1ª DIVISÃO DE INFANTARIA EXPEDICIONÁRIA
1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO
RELATÓRIO ORGANIZAÇÃO
[Pelo Capitão Plínio Pitaluga]
Com a criação da 1ª D.I.E. [Divisão de Infantaria Expedicionária-FEB] em fins de 1943, o 2º Regimento Moto-Mecanizado, então sediado na Capital Federal, recebeu ordens para preparar um de seus Esquadrões para participar da Campanha da Itália. Foi designado o 3º Esquadrão de Reconhecimento e Descoberta. Somente em 4 de fevereiro de 1944 foi dada autonomia administrativa à nova Unidade que passou a ocupar um pavilhão de madeira ao lado do picadeiro da Escola das Armas, ficando entretanto subordinado ao 2º Regimento Moto-Mecanizado quanto à alimentação. Embora não dispondo de todo o material orgânico foi iniciada a instrução, visando inicialmente ao preparo moral e cívico. Em fevereiro e março de 1944, foram distribuídas 5 viaturas blindadas de reconhecimento e viaturas de rolamento misto [meia-lagartas], facilitando assim a formação dos motoristas. O selecionamento [sic] dos homens não foi completo, não se levando em conta especialização da Unidade. Isso prejudicou seriamente a formação dos motoristas, principalmente pela falta de reservas. A 9 de fevereiro de 1944 o 1º Esquadrão de reconhecimento foi incorporado a 1ª D.I.E. e a 11, deslocou-se para a região de Barra de Guaratiba onde realizou o 1º acampamento, visando principalmente o melhoramento do estado físico. Um oficial do Exército Americano, da reserva, foi designado para permanecer adido ao Esquadrão, orientando o emprego e manutenção do material de origem americana.
Com a mudança da Unidade para os pavilhões do Capistrano, muito embora sem o conforto necessário, a alimentação foi melhorada, procurando se adapta ao regimem americano. A instrução de tiro foi intensificada e as medidas burocráticas de declaração de herdeiros e fichas de desconto foram ultimadas. O Esquadrão participou do desfile do dia 24 de maio e realizou um exercício de emprego de Pelotão como demonstração ao Exmo. Snr. Cmt. Da 1ª D.I.E. Quando do embarque do 1º Escalão, O Esquadrão menos o 2º Pelotão, deslocou-se para o Retiro dos Bandeirantes onde esteve durante 4 dias, realizando principalmente exercícios de tiro de canhão, a.a. [armas automáticas] e morteiro 81mm.
Neste relatório aparecem duas fases de treinamento e entrada em ação correspondente ao 2º Pelotão que embarcou o 1º Escalão, e a outra fase ligada ao grosso do Esquadrão. Uma revisão do estado sanitário da Unidade, afastou 20% do efetivo. Esse claro foi preenchido, na véspera do embarque, por elementos do Depósito de Pessoal da F.E.B. O 2º Pelotão embarcou no dia 30/VI/1944, fazendo parte do 1º Escalão, no transporte americano - "Gen. Mann", tendo chegado a Nápoles no dia 16/VII/1944, dirigindo-se para Bagnoli, onde acampou.
2ª Parte
a) Fase de treinamento na Itália
O 2º Pelotão permaneceu em Bagnoli até o dia 30/VII/1944, quando foi transportado, em trem, para Tarquinia, onde começou a receber o material e intensificar a instrução de motorista e serviço em campanha. Um oficial [O comandante do destacamento, Capitão Flávio Franco Ferreira] e 5 praças foram [aperfeiçoar?] os conhecimentos sobre armamento e minas, em Caserta. No dia 5 de agosto o 1º Escalão da F.E.B. era incorporado ao Vº [sic] Exército Americano, de onde passou a receber as diretivas para a instrução, que entrou em uma fase intensiva, exigindo um esforço diário de 10,00 horas.
No dia 18/VIII/1944, o 2º Pelotão seguiu para Vada, entrando na 2ª fase de treinamento tendo participado de grande exercício realizado no norte de Vada. O oficial e praças fizeram estágio junto as unidades americanas que estavam em contato com os alemães.
3ª Parte
Transporte - (b)
O grosso do Esquadrão embarcou com o 2º escalão no dia 20 de setembro de 1944, no transporte americano Gen. Mann, desatracando o navio a 22.
No dia 6 de outubro de 1944 chegou a Nápoles, e a 9 em lanchas americanas o Esquadrão foi transportado para Livorno, onde chegou a 11. No mesmo dia, em viaturas seguiu para a área de estacionamento em Pisa, onde acampou. Todos os deslocamentos foram feitos em segurança e o estado sanitário da tropa não apresentou alteração sensível.
4ª Parte
Treinamentos
O Vº Exército, com os deslocamentos de elementos para a invasão do sul da França, atravessava uma crise de efetivos e também devido as condições topográficas encontrava-se na defensiva, detido nos contrafortes dos Apeninos.
Não havia necessidade de tropa de reconhecimento e daí a decisão de se deixar o Esquadrão em último lugar na ordem de preferência para o recebimento de material. Inicialmente foram entregues algumas viaturas de 1/4 Ton. [Jipes] para o transporte e instrução. O armamento somente nos primeiros dias de novembro, começou a ser distribuído atrasando assim o início da instrução de tiro. O esforço foi voltado para o preparo físico e moral, tendo em vista que a mudança de ambiente, a vida em comum em grande acampamento, os problemas sexuais e outros estavam concorrendo para o afrouxamento dos laços disciplinares.
Nesta fase, foi feita uma nova inspeção de saúde visando as doenças venéreas e o tratamento odontológico. Oficiais e praças freqüentaram cursos de informações ministrados por oficiais americanos e curso de minas e armadilhas quer na área do estacionamento ou em Caserta. A tropa ficou acampada utilizando-se as barracas para 2 praças levadas do Brasil e que não apresentavam boa vedação a água. A alimentação toda americana não foi aceita inicialmente com agrado por parte dos praças. As condições de limpeza e higiene do acampamento, no do Esquadrão eram satisfatórias.
No dia 6 de novembro o Esquadrão recebeu ordens para apressar o recebimento de material de diversas procedências, tendo em vista o seu emprego imediato sem passar pela fase de readaptação e treinamento prevista. Dentro de uma semana, quase todo o equipamento achava-se nas mãos da tropa e praticamente sem a realização de exercícios de conjunto no âmbito do Pelotão. O esquadrão era dado como pronto para entrar em ação. As últimas viaturas e reconhecimento e transporte de rolamento misto foram entregues com [sic] 4 horas antes da partida do Esquadrão para a frente, recebidas da Companhia de Manutenção sem a devida revisão. Os morteiros 60 mm recebidos na véspera não foram utilizados em exercícios de tiro por absoluta carência de tempo, agravada a situação pelo fato de não ter ainda no Brasil, feito o emprego dessa arma, por falta de munição. Muito auxiliaram o recebimento desse material a ação de oficiais americanos e a capacidade da 1ª Companhia de Manutenção. O volume de material recebido ultrapassava a capacidade de transporte das viaturas orgânicas da unidade, daí a necessidade de se conseguir do G4 [Seção do Estado Maior responsável pela Logística, na FEB chefiado pelo Major Aguinaldo José Senna Campos], 2 viaturas de 2 1/2 toneladas para auxiliar o deslocamento.
Principalmente na parte de transmissão o aumento de acessórios e sobressalentes foi considerável. O espírito combativo da tropa era bom, mostrando-se o homem ansioso por entrar em ação. Não foi possível proporcionar a turmas de praças estágio na linha de frente, pois o 2º Pelotão que se encontrava a disposição do Destacamento General Zenóbio, nessa ocasião achava-se em reserva. No dia 13 de novembro os oficiais reconheceram a região de reunião, em Granaglione, e no dia 15 o Esquadrão, em 2 colunas, deslocava-se para Granaglione. No dia 16, o 2º Pelotão reuniu-se ao Esquadrão, continuando porém em Capugnano.
[A ação em Collechio-Fornovo]
Ligação:
Pelo rádio o Snr. Cmt. Da 1ª D.I.E., teve ordem de procurar, no Q.G. o G3 [Seção de Operações do Estado Maior, no caso da FEB, chefiada pelo Ten. Cel. Humberto de Alencar Castello Branco], para receber nova missão e esclarecer a situação do Esquadrão.
Perseguição
Passagem do Panaro
No dia 23, pela calma apresentada nas posições e por informações de civis sobre a retirada do inimigo, o 3º Pelotão foi lançado, às 11 horas, sobre Marano, tendo realizado a travessia, a vau, sem qualquer oposição. O grosso do Esquadrão reuni-se em Marano entrando mais tarde em ligação com a direita, com o III/11º R.I. e a esquerda II/6º R.I. Pela ordem transmitida pelo rádio, o Esq. aguardou em Marano nova missão, para o dia 24.
Ordem de descoberta nº 29 - (G2) [Seção de Informações do Estado Maior]
(Extrato)
I) - Situação:
a) - O inimigo retraiu-se do corte de Parano segundo o eixo:
1 - Vignola - Castelvetro - Sassuolo.
2 - Pavulo - Montesino - Prignano.
e) Tropa amiga:
Elementos da 897 T.D. [Tank Destroyers - batalhão norte-americano de Carros de Combate], agindo segundo o eixo Vignola-Fornigine atingiram no fim da jornada de 23 esta última localidade, levando os reconhecimentos a Sassuolo.
II - MISSÃO DO ESQUADRÃO
1) Lançar-se pelo eixo: Marano - Castelvetro - Sassuolo de modo a esclarecer, por meios de golpes de sonda, as transversais que vem a ter a este eixo por S.W.
2) Embora informações de que o inimigo tenha empregado destruição maciça ao longo do eixo: Marano - Croseta - Montesinoj - Pelegrineto - Malacoda - Ponte Nuova [sic] - cumpre lançar um elemento ligeiro afim de reconhecer o mesmo. Instalar-se em fim de jornada com o grosso na região de Ponte Nuovo. O 2º Pelotão deu diversos golpes de sonda e pelas informações colhidas, a zona achava-se completamente limpa de inimigo organizado. As 10 horas as vanguardas atingiram Sossuolo - Ponte Nuovo e entrou em ligação com elementos do Esquadrão de Reconhecimento da 34 D.I. [Divisão de Infantaria] Americana.
Prisioneiros
Foram feitos quatro prisioneiros na região de Ponte Nuovo. Não se constatando a presença de inimigo organizado, o 1º Pelotão foi lançado para Cavalgrande - Scandiano e reconhecer região de M. Evangelo - Montebabbio - Castellarano - reunindo-se em Ponte Nuovo com o grosso do Esquadrão.
Transposição do Enza
As 15 horas de 24, o Esquadrão recebeu em Ponte Nuova, a ordem de Descoberta nº 30.
I – Situação
a) O inimigo dispõe dos restos das Divisões 232 – 114 – 334 que foram batidas pelo IVº Corpo.
É possível encontro com resistências retardadoras.
b) Tropa amiga:
A D.I.E. prosseguirá na ofensiva para NE devendo atingir no fim da jornada de hoje as margens E da Torrente Tresinaro.
II – MISSÃO DO ESQUADRÃO:
Descoberta do eixo – Sassuolo – Scandiano – Albinea – Quatro Castelo – atingindo em primeiro lanço a transversal Reggio – Casloa, reconhecer a estrada número 63, de albinea [sic] a Casina e levar a descoberta ao corte da Torrente Enza, ocupando a ponte S. Polo, sobre a mesma.
III – LIGAÇÕES E TRANSMISSÃO-
Pelo rádio posto a posto, em escuta permanente; informação mesmo negativa nas horas cheias.
IV – EXECUÇÃO – Imediata -
O movimento foi iniciado às 16 horas.
O 1º Pelotão continuou na vanguarda e as 17 horas informava que tropas americanas já se encontravam em contato com uma resistência em Vassano, na estrada 63, entre Casino e Albinea.
Em vista da situação, o comandante do Esquadrão resolveu continuar a missão diretamente sobre S. Polo d’Enza, não realizando o reconhecimento de Cassina.
O 2º Pelotão ultrapassou o 1º Pelotão que se reagrupou nas proximidades de S. Polo e o 3º Pelotão foi lançado sobre Bebiano, de onde saíra uma coluna inimiga em direção a Montecchio de Emilia – O esquadrão passou a noite de 24 para 25 guardando as passagens de S. Polo Enza.
Ação em Parma – No dia 25 o 1º Pelotão foi lançado sobre Traversetolo, ocupando [esta?] localidade e vigiando as saídas para Parma e Laghirano. Uma patrulha, comandado [sic] pelo próprio comandante do Esquadrão esteve em Panocchio e Laghirano, onde estabeleceu ligação com chefes dos partesanos [sic] e com oficiais ingleses pára-quedistas que afiam com os combatentes italianos. Informações foram prestadas sobre presença de alemães em Colecchio e o deslocamento de 2 batalhões de Berceto para Fornovo.
A ordem de descoberta nº 31 de 25, recebida às 14 horas, em S. Polo d’Enza, previa os reconhecimentos já realizados em Laghiano e como a zona compreendida entre o Enzo e o Parma estava livre do inimigo, o Esquadrão foi lançado para a região de Porpurano e entrou em ligação com o Esquadrão de Reconhecimento da 34 D.I. (americana) – o 3º Pelotão foi reconhecer as orlas de Parma e atacou, com elementos a pé, um posto avançado inimigo que foi dominado, tendo os alemães as seguintes baixas:
Prisioneiro..............1
Morto..............1
Ferido..............1
Essa ação concorreu para facilitar a progressão da infantaria da 34 D.I.
AÇÃO DE VANGUARDA EM COLLECCHIO
Por oficial de ligação do G2 [Informações], o Esquadrão recebeu as 12 horas do dia 26, ordem para se lançar sobre Collecchio, para guardar as passagens do Taro –
O Esquadrão cumpriu a missão, com o 3º Pelotão em vanguarda pelo eixo:
Proporano – Gaione – S. Martino –
Ao atingir as orlas de Collecchio o 3º Pelotão foi detido por fogos de a.a. e carros de reconhecimento inimigos.
O 2º Pelotão desbordou pelo flanco esquerdo, tentando penetrar na cidade, sendo repelido por forte fogo de carros blindados.
O 1º Pelotão em reserva guardando a estrada para Sala Baganza.
Uma patrulha do 2º Pelotão tentou o flanqueamento de Collecchio e entrou em ligação em Vino Fertili, com uma Cia. de Infantaria americana.
O contato foi mantido e o Esquadrão foi reforçado inicialmente às 16 horas por uma Companhia do III/6º R.I. transportada em viatura e às 18 por elementos do II/11º R.I.
Às 17 horas os 2º e 3º Pelotões protegidos por elementos do 11º R.I. e do 6º R.I. penetraram na cidade, retirando-se para as orlas da cidade.
A Sec. de Eng. Nessa jornada organizou a defesa de Sola Bagaza, auxiliando a defesa do flanco do Esquadrão, tendo preparado a estrada para destruição.
No dia 27, o Esquadrão auxiliou a dominar um núcleo de resistência em Collecchio.
Às 9 horas o G2 da 1ª D.I.E. [Ten. Cel. Amaury Kruel] pessoalmente transmitiu, verbalmente, a nova missão do Esquadrão.
“Um destacamento de descoberta, formado por uma Cia.de Infantaria do 1º Regimento de Infantaria, o Esquadrão de Reconhecimento – uma Sec. de Engenharia, deveria se deslocar para a região de Castel de S. Giovani para guardar a ponte do rio Pó; lançar patrulhas para Borgonoro; aprisionar elementos inimigos dispersos”.
Foi marcada uma região de reunião na ponte de Taro, estrada número 10 e o Esquadrão deslocou-se às 10 horas de Collecchio. Somente às 14 horas apresentou-se o Major Comandante do Destacamento que ao tomar as primeiras providências, no ponto reunião recebeu ordem, com nova missão ao Esquadrão.
“Remanescente [sic] inimigos, batidos em Collecchio, retiram-se apressadamente pelo eixo Fornovo-Noceto.
Deveis interromper missão e lançar-se imediatamente sobre o eixo Castelguelfo – Noceto – Fornovo de maneira a exterminar o inimigo que desordenado retira-se na direçào da via Emilia”.
Imediatamente, o Esquadrão lançou-se em 2 colunas, deixando o T.C. em Ponte de Taro.
1) – Grosso – pelo eixo Noceto – Medesano – 1º e 3º Pelts.
2) – Flanco guarda – 2º Pel. pelo eixo Stradela – Belicchi – Medesano.
Foi estabelecido ligação com carros de combate americanos, na altura de Noceto e nas saídas de Medesano para Felegara, o 3º Pel., vanguarda foi hostilizado com fogos de a.a. – o 1º Pel. foi lançado pelo eixo de S. Andre, no flanco direito e chegando a essa localidade onde se entregaram cerca de 800 prisioneiros.
Em Medesano 3º e 2º Pelotões apeiaram para o combate as 22 horas as resistências reveladas foram vencidas.
Prisioneiros
Em Medesao..............120
Em S.Andre..............800
Feridos..............12
Além disso grande quantidade de armamento foi capturado, que por falta de tempo e de pessoal não foi avaliado.
Uma casa foi incendiada pelo fogo dos M 8
- Noite de 27/28 – O esquadrão permanceu patrulhando as saídas para Flegara e o Vale do Rio Taro.
Na manhã de 28, o Esq. Montou uma ação sobre Felegara com o seguinte dispositivo:
2º Pel. – no eixo Medesano-Felegara.
1º Pel. – de S. Andre para Felegara.
3º Pel. – de reserva no eixo Medesano, Felegara.
Na entrada de Felegara o 2º Pelotao entrou em contato, não podendo prosseguir pela ameaça de envolvimento no flanco esquerdo e por resistência revelada nas elevações a N de Felegara – o 3º Pel. foi lançado no flanco esquerdo, vale do Taro e 1 Pel. da 7ª Cia. do III/6º R.I. foi transportado de Medesano para a região, progredindo pelas alturas.
Os alemães se retiraram, deixando grande quantidade de armamento (Mtrs. Anti-carros [sic]-fuzis), 5 viaturas automóveis e viaturas hipomóveis, animais. Foram feitos cerca de 30 prisioneiros.
O Esquadrão sofreu as seguintes baixas: -
Feridos
Soldado..............1
Viatura incendiada
M 8..............1
Essa viatura foi atingida por um tiro de “lança rojão” na entrada de Felegara. A guarnição, sob o apoio de outro M 8, abandonou-a sem maiores conseqüências.
O Esquadrão reuniu-se em Felegara e uma patrulha a pé teve contato na estrada de Fornovo. A 7ª Cia. do III/6º R.I. cerrou sobre o Esquadrão.
Para a jornada de 29, o Esquadrão recebeu a seguinte ordem:
“Retomar a progressão, para ocupar Croceta e entrar em ligação com o 6º R.I., em Fornovo; lançar elementos de captura de prisioneiros sobre Varano e estrada que passa por Rubiano”.
A noite de 28 para 29, transcorreu sem qualquer alteração e na manhã de 29 às 10 horas, quando o Esquadrão se preparava para continuar a missão, apoiado pela Cia. de Infantaria, foi procurado por um Coronel alemão acompanhado de um Capitão para entrar entendimento sobre a suspensão da luta naquele setor. Encaminhados os parlamentares ao P.C. do III/6º R.I., em Collecchio entendimentos já estavam se realizando para a rendiçào da 148ª Divisão Alemã e os remanescentes da Divisão Itália.
Os parlamentares retornaram as linhas alemãs e toda atividade cessou na frente de Felegara.
Às 14 horas o Esquadrão deslocou-se menos o Pel. Extra que permaneceu em Ponte de Taro, para Collecchio com o objetivo de colocar a retaguarda da 148ª D. Alemã, para protege-la de ataques de partesanos e entrar em ligação com as vanguardas das tropas americanas.
O Snr. Chefe do E.M. determinou que somente um pelotão (1º Pelotão) acompanhasse o comandante do Esquadrão, a Fornovo, onde se realizaram entendimento com o Chefe do E.M. da Divisão Alemã, sobre a ação dos partisanos, que ignorando a suspensão das hostilidades continuavam atacando as retaguardas. Foram realizadas outrossim, ligações com chefe dos partesanos e ainda 150 prisioneiros alemães foram devolvidos pelos italianos, a 148ª Divisão, sob a responsabilidade do Comandante do Esquadrão.
O 3º Pelotão pernoitou em Fornovo, e o comandante do Esquadrão é chamado às duas horas do dia 30 para receber nova missão no Q.G. em Montecchio.
(...)
1º ESQUADRÃO DE RECONHECIMENTO
RELATÓRIO ORGANIZAÇÃO
[Pelo Capitão Plínio Pitaluga]
Com a criação da 1ª D.I.E. [Divisão de Infantaria Expedicionária-FEB] em fins de 1943, o 2º Regimento Moto-Mecanizado, então sediado na Capital Federal, recebeu ordens para preparar um de seus Esquadrões para participar da Campanha da Itália. Foi designado o 3º Esquadrão de Reconhecimento e Descoberta. Somente em 4 de fevereiro de 1944 foi dada autonomia administrativa à nova Unidade que passou a ocupar um pavilhão de madeira ao lado do picadeiro da Escola das Armas, ficando entretanto subordinado ao 2º Regimento Moto-Mecanizado quanto à alimentação. Embora não dispondo de todo o material orgânico foi iniciada a instrução, visando inicialmente ao preparo moral e cívico. Em fevereiro e março de 1944, foram distribuídas 5 viaturas blindadas de reconhecimento e viaturas de rolamento misto [meia-lagartas], facilitando assim a formação dos motoristas. O selecionamento [sic] dos homens não foi completo, não se levando em conta especialização da Unidade. Isso prejudicou seriamente a formação dos motoristas, principalmente pela falta de reservas. A 9 de fevereiro de 1944 o 1º Esquadrão de reconhecimento foi incorporado a 1ª D.I.E. e a 11, deslocou-se para a região de Barra de Guaratiba onde realizou o 1º acampamento, visando principalmente o melhoramento do estado físico. Um oficial do Exército Americano, da reserva, foi designado para permanecer adido ao Esquadrão, orientando o emprego e manutenção do material de origem americana.
Com a mudança da Unidade para os pavilhões do Capistrano, muito embora sem o conforto necessário, a alimentação foi melhorada, procurando se adapta ao regimem americano. A instrução de tiro foi intensificada e as medidas burocráticas de declaração de herdeiros e fichas de desconto foram ultimadas. O Esquadrão participou do desfile do dia 24 de maio e realizou um exercício de emprego de Pelotão como demonstração ao Exmo. Snr. Cmt. Da 1ª D.I.E. Quando do embarque do 1º Escalão, O Esquadrão menos o 2º Pelotão, deslocou-se para o Retiro dos Bandeirantes onde esteve durante 4 dias, realizando principalmente exercícios de tiro de canhão, a.a. [armas automáticas] e morteiro 81mm.
Neste relatório aparecem duas fases de treinamento e entrada em ação correspondente ao 2º Pelotão que embarcou o 1º Escalão, e a outra fase ligada ao grosso do Esquadrão. Uma revisão do estado sanitário da Unidade, afastou 20% do efetivo. Esse claro foi preenchido, na véspera do embarque, por elementos do Depósito de Pessoal da F.E.B. O 2º Pelotão embarcou no dia 30/VI/1944, fazendo parte do 1º Escalão, no transporte americano - "Gen. Mann", tendo chegado a Nápoles no dia 16/VII/1944, dirigindo-se para Bagnoli, onde acampou.
2ª Parte
a) Fase de treinamento na Itália
O 2º Pelotão permaneceu em Bagnoli até o dia 30/VII/1944, quando foi transportado, em trem, para Tarquinia, onde começou a receber o material e intensificar a instrução de motorista e serviço em campanha. Um oficial [O comandante do destacamento, Capitão Flávio Franco Ferreira] e 5 praças foram [aperfeiçoar?] os conhecimentos sobre armamento e minas, em Caserta. No dia 5 de agosto o 1º Escalão da F.E.B. era incorporado ao Vº [sic] Exército Americano, de onde passou a receber as diretivas para a instrução, que entrou em uma fase intensiva, exigindo um esforço diário de 10,00 horas.
No dia 18/VIII/1944, o 2º Pelotão seguiu para Vada, entrando na 2ª fase de treinamento tendo participado de grande exercício realizado no norte de Vada. O oficial e praças fizeram estágio junto as unidades americanas que estavam em contato com os alemães.
3ª Parte
Transporte - (b)
O grosso do Esquadrão embarcou com o 2º escalão no dia 20 de setembro de 1944, no transporte americano Gen. Mann, desatracando o navio a 22.
No dia 6 de outubro de 1944 chegou a Nápoles, e a 9 em lanchas americanas o Esquadrão foi transportado para Livorno, onde chegou a 11. No mesmo dia, em viaturas seguiu para a área de estacionamento em Pisa, onde acampou. Todos os deslocamentos foram feitos em segurança e o estado sanitário da tropa não apresentou alteração sensível.
4ª Parte
Treinamentos
O Vº Exército, com os deslocamentos de elementos para a invasão do sul da França, atravessava uma crise de efetivos e também devido as condições topográficas encontrava-se na defensiva, detido nos contrafortes dos Apeninos.
Não havia necessidade de tropa de reconhecimento e daí a decisão de se deixar o Esquadrão em último lugar na ordem de preferência para o recebimento de material. Inicialmente foram entregues algumas viaturas de 1/4 Ton. [Jipes] para o transporte e instrução. O armamento somente nos primeiros dias de novembro, começou a ser distribuído atrasando assim o início da instrução de tiro. O esforço foi voltado para o preparo físico e moral, tendo em vista que a mudança de ambiente, a vida em comum em grande acampamento, os problemas sexuais e outros estavam concorrendo para o afrouxamento dos laços disciplinares.
Nesta fase, foi feita uma nova inspeção de saúde visando as doenças venéreas e o tratamento odontológico. Oficiais e praças freqüentaram cursos de informações ministrados por oficiais americanos e curso de minas e armadilhas quer na área do estacionamento ou em Caserta. A tropa ficou acampada utilizando-se as barracas para 2 praças levadas do Brasil e que não apresentavam boa vedação a água. A alimentação toda americana não foi aceita inicialmente com agrado por parte dos praças. As condições de limpeza e higiene do acampamento, no do Esquadrão eram satisfatórias.
No dia 6 de novembro o Esquadrão recebeu ordens para apressar o recebimento de material de diversas procedências, tendo em vista o seu emprego imediato sem passar pela fase de readaptação e treinamento prevista. Dentro de uma semana, quase todo o equipamento achava-se nas mãos da tropa e praticamente sem a realização de exercícios de conjunto no âmbito do Pelotão. O esquadrão era dado como pronto para entrar em ação. As últimas viaturas e reconhecimento e transporte de rolamento misto foram entregues com [sic] 4 horas antes da partida do Esquadrão para a frente, recebidas da Companhia de Manutenção sem a devida revisão. Os morteiros 60 mm recebidos na véspera não foram utilizados em exercícios de tiro por absoluta carência de tempo, agravada a situação pelo fato de não ter ainda no Brasil, feito o emprego dessa arma, por falta de munição. Muito auxiliaram o recebimento desse material a ação de oficiais americanos e a capacidade da 1ª Companhia de Manutenção. O volume de material recebido ultrapassava a capacidade de transporte das viaturas orgânicas da unidade, daí a necessidade de se conseguir do G4 [Seção do Estado Maior responsável pela Logística, na FEB chefiado pelo Major Aguinaldo José Senna Campos], 2 viaturas de 2 1/2 toneladas para auxiliar o deslocamento.
Principalmente na parte de transmissão o aumento de acessórios e sobressalentes foi considerável. O espírito combativo da tropa era bom, mostrando-se o homem ansioso por entrar em ação. Não foi possível proporcionar a turmas de praças estágio na linha de frente, pois o 2º Pelotão que se encontrava a disposição do Destacamento General Zenóbio, nessa ocasião achava-se em reserva. No dia 13 de novembro os oficiais reconheceram a região de reunião, em Granaglione, e no dia 15 o Esquadrão, em 2 colunas, deslocava-se para Granaglione. No dia 16, o 2º Pelotão reuniu-se ao Esquadrão, continuando porém em Capugnano.
[A ação em Collechio-Fornovo]
Ligação:
Pelo rádio o Snr. Cmt. Da 1ª D.I.E., teve ordem de procurar, no Q.G. o G3 [Seção de Operações do Estado Maior, no caso da FEB, chefiada pelo Ten. Cel. Humberto de Alencar Castello Branco], para receber nova missão e esclarecer a situação do Esquadrão.
Perseguição
Passagem do Panaro
No dia 23, pela calma apresentada nas posições e por informações de civis sobre a retirada do inimigo, o 3º Pelotão foi lançado, às 11 horas, sobre Marano, tendo realizado a travessia, a vau, sem qualquer oposição. O grosso do Esquadrão reuni-se em Marano entrando mais tarde em ligação com a direita, com o III/11º R.I. e a esquerda II/6º R.I. Pela ordem transmitida pelo rádio, o Esq. aguardou em Marano nova missão, para o dia 24.
Ordem de descoberta nº 29 - (G2) [Seção de Informações do Estado Maior]
(Extrato)
I) - Situação:
a) - O inimigo retraiu-se do corte de Parano segundo o eixo:
1 - Vignola - Castelvetro - Sassuolo.
2 - Pavulo - Montesino - Prignano.
e) Tropa amiga:
Elementos da 897 T.D. [Tank Destroyers - batalhão norte-americano de Carros de Combate], agindo segundo o eixo Vignola-Fornigine atingiram no fim da jornada de 23 esta última localidade, levando os reconhecimentos a Sassuolo.
II - MISSÃO DO ESQUADRÃO
1) Lançar-se pelo eixo: Marano - Castelvetro - Sassuolo de modo a esclarecer, por meios de golpes de sonda, as transversais que vem a ter a este eixo por S.W.
2) Embora informações de que o inimigo tenha empregado destruição maciça ao longo do eixo: Marano - Croseta - Montesinoj - Pelegrineto - Malacoda - Ponte Nuova [sic] - cumpre lançar um elemento ligeiro afim de reconhecer o mesmo. Instalar-se em fim de jornada com o grosso na região de Ponte Nuovo. O 2º Pelotão deu diversos golpes de sonda e pelas informações colhidas, a zona achava-se completamente limpa de inimigo organizado. As 10 horas as vanguardas atingiram Sossuolo - Ponte Nuovo e entrou em ligação com elementos do Esquadrão de Reconhecimento da 34 D.I. [Divisão de Infantaria] Americana.
Prisioneiros
Foram feitos quatro prisioneiros na região de Ponte Nuovo. Não se constatando a presença de inimigo organizado, o 1º Pelotão foi lançado para Cavalgrande - Scandiano e reconhecer região de M. Evangelo - Montebabbio - Castellarano - reunindo-se em Ponte Nuovo com o grosso do Esquadrão.
Transposição do Enza
As 15 horas de 24, o Esquadrão recebeu em Ponte Nuova, a ordem de Descoberta nº 30.
I – Situação
a) O inimigo dispõe dos restos das Divisões 232 – 114 – 334 que foram batidas pelo IVº Corpo.
É possível encontro com resistências retardadoras.
b) Tropa amiga:
A D.I.E. prosseguirá na ofensiva para NE devendo atingir no fim da jornada de hoje as margens E da Torrente Tresinaro.
II – MISSÃO DO ESQUADRÃO:
Descoberta do eixo – Sassuolo – Scandiano – Albinea – Quatro Castelo – atingindo em primeiro lanço a transversal Reggio – Casloa, reconhecer a estrada número 63, de albinea [sic] a Casina e levar a descoberta ao corte da Torrente Enza, ocupando a ponte S. Polo, sobre a mesma.
III – LIGAÇÕES E TRANSMISSÃO-
Pelo rádio posto a posto, em escuta permanente; informação mesmo negativa nas horas cheias.
IV – EXECUÇÃO – Imediata -
O movimento foi iniciado às 16 horas.
O 1º Pelotão continuou na vanguarda e as 17 horas informava que tropas americanas já se encontravam em contato com uma resistência em Vassano, na estrada 63, entre Casino e Albinea.
Em vista da situação, o comandante do Esquadrão resolveu continuar a missão diretamente sobre S. Polo d’Enza, não realizando o reconhecimento de Cassina.
O 2º Pelotão ultrapassou o 1º Pelotão que se reagrupou nas proximidades de S. Polo e o 3º Pelotão foi lançado sobre Bebiano, de onde saíra uma coluna inimiga em direção a Montecchio de Emilia – O esquadrão passou a noite de 24 para 25 guardando as passagens de S. Polo Enza.
Ação em Parma – No dia 25 o 1º Pelotão foi lançado sobre Traversetolo, ocupando [esta?] localidade e vigiando as saídas para Parma e Laghirano. Uma patrulha, comandado [sic] pelo próprio comandante do Esquadrão esteve em Panocchio e Laghirano, onde estabeleceu ligação com chefes dos partesanos [sic] e com oficiais ingleses pára-quedistas que afiam com os combatentes italianos. Informações foram prestadas sobre presença de alemães em Colecchio e o deslocamento de 2 batalhões de Berceto para Fornovo.
A ordem de descoberta nº 31 de 25, recebida às 14 horas, em S. Polo d’Enza, previa os reconhecimentos já realizados em Laghiano e como a zona compreendida entre o Enzo e o Parma estava livre do inimigo, o Esquadrão foi lançado para a região de Porpurano e entrou em ligação com o Esquadrão de Reconhecimento da 34 D.I. (americana) – o 3º Pelotão foi reconhecer as orlas de Parma e atacou, com elementos a pé, um posto avançado inimigo que foi dominado, tendo os alemães as seguintes baixas:
Prisioneiro..............1
Morto..............1
Ferido..............1
Essa ação concorreu para facilitar a progressão da infantaria da 34 D.I.
AÇÃO DE VANGUARDA EM COLLECCHIO
Por oficial de ligação do G2 [Informações], o Esquadrão recebeu as 12 horas do dia 26, ordem para se lançar sobre Collecchio, para guardar as passagens do Taro –
O Esquadrão cumpriu a missão, com o 3º Pelotão em vanguarda pelo eixo:
Proporano – Gaione – S. Martino –
Ao atingir as orlas de Collecchio o 3º Pelotão foi detido por fogos de a.a. e carros de reconhecimento inimigos.
O 2º Pelotão desbordou pelo flanco esquerdo, tentando penetrar na cidade, sendo repelido por forte fogo de carros blindados.
O 1º Pelotão em reserva guardando a estrada para Sala Baganza.
Uma patrulha do 2º Pelotão tentou o flanqueamento de Collecchio e entrou em ligação em Vino Fertili, com uma Cia. de Infantaria americana.
O contato foi mantido e o Esquadrão foi reforçado inicialmente às 16 horas por uma Companhia do III/6º R.I. transportada em viatura e às 18 por elementos do II/11º R.I.
Às 17 horas os 2º e 3º Pelotões protegidos por elementos do 11º R.I. e do 6º R.I. penetraram na cidade, retirando-se para as orlas da cidade.
A Sec. de Eng. Nessa jornada organizou a defesa de Sola Bagaza, auxiliando a defesa do flanco do Esquadrão, tendo preparado a estrada para destruição.
No dia 27, o Esquadrão auxiliou a dominar um núcleo de resistência em Collecchio.
Às 9 horas o G2 da 1ª D.I.E. [Ten. Cel. Amaury Kruel] pessoalmente transmitiu, verbalmente, a nova missão do Esquadrão.
“Um destacamento de descoberta, formado por uma Cia.de Infantaria do 1º Regimento de Infantaria, o Esquadrão de Reconhecimento – uma Sec. de Engenharia, deveria se deslocar para a região de Castel de S. Giovani para guardar a ponte do rio Pó; lançar patrulhas para Borgonoro; aprisionar elementos inimigos dispersos”.
Foi marcada uma região de reunião na ponte de Taro, estrada número 10 e o Esquadrão deslocou-se às 10 horas de Collecchio. Somente às 14 horas apresentou-se o Major Comandante do Destacamento que ao tomar as primeiras providências, no ponto reunião recebeu ordem, com nova missão ao Esquadrão.
“Remanescente [sic] inimigos, batidos em Collecchio, retiram-se apressadamente pelo eixo Fornovo-Noceto.
Deveis interromper missão e lançar-se imediatamente sobre o eixo Castelguelfo – Noceto – Fornovo de maneira a exterminar o inimigo que desordenado retira-se na direçào da via Emilia”.
Imediatamente, o Esquadrão lançou-se em 2 colunas, deixando o T.C. em Ponte de Taro.
1) – Grosso – pelo eixo Noceto – Medesano – 1º e 3º Pelts.
2) – Flanco guarda – 2º Pel. pelo eixo Stradela – Belicchi – Medesano.
Foi estabelecido ligação com carros de combate americanos, na altura de Noceto e nas saídas de Medesano para Felegara, o 3º Pel., vanguarda foi hostilizado com fogos de a.a. – o 1º Pel. foi lançado pelo eixo de S. Andre, no flanco direito e chegando a essa localidade onde se entregaram cerca de 800 prisioneiros.
Em Medesano 3º e 2º Pelotões apeiaram para o combate as 22 horas as resistências reveladas foram vencidas.
Prisioneiros
Em Medesao..............120
Em S.Andre..............800
Feridos..............12
Além disso grande quantidade de armamento foi capturado, que por falta de tempo e de pessoal não foi avaliado.
Uma casa foi incendiada pelo fogo dos M 8
- Noite de 27/28 – O esquadrão permanceu patrulhando as saídas para Flegara e o Vale do Rio Taro.
Na manhã de 28, o Esq. Montou uma ação sobre Felegara com o seguinte dispositivo:
2º Pel. – no eixo Medesano-Felegara.
1º Pel. – de S. Andre para Felegara.
3º Pel. – de reserva no eixo Medesano, Felegara.
Na entrada de Felegara o 2º Pelotao entrou em contato, não podendo prosseguir pela ameaça de envolvimento no flanco esquerdo e por resistência revelada nas elevações a N de Felegara – o 3º Pel. foi lançado no flanco esquerdo, vale do Taro e 1 Pel. da 7ª Cia. do III/6º R.I. foi transportado de Medesano para a região, progredindo pelas alturas.
Os alemães se retiraram, deixando grande quantidade de armamento (Mtrs. Anti-carros [sic]-fuzis), 5 viaturas automóveis e viaturas hipomóveis, animais. Foram feitos cerca de 30 prisioneiros.
O Esquadrão sofreu as seguintes baixas: -
Feridos
Soldado..............1
Viatura incendiada
M 8..............1
Essa viatura foi atingida por um tiro de “lança rojão” na entrada de Felegara. A guarnição, sob o apoio de outro M 8, abandonou-a sem maiores conseqüências.
O Esquadrão reuniu-se em Felegara e uma patrulha a pé teve contato na estrada de Fornovo. A 7ª Cia. do III/6º R.I. cerrou sobre o Esquadrão.
Para a jornada de 29, o Esquadrão recebeu a seguinte ordem:
“Retomar a progressão, para ocupar Croceta e entrar em ligação com o 6º R.I., em Fornovo; lançar elementos de captura de prisioneiros sobre Varano e estrada que passa por Rubiano”.
A noite de 28 para 29, transcorreu sem qualquer alteração e na manhã de 29 às 10 horas, quando o Esquadrão se preparava para continuar a missão, apoiado pela Cia. de Infantaria, foi procurado por um Coronel alemão acompanhado de um Capitão para entrar entendimento sobre a suspensão da luta naquele setor. Encaminhados os parlamentares ao P.C. do III/6º R.I., em Collecchio entendimentos já estavam se realizando para a rendiçào da 148ª Divisão Alemã e os remanescentes da Divisão Itália.
Os parlamentares retornaram as linhas alemãs e toda atividade cessou na frente de Felegara.
Às 14 horas o Esquadrão deslocou-se menos o Pel. Extra que permaneceu em Ponte de Taro, para Collecchio com o objetivo de colocar a retaguarda da 148ª D. Alemã, para protege-la de ataques de partesanos e entrar em ligação com as vanguardas das tropas americanas.
O Snr. Chefe do E.M. determinou que somente um pelotão (1º Pelotão) acompanhasse o comandante do Esquadrão, a Fornovo, onde se realizaram entendimento com o Chefe do E.M. da Divisão Alemã, sobre a ação dos partisanos, que ignorando a suspensão das hostilidades continuavam atacando as retaguardas. Foram realizadas outrossim, ligações com chefe dos partesanos e ainda 150 prisioneiros alemães foram devolvidos pelos italianos, a 148ª Divisão, sob a responsabilidade do Comandante do Esquadrão.
O 3º Pelotão pernoitou em Fornovo, e o comandante do Esquadrão é chamado às duas horas do dia 30 para receber nova missão no Q.G. em Montecchio.
(...)
Lendo esse relatório onde tantas vezes é citado o Sexto RI,não tem como eu não me emocionar sabendo que meu pai fez parte desses acontecimentos.
ResponderExcluirQue legal. Seu pai lutou pela liberdade no mundo. Pode ter certeza que ajudou muita gente.
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