terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A armadilha no gelo


Viborg, a sudeste da linha defensiva finlandesa. Ponto vital, por onde cruza a estrada que liga Leningrado a Helsinki. A baia de Viborg é um mar de gelo. Os russos, tirando proveito da grande espessura da camada sólida que cobre as águas, usaram-na para mover unidades pesadas, inclusive tanques. Ao longe, surgem algumas ilhas. Sobre uma delas apontando para a baia, poderosos canhões costeiros dominam toda a zona gelada.

Tais os elementos que caracterizam uma estranha guerra. Sob tiros de artilharia finlandesa, que se repetirão diversas vezes batalhões inteiros são sepultados nas águas.
A primeira ação se realiza quando um batalhão soviético, apoiado por numerosos tanques, cruza a superfície gelada. Os grandes canhões, após a correção de tiros, começam a acertar exatamente ao redor da compactada unidade russa. Aquilo parece não ter sentido. As possantes granadas, disparadas diretamente sobre a formação, causariam baixas consideráveis. Porém, os finlandeses não disparam sobre os homens nem sobre os tanques. Disparam ao redor.
Poucos minutos bastam para os russos entenderem a extensão da tragédia. Tarde demais… Impossível salvar seus homens.
O gelo, fragmentado em enormes pedaços, cede sob o peso formidável dos tanques e estala com estrondo ensurdecedor. Um alarido de terror ecoa das unidades russas e logo em seguida se faz silêncio. Sobre a superfície gelada da baia, agora partida diversos pedaços, restam homens dispersos, aqui e ali, aferrando-se penosamente ao que flutua ao seu alcance.
Tudo o mais, tanque, canhões, artilharia, cavalos e homens, jazem no fundo das águas geladas.

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