Em 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler foi nomeado novo chanceler da Alemanha , Hitler com sua ideologia nazista lançou uma campanha para aniquilar as Testemunhas de Jeová. No ano de 1935 elas estavam proscritas em toda nação ariana.
Quando Hitler assumiu o poder teria dito em um de seus discursos:
"Esses chamados Fervorosos Estudantes da Bíblia, são perturbadores; ... considero-os charlatães, não os tolerarei, por suas arrogantes denúncias aos católicos alemães e ao estado de direito por isso os dissolvo para sempre da Alemanha."
Depois disto, o estado nazista desencadeou uma das mais bárbaras perseguições contra cristãos já registrada na história. Milhares de Testemunhas de Jeová na Alemanha, Áustria, Polônia, Tchecoslováquia, Países Baixos e França, dentre outros, foram lançados em campos de concentração.
Objetores de consciência
Nos campos de concentração, as Testemunhas de Jeová precisavam explicar a outros prisioneiros o fato de estarem naquele local, já que muitos deles eram alemães, e não se enquadravam nos perfil dos outros presos: judeus, polacos, ciganos e homossexuais. A questão era a Neutralidade política e militar, que segundo sua convicção e ensino, era de suma importância.
Sua posição era:
"A Obediência a Jeová e a seu filho Jesus Cristo nos compele a nos abster de qualquer ideologia política, nosso reino já tem um Rei e entronizado". Criam que Jesus Cristo deixou claro que seu Reino não faria parte deste mundo. Por isso tornaram-se conhecidos como Objetores de consciência.
No entanto, eram conhecidos como pessoas de boa moral e cumpridores da lei. Para muitos parecia um paradoxo: se não obedeciam as leis nazistas vigentes como poderiam ser bons cidadãos? Sua resposta era: "Dar a César o que é de César, mas dar a Deus o que é de Deus". Acreditando neste conceito muitos foram brutalmente torturados e mortos pelo regime nazista.
Nos campos eles eram identificados por triângulos roxos. As Testemunhas de Jeová, diferentemente dos outros prisioneiros, podiam renunciar sua fé, pois era apenas ideológica, mas nem por isso perderam sua coragem e suas convicções. Por amor ao seu Deus, deram um grande exemplo de neutralidade. Homens e mulheres, crianças e idosos, sobreviventes ou mortos acreditam que estão na memória de seu Deus Jeová. - (Livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus.)
O Museu do Holocausto em Washington (DC), possui uma secção reservada às Testemunhas de Jeová, descrevendo o tratamento recebido durante o regime nazista na Alemanha com centenas de relatos de Testemunhas que foram perseguidas e mortas pelos nazistas.
Pedra Memorial aos Triângulos roxos que sofreram terror no campo de Mauthausen, Áustria.
Na Alemanha nazista (1933-1945)
As Testemunhas de Jeová foram perseguidas na Alemanha nos anos de 1933 a 1945. naquele tempo eram conhecidas como Bibelforscher (Fervorosos Estudantes da Bíblia), isto se devia ao fato de que as Testemunhas de Jeová não faziam alianças com o partido Nazista, recusando servir as forcas armadas,e por isso eram detidas, em campos de concentrações, ou de outra forma aprisionadas durante o Holocausto.
Ao contrário dos Judeus, homossexuais e ciganos, que eram perseguidos por razoes raciais, politicas e sociais, as Testemunhas de Jeová foram perseguidas unicamente por por suas ideologias religiosas. O governo Nazista deu as testemunhas de Jeová, a única opção de renunciar a sua fé, submetendo-se à autoridade do estado, e as forças armadas alemãs. Somente então estariam livres para deixar a prisão ou os campos.
Aproximadamente 12.000 testemunhas de Jeová foram enviadas aos campos de concentração onde foram forçadas a usar o triângulo roxo que os identificava especificamente como testemunhas de Jeová. Aproximadamente 2.500 de seus membros que estavam encarcerados perderam suas vidas sob o regime nazista. Todos perderam seu emprego, muitos foram enviados as prisões regularmente. Pouquíssimos assinaram a declaração nazista.
(Citado no livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus (1993), pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da Pensilvânia, p. 661. Original.)