quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Einsatzgruppen: Testemunho do Schutzpolizist Togel


Judeus cavam sua sepultura antes de serem executados.


Depoimento de Schutzpolizist Togel - Einsatzkommando 10a

Um outro incidente do qual me recordo foi uma execução em grande escala pelo esquadrão de fuzilamento que ocorreu em uma vala no caminho para Kachowa. Havia uma cavidade na estepe medindo de seis a sete metros na borda superior. Perto haviam pilhas de grãos em fileiras.

Os grãos deviam ser pilhas de feno ou réstias de cereal secando ao sol ou algo assim. Nós, Schutzpolizisten, fomos conduzidos a esta vala em caminhões de tropa. Não havia uma única vila a vista em muitas milhas. Não havia sequer um silo ou celeiro na vizinhança. As vítimas - várias centenas, ou mesmo um milhar delas, homens e mulheres - foram transportadas em caminhões de carga. Não lembro se
haviam crianças. Estas pessoas foram ordenadas a permanecer a cerca de cem metros da vala em uma depressão que havia sido cavada pela chuva e a deixarem seus vestimentos lá. A seguir elas foram alinhadas, dez de cada vez, ao lado da vala e fuziladas por um pelotão de fuzilamento com dez atiradores, incluindo a mim. Quando alvejadas essas pessoas caiam para dentro da vala. Algumas vezes eles estavam tão apavorados que saltavam dentro dela vivos. O pelotão de fuzilamento foi revezado inúmeras vezes. Por causa das pressões psicológicas as quais eu também era exposto durante os fuzilamentos eu não consigo dizer hoje em dia, por mais que eu tente, quantas vezes eu fiquei naquele pelotão e quantas vezes eu fui substituido daquela função.

Obviamente aquelas execuções não ocorriam na forma calma na qual a discutimos hoje em dia. As mulheres gritavam e choravam e os homens também. As vezes algumas pessoas tentavam escapar. As pessoas cuja função era mante-las na beira da vala tambem gritavam igualmente alto. Se as vítimas não faziam como era ordenado, elas eram
espancadas. E lembro particularmente de um homem ruivo da SD que possuia um pedaço de cabo que usava para bater nas pessoas quando a ação não ocorria como devia. Muitos, entretanto, vinham sem resistência para o local de execução. Era como se eles não tivessem outra alternativa.

O pelotão de fuzilamento na vala era composto por Schutzpolizisten, pessoal da Waffen-SS e membros da SD. Nós, da Schutzpolizisten, usávamos nossas próprias carabinas, os homens da SD usavam sub-metralhadoras e pistolas. De uma forma geral, cada usava sua própria arma. Toda a munição que precisávamos era mantida pronta em caixas. O local de execução proporcionava uma vista terrível. O chão em torno
da vala estava coberto de sangue; haviam também pedaços de cérebro no chão que as vítimas tinham que pisar em cima para alcançar o local de execução. Mas não era nesse ponto que elas se davam conta do que as aguardava. Elas podiam ouvir os tiros e os gritos do local onde ficavam aguardando...

Demorou aproximadamente uma tarde antes que a última vítima jazesse na vala. Uma coisa que eu ainda relembro nitidamente sobre esta execução é que após o pessoal da SD se embebedou, o que significa que eles receberam uma ração especial de bebida. Nós da Schutzpolizisten não recebemos nada e eu lembro que ficamos muito irritados com isso.

Klee, Ernst, Willi Dressen and Volker Riess, editors. The Good Old Days. New York: The Free Press. 1988. pp. 61-62

Fonte: http://www.einsatzgruppenarchives.com/togel.html
[traduzido por Ahmed]

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