sábado, 26 de dezembro de 2009

Não sou um covarde

Hukoniemi. Após um breve preparo a cargo da artilharia e dos morteiros, a infantaria finlandesa ataca. Os russos, firmes nas suas posições, respondem ao fogo, e de imediato passam ao contra-ataque.

Os finlandeses são obrigados a empregar na ação todos os homens disponíveis. Os homens dos diferentes serviços auxiliares devem empunhar armas e combater lado a lado com a infantaria. O ataque russo nivela as forças e a situação fica estacionaria. As unidades voltam ao ponto de partida. Antes de retirar-se, recolhem os seus feridos e mortos. Os finlandeses encontram, no cadáver de um capitão russo, duas cartas: uma acusando-o de covardia no desempenho da sua missão; outra, o original da resposta que o capitão não chegou a enviar. Nela, o oficial soviético defende-se da acusação e sustenta que fez todo o possível para que seus homens mantivessem em combate. Explica também que as suas tropas estavam extenuadas. Mas, o capitão morrera em combate antes de ter a oportunidade de remeter a carta.
Talvez, alguém em alguma parte, ficasse acreditando sempre que o capitão era mesmo um covarde. Por isso, os finlandeses, que saem não ser verdade, cobrem o cadáver com o seu capote militar e guardam a carta.
Alguém, em alguma parte, reabilitara o capitão soviético, herói sacrificado na luta. Mas, antes que os seus próprios camaradas o façam são seus inimigos que o reabilitam.

Fonte: A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL Vol.1

Editora codex

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