Em 1939, num povoado do sul da Argélia, vivia uma mulher de 30 anos, chamada Micheline Mathilde Carré. Era casada com um oficial do exército francês.
Ao estalar a guerra, Micheline Carré viajou imediatamente para a França, alistando-se no Corpo de Enfermeiras. Em Paris, durante o período de treinamento, foi considerada, por seus superiores, como uma mulher responsável e eficiente. Depois, quando a França foi derrotada, Micheline Carré se sentiu "terrivelmente comovida", segundo escreveu em seu diário. Antes da chegada das tropas alemães, Micheline Carré transferiu-se para Toulouse e ali, por sua própria iniciativa, organizou um centro de assistência aos feridos. Entretanto, enquanto se dedicava a esta tarefa, conheceu um oficial polonês que atuava no exército francês. Chamava-se Roman Czernianski, e ela, ante a dificuldade de pronunciar-lhe o nome, chamava-o "Armand". Ele, por sua vez, começou a chamá-la "A Gata". As relações de Armand e "A Gata" foram além de uma simples relação sentimental. O ex-oficial polonês, ardoroso combatente, arquitetou um plano para estabelecer um grupo de resistência. "A Gata", sem vacilar, uniu-se a ele.
Armand, não se atrevendo a viajar livremente, com medo de ser reconhecido e detido, confiou essa tarefa à mulher que o acompanhava. Micheline Carré começou, imediatamente, a recrutar os elementos que fariam parte do grupo. Assim, passo a passo, "A Gata" foi estabelecendo as bases do que chegaria a ser um dos grupos mais numerosos e organizados da Resistência. Entre outros, ingressou na organização o coronel francês Marcel Achard. Este, através da Espanha e de Portugal, mantinha estreito contato com os elementos britânicos.
Armand, não se atrevendo a viajar livremente, com medo de ser reconhecido e detido, confiou essa tarefa à mulher que o acompanhava. Micheline Carré começou, imediatamente, a recrutar os elementos que fariam parte do grupo. Assim, passo a passo, "A Gata" foi estabelecendo as bases do que chegaria a ser um dos grupos mais numerosos e organizados da Resistência. Entre outros, ingressou na organização o coronel francês Marcel Achard. Este, através da Espanha e de Portugal, mantinha estreito contato com os elementos britânicos.
Uma das primeiras tarefas de importância que o grupo empreendeu foi investigar se os alemães permaneceriam na fronteira da Espanha ou avançariam através do território espanhol para atacar Gibraltar. Achard, sem vacilar, encarregou "A Gata" desta investigação.
| Micheline Mathilde Carré |
A espiã partiu imediatamente para Bordéus e dali passou a Bayon e Biarritz, no sul da França. Ali, perto da fronteira franco-espanhola, estava acampada uma unidade blindada alemã. "A Gata" estabeleceu relação com um oficial alemão...
Foi esta a sua primeira grande missão. Pouco depois, o grupo de Achard era conhecido no serviço secreto britânico e também no americano. Seus agentes eram respeitados e considerados eficazes e valorosos. Neste período, Achard e os britânicos puseram-se de acordo com respeito aos lugares que utilizariam para o lançamento de armas e explosivos, assim como aparelhos de rádio. Além disso, ficou combinado um meio de facilitar a fuga de prisioneiros aliados, que eram conduzidos à Suíça ou à Espanha e, dali, à Inglaterra.
Mais tarde, Armand permitiu que outra mulher ingressasse na organização: Renée Borni. O ingresso da mesma coincidiu com uma mudança nas atitudes da "Gata". Esta, efetivamente, havia descoberto que Armand interessava-se mais do que o normal pela mulher. "A Gata" insistiu, várias vezes, para que a nova integrante do grupo fosse enviada para longe dali. Armand, porém, não o fez. Isso seria o fim. Porque Renée Borni, aliás Violette, destruiria a Resistência. No decurso de uma de suas missões, Violette travou relação com um soldado alemão, sem pressentir que um homem, civil, escutara o diálogo. O desconhecido, um agente da contra-espionagem alemã, suspeitou daquela mulher e a seguiu. E foi assim que conseguiu vê-la em companhia de Armand e da "Gata".
Em 18 de novembro de 1941, Armand e Violette foram aprisionados. Horas depois, Micheline Carré, "A Gata", tinha o mesmo destino.
O que se seguiu é baseado, em parte, em suposições. Conduzida por um sargento alemão a uma casa solitária, sede da contra-espionagem alemã, foi longamente interrogada. Não foi torturada. Porém, "A Gata" cedeu. Inexplicavelmente, a corajosa mulher, que tantas vezes havia desafiado a morte, delatou seus companheiros.
No dia seguinte, "A Gata" saiu acompanhada pelo sargento alemão, que parecia chamar-se Hugo Bleicher. Nas oito horas seguintes, 35 membros do grupo caíram nas mãos da Gestapo. Somente um homem não foi atraiçoado pela "Gata": o Coronel Achard. Durante o julgamento que se seguiu, depois da guerra, o coronel declarou: "Ela sabia onde eu me ocultava, mas não o disse...".
Em 1949, finalmente, "A Gata" enfrentou seus juízes. A acusação, em sua alocução, disse: "Durante dois meses, ela praticou a pior espécie de traição. Seu diário, do qual foi lido uma parte, a descreve como ela é: um cérebro sem coração. Vocês terão que julgar tudo isto. E reconhecerão que há somente uma pena possível: a morte".
O advogado de defesa respondeu: "Admito sua culpabilidade, mas vocês devem considerar que esta mulher teve que escolher entre a vida ou a morte. Não esqueçam que no início da Resistência ela foi uma heroína. Vocês condenariam à morte quem, no começo, implantou a semente da fé e, mais tarde, subestimou sua própria força?"
Em 8 de junho de 1949 foi pronunciado o veredicto: "Micheline Mathilde Carré, de 40 anos, é, pela presente, condenada à morte pela Décima Quarta Corte Criminal".
Poucos meses depois, o presidente da República francesa comutou a pena de morte imposta a Micheline Carré pela de prisão perpétua.
Fonte: http://adluna.sites.uol.com.br/400/499-09.htm
não sei se vc já leu um livro chamado "Enigmas e Mistérios da Segunda Guerra Mundial", de um escritor pouco conhecido chamado Jesús Hernández. se não leu, deveria ler. nesse livro o autor fala de Mathilde Carré e de vários outros espiões. eu, assim como vc, sou apaixonada por história, principalmente da segunda guerra. parabéns pelo blog ;**
ResponderExcluirJá ouvi falar desse livro, mas ainda não tenho ele Laurelin. Conheço outros livros de Jesús Hernández, inclusive o Operação Valkiria.
ResponderExcluirInclusive ouve uma gafe da editora brasileira ao publicar os 2 livros dele: "uma breve historia sobre a 1 guerra mundial e sobre a 2ª guerra mundial".
No primeiro colocaram um tanque da 2GM na capa(sendo que o livro é sobre 1ª guerra).
E no livro sobre 2GM colocaram até um helicoptero. Um gafe horrivel dos editores brasileiros, lamentavel.
obrigado pelo comentario e elogio