quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Hollywood colaborou com os nazistas durante anos, revela livro

Um novo livro de um acadêmico de Harvard, Ben Urwand, promete desvendar uma parte obscura do passado de Hollywood. "The Collaboration: Hollywood's Pact with Hitler" traz documentos que mostram grande envolvimento entre os estúdios de cinema americanos e os nazistas para que os filmes produzidos em Hollywood pudessem ser exibidos na Alemanha no período entreguerras e no início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O livro tem data de lançamento marcada para setembro nos Estados Unidos, mas a revista "The Hollywood Reporter" obteve acesso a algumas passagens que explicam a colaboração entre os estúdios e os alemães.

Antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Alemanha era o segundo maior mercado cinematográfico do mundo. Depois, apesar da crise pós-guerra, ainda representava um terreno frutífero para os filmes americanos, exibindo por volta de 250 deles por ano.

As colaborações teriam começado após o lançamento de "Nada de Novo no Front", filme de 1930 que retratava eventos da Primeira Guerra Mundial. Incitados por Joseph Goebbels (mais tarde ministro da Propaganda do regime nazista), os alemães viram o filme como depreciativo de seu Exército, por mostrá-lo batendo em retirada, como "covardes", segundo suas palavras. O discurso de Goebbels contra o filme surtiu efeito, e "Nada de Novo no Front" foi banido dos cinemas alemães.

Carl Laemmle, judeu e presidente da Universal, responsável pelo filme, queria que ele voltasse a ser exibido no país. Assim, se sujeitou a fazer diversos cortes orientados pelos nazistas - não apenas na versão mostrada para os alemães, mas em todo o mundo.

Pressões

Depois disso, Georg Gyssling, membro do Partido Nazista, se tornou cônsul da Alemanha em Los Angeles em 1933, com a ascensão de Hitler ao poder. De lá, monitorou de perto a produção cinematográfica americana e sua representação dos alemães. Sua principal estratégia era ameaçar os estúdios com uma lei que dizia que, se um deles distribuísse um filme depreciativo aos alemães a qualquer parte do mundo, todos os filmes desse estúdio seriam proibidos na Alemanha.

Desse modo, Gyssling impediu a produção de "The Mad Dog of Europe", roteiro escrito por Herman J. Mankiewicz (de "Cidadão Kane"), que atacava os alemães não por seu passado na Primeira Guerra Mundial - mas pelo regime nazista. Louis B. Mayer, fundador da Metro Goldwyn Mayer (MGM), chegou a dizer que não tinha "qualquer interesse" na produção do filme. "Nós temos ótimos lucros na Alemanha", alegou.

Nem mesmo após 1936, quando o regime nazista endureceu as restrições para os filmes americanos, os estúdios deixaram de colaborar com Hitler: uma carta revelada no livro mostra a 20th Century Fox pedindo intervenção direta do führer para que seus filmes pudessem ser liberados no país - mesmo que isso significasse cortes nos longas e colocasse o estúdio numa posição submissa.

Somente com o avanço da guerra, no início da década de 1940, Hollywood veria o mercado alemão financeiramente cada vez mais como decadente e se voltaria à Inglaterra e à França. Assim, os estúdios logo mudaram a estratégia e passaram a fazer longas antinazistas.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/07/1319557-hollywood-colaborou-com-hitler-e-os-nazistas-durante-anos-revela-livro.shtml

Um comentário:

  1. muito bom, gostei porque esta bem transparente,,e assim que deve ser todos os informativos sejam quaisquer que forem,,,,grato estou a vós outros....

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