quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Museu do Holocausto homenageia primeiro árabe que salvou judeus

Mohamed Helmy -um árabe agora " Justo entre as Nações"
O museu do Holocausto de Jerusalém declarou, pela primeira vez, "justo entre as nações" um cidadão árabe, um médico que ajudou a salvar judeus durante o regime nazi de Adolf Hitler, informou hoje a entidade em comunicado.

Mohamed Helmy era um médico egípcio que viveu em Berlim durante a Segunda Guerra Mundial e que, com a ajuda de uma mulher alemã que também recebeu o mesmo título, ajudou a salvar uma família judaica do Holocausto.

Nasceu em Cartum em 1901 e morreu em Berlim em 1982 e é o primeiro árabe a receber o título com o qual o povo judeu homenageia pessoas de outras nacionalidades que prestaram auxílio aos judeus durante esse período de perseguição e genocídio.

De acordo com o comunicado, Helmy chegou à Alemanha em 1922 para estudar medicina, e depois trabalhou num instituto médico berlinense até 1937, ano em que foi despedido por ser árabe.

Perseguido pelo regime nazi e discriminado - não pode trabalhar no serviço médico alemão -, Helmy levantou a voz contra as políticas racistas nazis e acolheu uma família de judeus desde que começaram as perseguições em Berlim até ao fim da guerra.

"Era um bom amigo da família e escondeu-me numa cabana que tinha no bairro de Buch, em Berlim (...) a [polícia política] Gestapo sabia que Helmy era nosso médico (...) ele conseguiu eludir todos os interrogatórios e quando era preciso levava-me para a casa de amigos, onde podia ficar, apresentando-me como uma prima de Dresden", escreveu depois da guerra Ana Gutman, uma das pessoas que beneficiou da ajuda.

O médico também contribuiu para salvar outras três pessoas da família de Gutman, oferecendo assistência médica e proteção de vários amigos.



Em 1944, um dos três judeus foi capturado pelos nazis e no interrogatório contou que Helmy era quem os ajudava e escondia Ana Gutman. Nesta ocasião, o médico conseguiu também escapar à polícia nazi.

O caso de Helmy e de Frieda Szturmann, a alemã que o ajudava, chegou ao museu do Holocausto através de umas cartas encontradas recentemente no Senado de Berlim, ao qual a família Gutman tinha escrito nos anos 1950 e 1960 para dar a conhecer os seus salvadores.

O museu vai expor a medalha e o diploma de reconhecimento de Helmy, até encontrar descendentes do médico.

Fonte:Noticias ao minuto

Mais: Museu do Holocausto presta inédita homenagem a cidadão árabe - Site Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Favor, sem ofensas, comentários racistas, antissemitas, homofóbicos e semelhantes...

Racismo é crime (Lei 7.716/89).

Não irei liberar comentários que ataquem outras pessoas.