sábado, 25 de julho de 2009
Perdeu-se um bravo - A morte do Sgt. da FEB Max Wolf Filho
Sargento Max Wolf Filho à frente de seus homens FEB
"Vi perfeitamente quando a rajada de metralhadora rasgou o peito do Sargento Max Wolff Filho. Instintivamente ele juntos as mãos sobre o ventre e caiu de bruços. Não se mexeu mais. O Tenente Otávio Costa, que estava ao meu lado no Posto de Observação, apertou os dentes com força, mas não disse uma palavra. Quando lhe perguntei se o homem que havia tombado era o Sargento Wolff, ele balançou afirmativamente a cabeça."
Joel Silveira (Correspondente de Guerra)
Menos de uma hora antes, falara de uma menina de 10 anos de idade e de sua condição de viuvo.
Wolf havia partido com seus homens por sebes e ravinas, percorrendo a chamada " TERRA DE NINGUEM" . O primeiro objetivo a patrulha eram três casas, a menos de um quilômetro, que foram atingidas as duas horas da tarde. O grupo cercou as três construções em ruínas e o sargento empurrou com o pé a porta de uma delas nada encontrando.
A duas e meia, patrulha estava a cem metros do ultimo objetivo a ser atingido: um novo grupo de casas sobre uma lombada macia. Quando o sargento deu alguns passos a frente, uma rajada curta e nervosa, feriu-o mortalmente, fazendo com que caísse de bruços sobre a grama . Os outros homens se agacharam, rápidos , e os alemães começaram a atirar, bloqueando a progressão dos brasileiros com uma chuva de granadas de mão e tiros de metralhadoras. Os alemães em seguida lançaram foguetes luminosos, pedindo apoio de artilharia, que minutos depois começaram assobiar no ar e explodiam no caminho percorrido pela patrulha de Wolf.
Por volta das dezenove horas, os homens da patrulha do sargento retornaram ao PC do 11 RI. Mas o corpo ficara lá. Quando os padioleiros foram a terra de ninguém, recolher o mortos e feridos foram recebidos com rajadas impiedosas.
Muitos dos homens que voltavam tinham os olhos rasos de água. O sargento estava morto. No estreito compartimento onde Wolff guardava seus pertences, estavam a condecoração que o General Truscott colocara em seu peito, poucos dias antes, a citação elogiosa do General Mascarenhas e o retrato da filhinha, de olhos vivos e brilhantes como os do pai. Tudo, agora, muito vago. Este foi um dos dias mais tristes para o Batalhão. Perdeu-se um Bravo.
(13/04/1945)
Fonte:Associação Nacional dos Ex-Combatentes
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