly, Polônia, 1935.


Jabotinsky apresentou seu plano para os líderes do governo polonês, que saudaram calorosamente isso: as autoridades estavam interessados ​​em reduzir drasticamente a população judaica, que na época era de 3 milhões, quase 10 por cento da população da Polônia. A imprensa judaica da Polónia, no entanto, incluindo as revistas com uma tendência sionista, criticou o Plano Decenal, que ganhou o apoio das autoridades anti-semitas, tão ilusório, como parte de uma uma aceitação indireta do status inferior de milhões de judeus poloneses que foram considerados pelas autoridades como redundantes e prejudiciais ao Estado.

Durante esses anos as autoridades polacas, por suas próprias razões, forneceram o apoio secreto tanto a Haganah como a Etsel(um acrônimo para Irgun ha-ha-Tseva'i Le'umi, a Organização Militar Nacional, fundada em 1937 por revisionistas que tinham deixado Haganah). Este auxílio assume a forma de treinamento militar, fornecendo uma quantidade limitada de armas, e organizando a imigração ilegal. Como parte dessa assistência, as autoridades polacas durante a primavera de 1939 montaram um acampamento militar secreto nas montanhas dos Cárpatos, fornecendo treinamento militar para 25 comandantes Etsel que viajaram da Palestina.

Durante a revolta do gueto de Varsóvia em abril de 1943, lutando ao lado da muito maior Ha-ha-Irgun Yehudi ha-Loḥem(Organização combatente judaica) era uma pequena milícia independente conhecida como Igud Tseva'i Yehudi (União Militar Judaica ). Este grupo foi criado logo em outubro de 1942 e era composta principalmente de membros do movimento revisionista e Betar.Os Revisionistas também participaram das atividades do Partisans Irgun ha-Me'uḥad (Organização Partisan Unida) que foram realizadas em Białystok e no guetos de Vilna.


Tradução: Daniel Moratori(avidanofront.blogspot.om)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Alemanha indenizará 80 mil sobreviventes soviéticos do Holocausto



A Alemanha pagará uma indenização de aproximadamente € 2,5 mil a cada um dos cerca de 80 mil sobreviventes do Holocausto que vivem nas ex-repúblicas da União Soviética. O genocídio de, aproximadamente, seis milhões de judeus europeus durante a Segunda Guerra Mundial foi patrocinado pela Alemanha nazista, liderada por Adolf Hitler.

Dos nove milhões de judeus que viviam na Europa antes do Holocausto, aproximadamente dois terços morreram, mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens.

Fonte:
http://www.diariodarussia.com.br/internacional/noticias/2012/07/11/alemanha-indenizara-80-mil-sobreviventes-sovieticos-do-holocausto/

domingo, 8 de julho de 2012

Carta revela que Hitler deu proteção um ex-colega judeu





Documento certifica o desejo de Hitler de proteger seu antigo companheiro de armas da política antijudia do regime nazista

Ernst Hess, meados de 1918.
France Presse

Berlim - Uma carta encontrada recentemente revela que Adolf Hitler deu temporariamente sua proteção a um oficial judeu do exército, que lutou com ele na Primeira Guerra Mundial, informou neste sábado a historiadora Susanne Mauss, autora da descoberta.

O documento, datado de 1940 e que leva o selo do chefe das SS, Heinrich Himmler, certifica o desejo de Hitler de proteger seu antigo companheiro de armas da política antijudia do regime nazista.

O "Jewish Voice from Germany" publica uma cópia do documento encontrado por Mauss, membro do comitê de redação desta publicação.

O documento indica que Ernst Hess, então juiz do tribunal de Dusseldorf, "esteve durante a guerra de 1914-1918 na mesma companhia que o Führer e foi provisoriamente o chefe dessa companhia".

Apesar de reconhecer explicitamente Hess como "judeu com quatro avós judeus", a carta enfatiza o desejo de Hitler de que se considere "com benevolência" a demanda de Hess de gozar de tratamento especial.

A carta termina com um convite às autoridades competentes a "deixar em paz" o interessado.

No entanto, segundo a historiadora, a proteção do Führer foi apenas temporária entre 19 de agosto de 1941, a data do documento, e a primavera de 1941, quando Hess foi deportado para o campo de Milbertshofen, perto de Munique.

"O documento se refere ao 'desejo' ('Wunsch' em alemão) do Führer e isso é algo realmente surpreendente", afirmou Susanne Mauss à AFP.

Segundo ela, citar Hitler neste tipo de documento era um fato excepcional.


Mauss encontrou a carta quando estava preparando uma exposição chamada "Advogados sem direitos" sobre a história dos advogados judeus no distrito de Dusseldorf.

Ernst Hess, cuja filha, Ursula, tem agora 86 anos, sobreviveu à guerra e morreu em 14 de setembro de 1983, em Frankfurt. Sua irmã Berta morreu depois de ser deportada.


Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2012/07/07/interna_mundo,311054/carta-revela-que-adolf-hitler-deu-protecao-a-um-ex-colega-judeu.shtml


No Yahoo:
http://br.noticias.yahoo.com/hitler-protegeu-judeu-veterano-primeira-guerra-mundial-200348988.html


Adendo:

Antes de ler a matéria, vamos desmistificar a propaganda antissemita que já está rolando nos meios, como se Hitler adorasse judeus,  pois como sempre, esse pessoal "revi" não tem ao minimo a capacidade de interpretação ou mesmo leitura e usa das manchetes sensacionalistas de tabloides para espalhar suas enlouquecias ideias.

Conforme matéria do Jewish Voice, temos uma parte da noticia contando sobre o assassinado de Berta Hess, e tem a vida de Ernest Hess e os trabalhos forçados:


"...
Ernst Hess foi deportado para Milbertshofen, um campo de concentração para judeus perto de Munique, onde ele foi forçado a labuta sob a vigilância de oficiais da SS. Mais tarde, ele foi designado para o barraca de construção da firma L. Ehrengut como um trabalhador comum, e alojado pela Gestapo em uma "Casa judia" de propriedade do joalheiro Karl Silberthau em Nibelungenstrasse 12. 

A única coisa que ainda proteger Ernst Hess da deportação era o seu "casamento miscigenado privilegiado" de Margarete Hess. Após Ehrengut ser destruído pelas bombas aliadas em 1943, Hess foi designado ao encanador Georg Grau, servindo como um trabalhador forçado até 20 de abril de 1945. 
..."

Pelo visto, a vida dele não foi boa, mesmo com a "ajudinha" de Hitler.

Mais sobre a liberação de pessoas de sangue judeu (muitos durante um certo tempo somente), ver o livro 'Os soldados judeus de Hitler", de Brian Mark Rigg.
Sobre o livro, cuidado com a utilização de certas pessoas com más intensões que citam o titulo de livro como se o exercito alemão fosse cheio de judeus de forma normal, mas não era bem assim. O livro mostra realmente a perseguição que esses "judeus" sofriam, e continuavam sofrendo a cada dia mais até o fim da guerra.


Tradução: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com.br)
Fonte:
Ver a matéria completa aqui, onde contem todas as informações:
http://jewish-voice-from-germany.de/cms/hitlers-jewish-commander-and-victim/





segunda-feira, 2 de julho de 2012

Memorial da Shoah suaviza texto que criticava Pio XII


IAs novas versões, em inglês e hebraico, do texto sobre o Papa Pio XII
 
presente no Memorial do Holocausto em Israel (Foto: Menahem Kahana/AFP) 
 


AFP
O memorial da Shoah Yad Vashem de Jerusalém suavizou neste domingo um texto que acusava o Papa Pio XII de não ter feito nada pelos judeus durante o Holocausto, ao adicionar que nem todos concordam com sua atitude durante a Segunda Guerra Mundial.

"Recentemente, ante as recomendações do instituto internacional Yad Vashem para a investigação sobre o Holocausto, o grupo de especialistas dedicado às atividades do Vaticano e do Papa Pio XII levou em consideração as pesquisas dos últimos anos, que apresentam um panorama mais complexo do que anteriormente", afirma a instituição em um comunicado.


"Ao contrário do que se disse, não é o resultado da pressão do Vaticano", afirma o documento, em referência a um artigo do jornal Haaretz segundo o qual o Yad Vashem cedeu à Santa Sé. Neste domingo, o texto explicativo que acompanhava desde 2005 uma fotografia do Papa Pio XII foi modificado, confirmou o porta-voz do Yad Vashem, Estee Yaari.

O texto antigo destacava as críticas a Pio XII, que era acusado de não ter agido contra as atrocidades infligidas aos judeus pelos nazistas. Ele era questionado sobretudo por não ter assinado, em dezembro de 1942, uma declaração dos Aliados condenando o extermínio dos judeus e de não ter atuado durante a operação de deportação dos judeus de Roma para Auschwitz.


O novo texto mantém as críticas a Pio XII, mas acrescenta os argumentos de seus defensores, que afirmam que a "neutralidade" do Papa possibilitou "um número importante de resgates clandestinos em diferentes níveis da Igreja". O conteúdo do texto foi motivo de conflitos entre o Yad Vashem e o Vaticano.

Fonte:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/07/memorial-da-shoah-suaviza-texto-que-criticava-pio-xii.html

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Israel coroou «Miss Sobrevivente do Holocausto»

Hava Hershkovitz, de 79 anos, foi coroada quinta-feira «Miss Sobrevivente do Holocausto» naquilo que muitos consideram um macabro concurso de beleza realizado na cidade israelita de Haifa.


Trezentas mulheres com idades compreendidas entre os 74 e os 97 anos competiram, tendo sido seleccionadas 14 finalistas.

A vencedora passou três anos num campo de prisioneiros na antiga União Soviética após ter sido forçada a abandonar a Roménia, onde havia nascido, em 1941.

Os organizadores defendem-se das críticas argumentando que o evento foi pensado como uma celebração da vida e que as concorrentes foram selecionadas mais pelas suas histórias pessoais de sofrimento e sobrevivência nos guetos e campos de concentração do que pelo seu aspecto físico.

No entanto, Colette Avital , directora da organização israelita de sobreviventes do Holocausto e ela própria uma sobrevivente dos horrores nazis, classificou o concurso de «macabro» e afirmou que vestir as sobreviventes com roupas «glamourosas» por uma noite não irá dar «maior sentido» às suas vidas.

Cerca de 198 mil sobreviventes do Holocausto vivem em Israel.  

 Fonte:http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=580060
 Idosas disputam "miss sobrevivente do holocausto" em Israel
Para críticos, evento transformou um genocídio em entretenimento

Senhoras israelenses com idade entre 73 e 89 anos participaram nesta quinta-feira (28/06) de um concurso de beleza inusitado chamado "Miss Sobrevivente do Holocausto".

A proposta do concurso gerou polêmica uma vez que, para o mais conservadores, ele teria banalizado um tema trágico para o qual não cabem celebrações.



O jornal Yedioth Aharonoth chegou a publicar a carta de um leitor enfurecido, também sobrevivente do genocídio, que alegou que o evento é uma “tentativa de explorar o mais cruel derramamento de sangue na História visando ao entretenimento”.

Uma das finalistas foi Esty Lieber, de 74 anos, que nasceu na Polônia em 1937 e perdeu seu pai quando tinha apenas cinco anos. A candidata subiu ao palco e contou sua história para o público e para as demais concorrentes. A vencedora, contudo, foi Hava Hershkowitz, de 78 anos, nascida na Romênia.

O promotor do concurso de beleza, Shimon Sabag, rejeitou todas as críticas e argumentou que o evento é muito importante para manter viva a ”lembrança da história” e, ao mesmo tempo, “fazer com que os sobreviventes pensem no presente”. 
Fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/22746/senhoras+disputam+miss+sobrevivente+do+holocausto+em+israel.shtml



 ESSA FOI A MAIOR MERDA QUE LI EM ANOS. ME ASSUSTOU E ME DEIXOU PERPLEXO MAIS DO QUE AS BABOSEIRAS QUE REVISIONISTAS E NEGACIONISTAS  QUE MUITOS IDIOTAS TENTAM DISTRIBUIR POR AI, POIS AO MENOS, DESSES "TIPOS" VOCÊ JÁ ESPERA ALGUMA PORCARIA. 
NÃO ACREDITO QUE CONSEGUIRAM PROMOVER ESSA MERDA. DA VONTADE DE DAR UMA BICUDA(CHUTE) EM TODOS MEUS LIVROS, FECHAR ESSE BLOG E NUNCA MAIS LER  NADA SOBRE O HOLOCAUSTO, PORQUE DESSA FORMA ESTÁ VIRANDO PIADA. ISSO É UM INSULTO  A TODA PESSOA QUE  MORREU SOBRE AS MÃOS DOS NAZISTAS, QUE SOFREU NOS CAMPOS E GUETOS. PROMOVER UMA "MISS SOBREVIVENTE DO HOLOCAUSTO" FOI ALGO QUE EU NUNCA IMAGINEI, NUNCA PASSOU NA MINHA CABEÇA SURGIR ALGO ASSIM DOS ISRAELENSES (SEM GENERALIZAR A PALAVRA ISRAELENSE). 

AONDE ESTÁ A GRAÇA DESSE EVENTO? A GRAÇA EU NÃO SEI, MAS CONSEGUI VER A DESGRAÇA QUE ISSO VAI TRAZER. JÁ NÃO TEMOS UMA QUANTIDADE DE IDIOTA FALANDO DA MIDIA JUDAICA E A PROMOÇÃO DO HOLOCAUSTO, AGORA VAMOS TER AGUENTAR  ANTISSEMITAS/REVISIONISTAS/NEGACIONISTAS/NEO-NAZISTAS E TODA A ESCORIA RECITANDO ESSE CONCURSO. A ANTIGA PIADA DESSE CORJA, CITANDO SEMPRE AS PALAVRAS  DE "HOLOCONTO" AGORA VAI VIRAR "HOLOCONCURSO", "MISS AUSCHWITZ", "MISS DACHAU", E QUANDO SURGIR A "MISS RAVENSBRÜCK" A GALERA VAI PIRAR.

AS PALAVRAS DE COLETTE AVITAL FORAM ÓTIMAS QUANDO CHAMOU O CONCURSO DE MACABRO. MACABRO É APELIDO, ESTÁ IGUAL HUMOR NEGRO ISSO.
SIMPLESMENTE ESTOU SEM PALAVRAS PARA DEMONSTRAR O QUE ME PASSA PELA CABEÇA AGORA. 


A FRASE DO LEITOR (E SOBREVIVENTE) FOI EXCEPCIONAL:"...tentativa de explorar o mais cruel derramamento de sangue na História visando ao entretenimento."



ESSA NOTICIA ME ATINGIU MAIS DO QUE O ACIDENTE DE MOTO QUE SOFRI ESSES DIAS.
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Só atualizando o tópico, existem outros concursos semelhantes como Miss landmine no Camboja e Angola, que por sinal tambem não sou favorável. Isso é uma opinião minha, que nada tem haver com acontecimento ocorrido no passado, mas à preservação da memoria de vitimas e respeito ao acontecimento.

Acho que deveria haver respeito aos que morreram. 

Fazendo uma analogia simples ao respeito, só considerar da mesma forma que quando dançam o Hino nacional em ritmo de funk para alguns é normal, para outros não é nada respeitoso. Uma moeda, dois lados.


sábado, 26 de maio de 2012

Morre Klaas Faber, um dos criminosos nazistas mais procurados

Klaas Faber
BERLIM, 26 Mai 2012 (AFP) -O criminoso de guerra nazista de origem holandesa Klaas Faber, segundo da lista de criminosos mais procurados pelo Centro Simon Wiesenthal, morreu aos 90 anos em Ingolstadt, no sul da Alemanha, informaram neste sábado fontes médicas.

A morte de Klaas Faber ocorreu na quinta-feira, segundo estas fontes.

Klaas Faber era procurado pela justiça holandesa há anos. Ex-membro do comando da SS Silbertanne, foi condenado à morte em seu país em 1947 por matar 22 judeus.

Sua pena foi comutada para prisão perpétua, mas conseguiu fugir da prisão em 1952, refugiando-se na Alemanha.

Em 1957, um segundo julgamento despronunciou o caso e Faber vivia desde então tranquilamente na pequena cidade bávara de Ingolstadt.

Em 2004, a Holanda tentou fazer com que Faber cumprisse na Alemanha a condenação imposta pela justiça holandesa, mas este pedido foi rejeitado por um tribunal alemão com base na decisão de 1957.

Em novembro de 2010, Haia emitiu uma ordem de prisão europeia contra Faber, mas a justiça alemã voltou a rejeitar a extradição, já que a Alemanha não extradita seus cidadãos, e o nonagenário adquiriu a nacionalidade alemã ao entrar na SS, em virtude da promulgação de uma lei nazista.

No entanto, a legislação prevê que um país europeu que rejeita uma extradição seja obrigado a cumprir a condenação pela qual foi solicitada sua extradição.
Klaas Carel Faber

Decreto da Eutanásia - Aktion T4



Fac simile do documento

[Águia Imperial] Adolf Hitler


Berlim, 1 de setembro de 1939

Reichsleiter Bouhler e
Sr. Doutor Brandt 

Ficam encarregados da responsabilidade de ampliar a autorização dos médicos que serão nomeados, de tal modo que uma morte misericordiosa pode ser concedida, depois de uma avaliação crítica da condição da sua doença, às pessoas com uma doença incurável segundo julgamento humano.

Adolf Hitler


Recebido de Bouhler
em 27/8/40
Dr. Gärtner 



Tradução: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ordem de von Rundstedt - As ações da Wehrmacht e dos Einsatzgruppen: A luta contra elementos hostis ao Reich

URSS, 1941, uma execução pelo Einsatzgruppen, durante a Operação Barbarosa
As ações da Wehrmacht e dos Einsatzgruppen

Setembro de 1941


Alto comando
Corpo do Exercito Sul
Ic/AO (Abw, III)

Quartel General, 24 de setembro de 1941

Assunto: A luta contra elementos hostis ao Reich

na medida em que não está dirigida contra uma força militar inimiga, a investigação e luta contra as tendencias e os elementos hostis ao Reich (comunistas, judeus, etc.) dentro das zonas ocupadas, constituem a tarefa exclusiva dos Sonderkommandos (Unidades especiais), da Policia de Segurança e do SD, os quais, sob sua própria responsabilidade, tomaram as medidas necessárias e as levaram a cabo.

São proibidas as ações individuais de membros  da Werhmacht, ou a participação destes nos excessos cometidos pela população ucraniana contra judeus; também é proibido observar ou tirar fotografias enquanto   atuam os Sonderkommandos.

Esta proibição será levada a conhecimento dos membros de todas unidades. Os [Comandantes] encarregados da disciplina nos distintos intervalos, são responsabilizados da execução desta proibição. Em caso de infração, deverá se investigar cada circunstância para determinar se existiram falhas por parte do Comandante em sua obrigação de controle, e quando  for necessário, será castigado com severidade.

Assinado: von Rundstedt

Distribuição:
A.O.K. (Comando de inteligencia), Pz. Gr. (Divisão de blindados)
Bef rückw H (Comando da retaguarda)
Befehlsstelle Süd (Comando Sul)
Abt. des Stabes u. Wach-Kp. (Departamento do Estado Maior e das Companhias de Guarda)
Nachr.: Luftflotte (Força aerea) 

NOKW - 541

Tradução: Daniel Moratori (avidanofront.blogspot.com)

Fonte: El  Holocausto en documentos -  Selección de documentos sobre la destrucción de los judiós de Alemania y Austria, Polonia y la Unión Sociéticas;  p.426-427

Ver também: Ordem sobre a conduta de tropas em territórios orientais

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ladrões roubam covas na Rússia para lucrar com peças da Segunda Guerra Mundial



"Você vai encontrar três rifles. Basta juntar as peças e montar um novo, que até funciona", conta um homem que pede para ser identificado como Alex, enquanto nós passamos pelo matagal. Nós estamos a caminho de uma área que foi palco de algumas semanas de ferozes combates durante a Segunda Guerra Mundial. 

Alex pediu para ser descrito como um "escavador". Ele nasceu e cresceu em Leningrado (atual São Petersburgo), na Rússia. Desde que ele tinha 15 anos, começou a buscar por "ferro" nos bosques. "Todos os moradores daqui fazem algum tipo de escavação. Alguns por interesse pessoal, outros para encontrar coisas para vender", afirma.

Um pequeno detalhe: todas as coisas encontradas estão enterradas em meio a ossos. Para encontrar pertences e conseguir dinheiro vendendo-os em mercados de produtos de segunda mão, é preciso procurar em meio aos restos de um soldado morto.

Os mais intensos combates da Segunda Guerra Mundial ocorreram no território que atualmente pertence a Rússia, Ucrânia, Belarus e países do Leste Europeu.


Trincheiras intactas

Os campos e florestas que serviram como campos de batalha foram muitas vezes deixados para trás intactos, sem que fossem retirados destroços, bombas não-detonadas e corpos, já que não houve tempo para que isso ocorresse.

Aqueles que realizaram escavações nestes locais são normalmente classificados como "brancos" ou "negros". "A primeira categoria se refere a pessoas registradas oficialmente junto a organizações não-governamentais como realizadores de buscas. Elas recebem um visto de trabalho das autoridades regionais onde as escavações estão sendo realizadas.

O propósito principal dos "brancos" é encontrar e enterrar os restos mortais de soldados do Exército Vermelho e confirmar sua identidade. Eles compram seus próprios equipamentos e não recebem remuneração.

Existem diversos grupos de voluntários na Lituânia, Letônia e Polônia. Alguns desses grupos montaram um batalhão formado por soldados, que vistoriam as escavações.

Um batalhão especial de buscas também foi montado na Rússia, mas o número de soldados que ganharam enterros oficiais após as operações de buscas ocorreram, na maioria dos casos, graças aos esforços de grupos de voluntários. Existem mais de 600 deles, ao todo.

Os escavadores classificados como "negros" atuam ilegalmente. Eles encontram corpos de soldados nortos nos campos e às vezes agem até em cemitérios militares, para ganhar dinheiro ou para aumentar suas coleções de memorabília.`

"Esta era uma única trincheira e veja, eles tiraram tudo que podiam daqui. E jogaram fora os restos de soldados. São saqueadores Como é que alguém pode lidar dessa maneira com os restos mortais de pessoas que deram suas vidas por nós?", afirma o voluntário Anatoly Skoryukov, ao me dar um exemplo do que os coveiros "negros" são capazes de fazer.



Venda em mercados

Skoryukov gentilmente começa a juntar os pedaços de um crânio que havia sido rompido com uma pá e outros ossos espalhados em um raio de diversos quilômetros. Alex, um "coveiro negro" que aceitou me levar à floresta com ele, admite abertamente que busca o lucro ao escavar os restos de soldados.

"Se todas essas coisas ainda estão nas florestas, significa que somos os únicos interessados. Se os governos acham isso importante, eles poderiam ter desenterrado tudo isso há muito tempo", afirmou.

Os frutos do trabalho dos "coveiros negros" pode ser visto todos os finais de semana nos principais mercados de segunda mão da maior parte das cidades da Rússia, Ucrânia e alguns países do Leste Europeu. É possível comprar também artigos militares na Internet. Eles são oferecidos por centenas de sites e redes sociais.

E não faltam compradores, colecionadores particulares e seguidores de movimentos neo-nazistas. Poucos deles estão interessados no verdadeiro valor histórico das peças. O mais imporante para eles é encontrar uma suástica.

Um capacete de um soldado do Exército Vermelho pode ser comprado em um mercadinho de São Petersburgo por até US$ 25 (cerca de R$ 50). O mesmo artefato de um soldado nazista custa dez vezes mais. Medalhas militares alemãs, como a Cruz de Ferro, chegam a custar US$ 600 (cerca de R$ 1.184).

Nos anos 90, surgiu um mercado para armamentos "revividos". "Explosivos, rifles e pistolas foram vendidos aos montes. Ainda há muitos deles nos campos, mas eles agora têm sido compradores somente por colecionadores. Para atirar, é mais fácil comprar um rifle Kalashnikov novo ou alguma outra coisa em oferta. É mais barato e confiável.

Mas "coveiros negros" ainda são capazes de fazer dinheiro com munições da Segunda Guerra Mundial. Eles retiram os explosivos de minas e de cápsulas e as vendem para caçadores e pescadores. Estes "explosivos amadores" chegam a ferir e matar pessoas todos os anos. O mínimo erro, durante a excavação pode causar uma explosão.

Esse tipo de venda sem regulamentação de armas e munições é ilegal na Rússia e ao desecrar covas, os "coveiros negros" podem pegar uma pena de prisão de até oito anos. Mas na prática, até mesmo multas são uma raridade.