segunda-feira, 1 de abril de 2013

Novo estudo aponta para mais de 15 milhões de vítimas

Velas lembram das vítimas do Holocausto no Jewish Museum and Tolerance Center, em Moscovo, na Rússia
 Fotografia © Sergei Karpukhin - Reuters
Consulta de novos arquivos e uma busca meticulosa multiplicaram por três o impacto do nazismo durante a II Guerra Mundial.

Auschwitz e o Gueto de Varsóvia simbolizaram tanto o Holocausto que houve pouco esforço de memória coletiva para lembrar os milhares de locais onde o nazismo também levou a cabo os seus planos de morte. Os centros de extermínio em massa estão bem documentados, mas faltava uma observação mais atenta. Isso é o que está a fazer o Holocausto Memorial Museum de Washington através do projeto "Enciclopédia dos Campos e Guetos".

Segundo o jornal espanhol "ABC", o resultado, até agora, é um mapa de 42.500 campos de concentração, guetos, fábricas de trabalhos forçados e outros lugares de detenção distribuídos por toda a Europa, da França à Rússia. No total, entre 15 e 20 milhões de pessoas morreram ou estiveram detidas nesses centros, na sua maioria judeus, mas também integrantes de outros grupos perseguidos pelos nazis como ciganos ou homossexuais.

"Os números são mais altos do que se pensava de início. Já sabíamos que a vida era horrível nos campos e guetos, mas os números são absolutamente incríveis", afirma Hartmut Berghoff, diretor do German Historical Institute de Washington, onde um fórum acadêmico revelou as novas investigações avançadas pelo jornal norte-americano "The New York Times".

Os valores, fruto do trabalho de vários investigadores e obtidos a partir de testemunhos das vítimas, falam por si: 30.000 campos de trabalhos forçados, 1.1150 guetos de judeus, 980 campos de concentração, 500 bordéis de prostituição forçada e milhares de centros destinados à prática da eutanásia a pessoas dementes e a abortos forçados.

Os números têm diversas consequências. Uma é a constatação de que dificilmente a população alemã podia ignorar o que se estava a passar. Em Berlim, por exemplo, os investigadores documentaram cerca de 3.000 campos e "casas judias" onde se concentravam os prisioneiros antes da sua deportação para Leste. Segundo Martin Dean, editor do novo volume da Enciclopédia (o segundo de cinco volumes), "não se podia ir a nenhum lado na Alemanha sem nos depararmos com campos de trabalhos forçados, campos de prisioneiros de guerra ou campos de concentração. Estavam em todo o lado". Por isso, insiste,"não são sustentáveis as alegações de muitos alemães de que não tinham conhecimento do que se estava a passar com os seus vizinhos judeus".

Outra das consequências é que agora pode aumentar o número de famílias das vítimas a pedir indemnizações em tribunal. Até agora tinham existido processos judiciais contra grandes empresas que se aproveitaram da mão de obra escrava do Terceiro Reich, mas poucas vezes foi possível exigir indemnizações a empresários mais pequenos.

A investigação, para conseguir obter um mapa completo da geografia dos campos e guetos do nazismo teve um impulso decisivo com a abertura dos arquivos que pertenciam à antiga União Soviética. Segundo Martin Dean, "ao estarem disponíveis nas últimas décadas foram cruciais para identificar guetos em locais tão distantes como a Lituânia ou a Federação Russa, que apenas eram mencionados em documentação alemã".


Obs: Creio que agora vai haver uma histeria no meio "revisionista"/neonazista com os números. Como esse pessoal não lê o artigo e fica somente pelo titulo, não perceberão a parte "...entre 15 e 20 milhões de pessoas morreram ou estiveram detidas nesses centros..." . 
Mas sobre o artigo, depois da descoberta da quantidade maior de campos, guetos, bordeis e etc, e do consequente  conhecimento do povo alemão sobre o ocorrido, vou passar uma dica de livro:
  "Apoiando Hitler - Consentimento e coerção na Alemanha nazista - Robert Gellately"

Aproveitando, deem uma olhada no Holocaust Controversies que também saiu uma matéria muito interessante:
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2013/03/42500-camps-and-ghettos_11.html

13 comentários:

  1. Ótimo post.
    Só não concordo com o termo "revisionista". Revisionista se baseia em evidências históricas e negacionista é que faz apologia do racismo. O correto, na minha opinião seria: negacionista/neonazista.

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    1. Quando usamos o termo "revisionismo" entre parenteses, fazemos a referencia aos negacionistas do Holocausto. Pois nenhum dito "revisionista" do Holocausto fez algo serio, que preste. Todos usam o dito revisionismo como arma para antissemitismo.
      Nada contra o revisionismo em qualquer área, ou o livre debate, acho mesmo que deva haver, desde que não seja algo com tamanha falsidade e com ódio como os utilizados pelos negacionistas. Aconselharia a dar uma olhada no Holocausto-Doc, lá se encontra uma extensa e otima fonte bem atualizada sobre as falcatruas dos ditos "revisionistas" do Holocausto. Nenhum até hoje não provou nada, que não seja seu próprio antissemitismo e falsidade.
      Segue abaixo uma otima postagem:

      http://holocausto-doc.blogspot.com.br/2007/08/como-ser-um-estudioso-revisionista.html

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  2. Grato pelo link.
    Conheço o Holocausto-Doc. É uma verdadeira "enciclopédia", um trabalho fantástico (o teu também). Quanto aos "revisionistas", me impressiona a falta de conteúdo e o que os norteia, é o ódio cego e o racismo.

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    1. É uma enciclopedia mesmo. Em português, não tem site que detenham o conteudo que eles mantem. O que chateia, é que uma grande parcela ainda prefere ler o sensacionalismo que sites "revisionistas" propagam com o material totalmente falso, antissemita, racista, do que ler material serio.

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    2. Daniel, agradecendo o elogio em nome do pessoal do blog, mas o Avidanofront também é uma referência sobre o assunto Segunda Guerra no país, são blogs como o teu que preenchem uma lacuna considerável sobre esse assunto no país já que os sites acadêmicos de História no Brasil pouco (ou nada) fazem contribuindo em fornecer material de qualidade sobre esse assunto e outros pras pessoas acessarem, lerem e adquirirem conhecimento.

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    3. O meu é fichinha perto do de vocês, filho caçula que só está aprendendo...kkkkkk...
      Mas sobre a falta de material em sites academicos é um verdadeiro canion, infelizmente.

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  3. Cabe perguntas: - Qual o universo que essa propaganda "revisionista" atinge? Quem são seus "leitores"? Meia dúzia de uns 8? Reparem que sempre são os mesmos em todos os sites/blogs. Até os textos são, invariavelmente os mesmos. O dono do blog publica texto de outro, e os comentaristas são os mesmos em ambos.
    Vá entender essa demência...

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    1. É um circulo vicioso de burrice. O pior de tudo é que as coisas que os ditos "revisionistas" postam como super novidades reveladoras, já foram refutadas e desmascaradas a muito tempo.
      No Brasil até o "revisionismo" chega atrasado. É muita vontade de dar murro em ponta de faca e ter um atestado de delinquente mental.

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    2. Daniel, sobre quem seriam os "revis" no Brasil, simples, no geral gente de extrema-direita ou grupos de extrema-direita, com destaque pros Galinhas Verdes (integralistas), esse é o grupo que tem mais membros propagando esse tipo de lixo na internet. O restante são esses lunáticos que se concentram em determinados estados/cidades com alguma ascendência ligada ao Eixo ou outro país europeu, e que formam grupos WP ou neonazistas, embora a maioria nem seja formada por descendentes de alemães.

      O restante dos seguidores é um amontoado de radicais de todo tipo de espectro político mas não são relevantes na propagação desse lixo negacionista pois não são organizados politicamente e totalmente dispersos e alguns não são simpáticos desses grupos citados.

      O universo que isso atinge não dá pra calcular pois ninguém sabe ao certo quantas pessoas leem esses sites, a ideia da propagação não tem sido arregimentar gente pra esses grupos, e sim disseminar antissemitismo e um ultranacionalismo tresloucado pois não sabem definir ao certo que tipo de "ultranacionalismo" defendem.

      Tentar propagar ultranacionalismo alemão num país onde o maior grupo étnico de descendentes de europeus é português e onde a cultura alemã é vista como antítese da cultura brasileira (no senso comum do país), só demonstra o lunatismo desses grupelhos radicais de alguns estados do país.

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    3. Esse ultranacionalismo alemão por tupiniquis numa terra totalmente mestiça já mostra o quão imbecis esse pessoal é, sua afirmação é mais do que clara.
      E esses Galinhas Verdes estão pouco a pouco conseguindo suas vaguinhas no Congresso, e o povo, que na grande maioria não tem conciencia nenhuma do que vota, acaba elegendo essas perolas. Pior que os integralistas andam lado a lado com neonazistas, está ai pra qualquer cego ver.

      Engraçado como não fazem uma reportagem sobre isso na tv.

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  4. Muito simples. É facil escrever e distorcer, inventar. Existe um descompromisso em provar as baboseiras, principalmente as relativas a "nova ordem mundial". Li ontém num blog que achava que estava desativado, um texto que culpa o judaismo pelo que está ocorrendo na Siria. O dono do blog retirou-se senil e retornou gagá...

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  5. 42.500 ??? ?????????????

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